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    Arquivo: Edição de 31-01-2014

    SECÇÃO: Opinião


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    Temas da atualidade nacional

    O PREMAC TERÁ SUCESSO?

    Recentemente, o Presidente do Tribunal de Contas, ouvido na Assembleia da República, chamou a atenção dos deputados para os riscos que as mudanças aplicadas no âmbito do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC) poderão vir a ter na despesa pública, aumentando-a quando o objetivo era exatamente o contrário.

    Oliveira Martins alertou os parlamentares dizendo-lhes que o Governo usou como base de comparação para demonstrar a aludida redução do número de dirigentes do Estado, não os efetivamente em exercício de funções, mas os previstos existir segundo legislação aprovada.

    O receio do Presidente do Tribunal de Contas compreender--se-á se tivermos presente o que habitualmente ocorre na elaboração e aprovação dos Quadros de Pessoal da Administração pública. Com efeito, como regra o que se passa é o seguinte: quando os executivos elaboram os Quadros a submeter a aprovação, dilatam o mais que podem o número de lugares preenchíveis. E, denunciado o exagero, logo se apressam a dizer que, embora o documento preveja um excessivo número de funcionários, a tutela ou deputados podem ficar descansados porque não há a intenção de preencher os lugares previstos na proposta, fazendo crer estarem apostados na redução dos trabalhadores da administração e outros, pagos com os impostos dos contribuintes.

    A realidade, porém, é outra: de posse da autorização obtida com a esquecível promessa, no momento seguinte, quando alguém alerta para um qualquer aumento do número já desmesurado de funcionários existentes, logo recebe como resposta que a admissão ou admissões em causa estão previstas no quadro de pessoal devidamente aprovado. Melhor astúcia para os políticos satisfazerem as suas clientelas é difícil imaginar. Não nos surpreendamos, pois, se os receios do presidente do Tribunal de Contas se confirmarem, no que concerne a aumento da despesa pública. Trabalhadores e Reformados cá estarão para pagar a fatura dos vícios do sistema, e a recorrente irresponsabilidade dos políticos.

    O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

    Que o designado novo acordo ortográfico é um aborto, já muita boa gente, e gente altamente qualificada na matéria perorou sobre o assunto. E, as demoras de alguns países lusófonos em o ratificarem, são um sinal expressivo das reticências que os entendidos desses países têm quanto aos contributos ou malefícios que as suas assinaturas provocarão no uso correto da língua portuguesa.

    São muitas as situações que a nova ortografia causa quando se lê um determinado texto, com vocábulos que, para serem entendidos, é preciso que se leia todo o parágrafo para se saber se o sentido a atribuir à palavra é um ou outro diametralmente oposto.

    Para ilustrar o que acabamos de afirmar, nada melhor que transcrever o título de uma notícia publicada no Suplemento Economia do semanário “Expresso” do passado dia 11 do corrente mês de Janeiro: «Espanha para ligação do TGV a Portugal». Se ficarmos por aqui na leitura, poderemos pensar que os espanhóis estarão a pensar algo para concretizar a ligação do TGV a Portugal. Mas se a continuarmos, ficaremos a saber que o que os nossos “hermanos” decidiram foi suspender o processo de adjudicação de vários troços da ligação de alta velocidade ferroviária.

    O disparate que é o novo acordo ortográfico, todos os dias o poderemos constatar nas situações de emprego de vocábulos que se podem escrever com hífen ou sem ele, com “c” dobrado ou simples, com o “c” antes de consoantes ou suprimido, etc.. Num programa emitido pela RTP, “Bom Português”, é possível ver as dúvidas generalizadas dos entrevistados quando lhes é perguntado como se escrevem palavras com estas particularidades, surpreendendo algumas respostas com a indicação de: tanto faz escrever de uma maneira como de outra. Imaginemos o que se passará numa sala de aula quando o professor resolve convidar os alunos a fazerem um ditado. Os erros devem ser incontáveis, para gáudio dos “iluminados” autores da “atrocidade ortográfica” que conceberam e para os “sapientíssimos” políticos portugueses que a transformaram em lei. Aproveitem estes a hesitação de colegas seus de outros países e revoguem o que já deveriam ter concluído ser um atentado ao património cultural português.

    Nota do editor

    O jornal “A Voz de Ermesinde” lançou, em devido tempo, um debate, aberto e informado, aos seus leitores e colaboradores, tendo adotado, alicerçado nesse debate, o novo Acordo Ortográfico, por o considerar válido e bem fundamentado.

    Não é essa, contudo, a opinião de A. Álvaro Sousa, como aqui se manifesta. E a nossa maior responsabilidade, acima de tudo, é a de respeitar sempre o direito de opinião.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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