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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2022

    SECÇÃO: Editorial


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    Três meses de guerra

    No momento em que escrevemos estas linhas já passam três meses desde que a Guerra na Ucrânia começou. A Federação Russa tutelada por Putin invadiu a Ucrânia, mas chamou-lhe “operação militar especial”, e declarou ter como objetivos a desnazificação daquele país e evitar o “massacre” das populações pró-russas que vivem na região do Donbass-Donetsk-Lugansk (no leste da Ucrânia).

    Atacou em força a região norte da Ucrânia com destino à capital, Kiev, a zona leste e a região do sudeste, procurando ligar o seu território com a Crimeia, cortando qualquer ligação da Ucrânia ao Mar de Azov.

    Entretanto, já morreram cerca de 4 mil civis, entre os quais 250 crianças, segundo dados da ONU, embora se acredite que os números reais sejam bastante superiores (relativamente ao número de mortos de militares os dados avançados não são fiáveis, pois as campanhas de informação e de contrainformação retiram credibilidade a ambas as fontes, mas serão seguramente dezenas de milhares, quer no exército russo, quer no exército ucraniano). As mortes dos civis foram provocadas, sobretudo, pelas explosões de projéteis que atingiram, indiscriminadamente, alvos civis.

    A invasão da Ucrânia tem trazido muito sofrimento e carências de toda a ordem à sua população, o que tem motivado a saída de muitos ucranianos da terra onde nasceram e onde deveriam ter o direito a viver. Cerca de 8 milhões foram obrigados a deixar a sua terra e destes, quase 7 milhões tiveram de abandonar o país em busca de refúgio.

    Apesar da enorme diferença que existe no potencial militar dos dois países em guerra, a verdade é que a Ucrânia tem revelado uma heroica resistência – apoiada, é certo, pelo Ocidente – que ficou bem evidente em Kiev, mas também em Kharkiv e em Mykolaiv que a Ucrânia controla. No leste da Ucrânia, os combates continuam com grande violência. O objetivo de Putin parece ser o de não abdicar daquela região da Ucrânia, fazendo corresponder a “ocupação militar” ao direito de “anexação” a legitimar pela realização de “referendos” de duvidosa validade.

    Enquanto isto, o Parlamento russo aprovou uma lei que elimina o limite máximo de 40 anos para se ingressar no exército russo, procurando assim superar um défice de infantaria que tem sido apontado às forças de Putin. Por outro lado, procurando integrar de imediato as regiões conquistadas no seu território, o presidente russo já assinou um decreto que irá permitir aos cidadãos das partes ocupadas requererem passaportes russos, ou seja reconhecer-lhes de imediato a cidadania russa.

    Entretanto, milhões de ucranianos sofrem todas as horas, todos os dias, a violência do invasor, que fica tragicamente marcada com morte, fome e privações de todo o género, a que se acrescenta a ansiedade de não haver qualquer certeza quanto ao futuro imediato.

    Neste “inferno” diário, há que referir o apoio e solidariedade dos povos vizinhos, de voluntários e de muitas pessoas de boa vontade que são uma mão amiga. A título de exemplo, e com base no jornal “Sol”, é de elogiar o altruísmo de 6 mil sacerdotes e religiosas da Igreja Católica que permaneceram na Ucrânia depois da invasão para ampararem as pessoas com abrigo (milhares de pessoas refugiaram-se em seminários católicos), fornecimento de comida (na residência do Bispo de Kharkiv continuam a confecionar milhares de refeições para levar aos civis refugiados em duas estações de Metro próximas), cuidar de feridos e, ao mesmo tempo, dar também apoio espiritual e administrar os sacramentos (há muitos que se querem confessar e comungar; outros, antes de irem para a frente de combate mostram vontade de se batizarem e comungarem).

    O Homem tem de evoluir em termos mentais, para que acabe a violência e a guerra em todo o planeta.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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