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    Arquivo: Edição de 30-06-2020

    SECÇÃO: Saúde


    Mas afinal o que é a ansiedade?

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    Não sabemos como a situação atual vai acabar e a incerteza é o que nos consome. Mas e se começarmos por pensar no que já sabemos?

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    Em tempos incertos e de constante novidade como o que estamos a viver, muitas são as dúvidas que surgem sobre o que sentimos e o que pensamos. A ansiedade é uma das sensações mais comummente referidas mas…afinal o que é a ansiedade? Sentir ansiedade é normal? O que se pode fazer para diminuir a ansiedade?

    A ansiedade é uma condição inerente ao ser humano, surgindo de forma natural, em situações distintas. É um mecanismo que nos ajuda a lidar com os desafios que se atravessam no nosso caminho e que nos leva a encontrar soluções.

    A grande maioria das pessoas sente-se ansiosa em alguns, ou vários, momentos da sua vida. Esta sensação, que faz parte do nosso dia-a-dia, pode tornar-se problemática quando interfere com as nossas ações e pensamentos, tornando-se uma presença constante.

    A ansiedade pode traduzir-se de muitas formas, podendo afetar o modo como nos sentimos, física e psicologicamente, assim como nos comportamos. Nem sempre é fácil reconhecer que é devido a um estado ansioso que nos sentimos ou agimos de forma diferente, especialmente da perspetiva dos nossos familiares, amigos ou colegas de trabalho. Podem ser sintomas físicos de ansiedade: perceção do aumento dos batimentos do coração ou da sua irregularidade (palpitações), dores de cabeça, sensação de falta de ar, tensão muscular, enjoos, aumento da transpiração, perda ou aumento de apetite. Por sua vez, os sintomas psicológicos de ansiedade incluem: sensação de nervosismo, incapacidade de relaxar, preocupação excessiva com o passado ou o futuro, sensação de choro fácil, dificuldades em dormir. Algumas alterações de comportamento que podem caracterizar um estado mais ansioso são: incapacidade de desfrutar de tempo de lazer, dificuldade no auto-cuidado/higiene pessoal, problemas de concentração no local de trabalho, preocupação com relações e novas experiências.

    Para diminuir a sensação de ansiedade existem várias técnicas que podem ser usadas:

    - Falar sobre os seus sentimentos com uma pessoa da sua confiança;

    - Praticar exercício físico;

    - Adotar uma dieta equilibrada e variada;

    - Investir numa boa noite de sono;

    - Fazer exercícios de controlo da respiração;

    - Meditar e aprender técnicas de introspeção;

    - Ouvir música relaxante;

    - Praticar mindfulness (consiste na prática de nos mantermos no momento presente);

    - Socializar, conviver (mesmo com algumas limitações);

    - Passar tempo com o animal de estimação;

    - Organizar/planear os seus dias;

    - Arranjar um hobby e dedicar-se a ele.

    Deve evitar tentar fazer todas as tarefas ao mesmo tempo (planear, ter objetivos e priorizar é indispensável), focar-se em coisas que não consegue mudar (canalize as energias noutro sentido), pensar que está sozinho (partilhe os seus sentimentos). Reduza o consumo de cafeína, álcool, tabaco e substâncias psicoativas (dão uma falsa sensação de calma).

    De acordo com dados das entidades competentes, nos últimos meses, foram vendidos milhares de medicamentos usados para tratar a ansiedade (antidepressivos e ansiolíticos). O confinamento pelo qual passamos provocou, em muitas pessoas, sentimentos de mal-estar e aumento dos níveis de ansiedade. O contexto de incerteza vivido, a alteração das rotinas e o afastamento dos familiares e amigos, foram alguns dos principais motivos. Estes sentimentos podem ser totalmente normais, tendo em conta a fase atípica e difícil que atravessamos. Tal não implica que estejamos perante uma doença subjacente. Adotar as medidas anteriormente referidas pode ajudar a ultrapassar uma fase difícil, sem que seja necessário iniciar medicação. No entanto, existem casos em que a ansiedade toma proporções que interferem com a nossa qualidade de vida. Nesses casos, não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde!

    Catarina Rebelo*

    *Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, Matosinhos

    Telma Lopes**

    **Médica Especialista de Medicina Geral e Familiar, Matosinhos

     

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