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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-01-2011

    SECÇÃO: Gestão


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    Os resultados das Presidenciais

    Já aqui falamos nas expectativas criadas à volta da eleição presidencial na qual se pretendia focar o interesse numa liderança que aglutinasse os interesses dos Portugueses. Pelo que vimos na campanha eleitoral, adivinhava-se que aquele objectivo não iria nunca ser alcançável e os resultados das eleições são o testemunho desta evidência.

    Como temos vindo a acompanhar, a campanha foi completamente preenchida com os casos sensacionalistas à volta do carácter e da honorabilidade dos candidatos e nada de verdadeiramente importante foi discutido, com vista ao apuramento das diferenças e das convicções ideológicas de cada um. De facto tratou-se de uma campanha populista, onde as arruadas e os beijinhos é que o que mais interessa ao povo, deixando para trás as ideias e os desígnios de um País que se encontra muito fragilizado.

    O Povo por seu lado viu nestas eleições um pretexto para quebrar a monotonia do dia-a-dia, e quando lá vinha um ou outro candidato, era razão para mais uma festa. Tudo isto com o patrocínio da comunicação social que conduziu mais uma vez todo este processo explorando o sensacionalismo e os shares televisivos numa óptica, mais uma vez, economicista, de quem vende e ganha mais.

    Ao invés de se discutirem os valores e o rumo a dar à nossa identidade lusitana, num contexto muito adverso que se consubstancia na participação na CEE e no Euro, e as ameaças das economias fluorescentes do Extremo Oriente, e outras… não, discutiram-se casos, passados, e o tempo foi passando sem olharmos uma única vez para o Futuro!

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER
    Os resultados eleitorais são o corolário da campanha a que assistimos com cerca de 40% de votantes, dos quais metade, ou seja, 20%, foram responsáveis pela eleição do Presidente, assegurando assim o status quo da nossa vida sócio-económica, que tem vindo a degenerar, a ver pelos indicadores económicos e sociais, como seja o PIB, o endividamento, o desemprego e a pobreza.

    Voltando aos números, nada se tem falado dos votos de protesto que atingiram cerca de 60%, isto considerando a abstenção e os brancos e nulos. É sobre estes números que devemos reflectir porque estes sim, representam a maioria dos eleitores inscritos, e interpretar as verdadeiras razões para esta realidade.

    Desde logo emerge o desinteresse e o descrédito sobre estes actos eminentemente políticos: as eleições… e dos políticos na leitura da abstenção, de cerca de 54% dos eleitores. Depois, há que analisar os votos de protesto: os brancos (4%) e nulos (2%) representam tanto como os 3 candidatos menos votados, número que não devemos menosprezar e antes sublinhar veementemente. Finalmente, numa lógica partidária, verificamos que o candidato independente e sem apoios partidários atingiu os 14%, o que na perspectiva dos eleitores inscritos corresponde a cerca de 6% daqueles eleitores. Consideramos esta votação também uma atitude de protesto contra os profissionais da política, e a estes, se juntamos as candidaturas marginais de Viana e das Ilhas, apuramos uma votação de cerca de 8% do total dos eleitores.

    Contas feitas, podemos dizer que 68% dos eleitores são descrentes em voto de protesto contra o sistema político e partidário, e apenas 32% sustentam os candidatos apoiados pelos aparelhos partidários, numa lógica de clientelismo e de um mercado de votos sem os quais não se justificava a sua existência. Assim, o PCP, mantém a sua clientela votante e fiel, e lá se vai aguentando à custa dos apoios financeiros que lhe são legalmente atribuídos, com uma percentagem de portugueses na ordem dos 3%. O PSD, como vimos, sustenta os 20% deste mercado, e finalmente o candidato de esquerda apresenta-se com 8% dos eleitores com uma mensagem totalmente descaracterizada, querendo agradar a gregos e a troianos, com o objectivo do poder.

    Por: José Quintanilha

     

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