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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2016

    SECÇÃO: Política


    A A41 No nó-cego das auto-estradas portuguesas

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    O recente aluimento de um troço da A41 perto do "nó" de Alfena, as perturbações do trânsito que têm atingido todos os que se deslocam na área servida por aquela via e as obras de reconstrução sem fim à vista, vieram provar, entre outras coisas, que os Alfenenses não dispõem de verdadeiras alternativas à A41 no acesso ao Porto.

    Num aparte ao essencial da questão, cumpre dizer que este aluimento duma auto-estrada construída há poucos anos, devido a insuficiente escoamento de águas pluviais, também é preocupante. Levantam-se legítimas dúvidas sobre a segurança de muitas destas obras, frequentemente realizadas ao sabor de necessidades eleitoralistas e decerto com deficiências de planeamento e de integração no meio natural que, mais cedo que tarde, se vêm a manifestar em desastres como o que aqui se refere.

    As auto-estradas foram construídas com dinheiro dos contribuintes, em última análise com fundos provenientes dos crescentes e pesados impostos cobrados aos trabalhadores assalariados.

    A concessão da exploração de portagens a empresas privadas veio transferir para o bolso de algumas famílias de capitalistas os lucros gerados por equipamentos que foram pagos por todos - menos pelas tais famílias, evidentemente - e como tal deviam ser usufruídos.

    Mas não só isso não acontece como o Estado ainda paga, todos os anos, muitos milhões de euros de "indemnizações compensatórias" a estas empresas, em consequência de contratos que prevêem, propositadamente, um volume de trânsito muitas vezes superior ao que os diferentes troços de auto-estrada "concessionados" alguma vez terão.

    São as famigeradas PPP - parcerias público privadas - em que o erário público paga e os consórcios privados arrecadam e acumulam.

    Quando muito, a cobrança de portagens nas auto-estradas, a existir, devia ser por valores mínimos, pouco mais que simbólicos e os fundos assim gerados deviam ser aplicados no desenvolvimento dos transportes coletivos ferroviários e rodoviários públicos urbanos e inter-urbanos. Nunca para enriquecer privados, que não investiram um só cêntimo naquelas infra-estruturas e se comportam assim, apenas como consórcios parasitários, que sugam receitas ao Estado sem nada darem em troca.

    O PCP defende, como questão de princípio há muito explicada, a necessidade da abolição das portagens nos acessos ao concelho de Valongo. De momento, para remediar a situação criada com o aluimento na A41, devia já ter sido tomada a decisão, por quem o podia e devia fazer, da suspensão das portagens no acesso à A4 em Valongo, de reprogramação dos semáforos junto ao Alfenense, e de suspensão dos semáforos no Alto de Vilar, assim como do pórtico no nó de Alfena. Mas nada disso é feito e quem tem de se deslocar para os trabalhos, para as escolas, na vida do dia-a-dia, em transporte pessoal ou coletivo, tem pago, com atrasos e nervos, as consequências duma situação de profunda injustiça e de esbulho dos cidadãos, que é a persistência de portagens nas vias públicas.

    PCP/Valongo

     

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