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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-10-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Viver sem medo de cair

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto GINA SANDERS - FOTOLIA
    Foto GINA SANDERS - FOTOLIA
    Um dos maiores e mais comuns problemas na 3ª idade são as quedas. O traumatismo resultante de quedas é a 5ª principal causa de morte em pessoas com mais de 65 anos de idade. As quedas estão associadas a um elevado nível de mortalidade, morbilidade e redução de funcionalidade, tornando-se numa das principais causas da diminuição da independência do idoso.

    As causas de ocorrência de quedas nesta população resultam de uma interacção complexa de factores relacionados com o processo natural de envelhecimento e factores inseridos no contexto ambiental do idoso. Desta forma, podemos classificar os factores de risco como intrínsecos (associados às alterações anatomo-fisiológicas e psicossomáticas do envelhecimento normal e patológico) e factores extrínsecos (relacionados com circunstâncias ambientais e sociais). Todos estes podem ser atenuados ou evitados, tornando-se necessário alertar a comunidade acerca dos factores de risco de queda a que os idosos estão sujeitos no domicílio e fora dele, bem como identificar formas de intervenção para os minimizar junto dos idosos e família/cuidadores.

    Ao nível dos factores intrínsecos, existem alterações normais do envelhecimento que não podem ser completamente evitadas, mas devem ser atenuadas. Para isso, o idoso deve estar disposto e consciente que as medidas a tomar são para seu bem-estar e qualidade de vida. Uma dessas medidas é a realização de actividade física. Está comprovado que na 3ª idade, a actividade física está directamente relacionada com um maior equilíbrio, menor ocorrência de quedas e menor medo de cair. A importância da actividade não se rege apenas a estes factores, sendo esta vantajosa para todo o corpo humano, com benefícios a curto, médio e longo prazo.

    Os factores de natureza extrínseca incluem todos os factores de risco que os idosos podem encontrar no seu contexto, como em casa e na rua. Este é um dos factores onde é mais fácil actuar e modificar. Estudos realizados nestes últimos anos, mostram que aproximadamente 50% dos idosos que vivem em casa caem pelo menos uma vez durante o período de um ano.

    Torna-se assim importante tomar em consideração algumas alterações em casa e indicações que podem ser facilmente realizadas, tais como: evitar colocar tapetes ou carpetes ao longo do caminho, e se os tiver estes devem estar devidamente aderentes ao chão; organizar os móveis de modo a ter caminho livre para se deslocar; adequar a iluminação da casa, principalmente em locais de maior perigo como escadas; as escadas devem ter corrimão, e este ser utilizado; evitar deixar fios ou outros objectos espalhados pelo chão; organizar as prateleiras e armários para que os objectos mais utilizados fiquem a uma altura acessível; ter cadeiras e mesas estáveis; colocar os interruptores de luz em locais acessíveis; durante a noite, o idoso deve evitar andar a pé com a luz apagada, mesmo em curtas distâncias; evitar andar de meias ou calçado de sola lisa; ter cuidado quando o piso fica escorregadio com água, produtos líquidos ou gorduras.

    Dentro do domicílio, um dos locais onde as quedas são mais frequentes, é nas casas de banho, pois habitualmente estas apresentam um piso escorregadio e com maior probabilidade de estar molhado. Na casa de banho é aconselhada a colocação de barras de segurança na zona de banho e sanita, a utilização de tapete anti-derrapante ao lado e dentro da banheira/poliban e a colocação dos produtos necessários para o banho de forma acessíveis (para não haver necessidade de se deslocar para os alcançar).

    Todas estas são medidas importantes que podem fazer a diferença entre a independência e dependência na vida de um idoso. Porém, não devemos esquecer que, além das medidas a tomar, a realização de actividade física e estimulação cognitiva adequadas às capacidades e limitações de cada um, permitem potenciar a qualidade de vida e saúde desta população, trazendo benefícios holísticos.

    O envelhecimento populacional e o aumento da esperança média de vida, demandam acções preventivas e reabilitadoras no sentido de diminuir os factores de risco para quedas, desde o aumento das capacidades físicas e cognitivas à adaptação do contexto domiciliar. Uma intervenção multifactorial baseada na educação e instrução da comunidade face aos factores expostos torna-se assim de extrema importância nos dias de hoje.

    Por: Cristina Camacho (*)

    (*) Fisioterapeuta

     

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