Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 20-12-2009

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Ansiedade na Infância

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto MARZANNA SYNCERZ
    Foto MARZANNA SYNCERZ
    A ansiedade pode definir-se como uma resposta normal, adaptativa e defensiva perante ameaças e situações adversas. Esta designa-se como medo quando se refere a estímulos específicos (Odriozola, 2001).

    Existem medos que são considerados normais e que são mais frequentes ao longo do desenvolvimento da criança em determinadas idades, tais como medo a estímulos intensos e desconhecidos (entre os 6 e os 8 meses), medo de animais e tempestades (entre o 2 e 4 anos), medo do escuro, das bruxas, de fantasmas, de catástrofes e de separação dos pais (entre os 4 e os 6 anos), medos de danos corporais (entre os 6 e os 9 anos), medos de acidentes e doenças, medos de maus resultados escolares, medos dos conflitos parentais (entre os 9 e os 12 meses), medos de relações interpessoais e medos relacionados com a auto-estima (entre os 12 e os 18 meses) (Odriozola, 2001).

    Contudo, a ansiedade torna-se patológica quando é exagerada, duradoura, desproporcional em relação ao estímulo e quando também afecta a adaptação, o desenvolvimento infantil, a qualidade de vida, o conforto emocional e o desempenho diário da criança (Odriozola, 2001; Asbahr, 2004).

    O transtorno de ansiedade é um dos quadros patológicos mais comuns na população infantil, sendo que cerca de 10 % das crianças apresenta esta perturbação durante a infância ou a adolescência (Asbahr, 2004).

    As perturbações de ansiedade em crianças dividem-se em três áreas: perturbações fóbicas que incluem as fobias específicas, a fobia escolar e a perturbação evitante; as perturbações de ansiedade sem evitamento fóbico que englobam a ansiedade de separação e a hiperansiedade; outras perturbações de ansiedade, sendo estas a perturbação obsessivo-compulsiva e a perturbação mista de ansiedade e depressão (Odriozola, 2001). As perturbações fóbicas podem ser relativas a confrontação com pessoas estranhas ou com objectos novos, podem ser fobias com objectos específicos (bolas, peluches), fobias do escuro ou fobias de animais (Mazet & Stoleru, 2003).

    A avaliação da ansiedade na infância é realizada através de questionários de auto-relato, ou relato de pais e professores, check-lists e entrevistas (Silva & Figueiredo, 2005).

    A intervenção psicológica nas perturbações de ansiedade engloba orientação aos pais e à criança, tratamento psicoterapêutico e intervenções familiares (Asbahr, 2004). Na intervenção são utilizadas várias técnicas tais como exposição (exposição aos estímulos fóbicos até obter uma diminuição da ansiedade sem evitamento da situação), relaxamento (em que se ensina a relaxar os músculos voluntarimente), respiração e imaginação, técnicas de modelagem, prática reforçada, técnicas cognitivas, encenação emocional, ludoterapia com jogos de representação nos quais se representam as situações fóbicas e utilização de desenhos e brinquedos para facilitar a comunicação (Odriozola, 2001; Caballo & Simón, 2005).

    Os pais deverão dar apoio aos filhos, promovendo expectativas positivas e evitando julgá-los. No caso das fobias não deverão confrontar o filho com o estímulo fóbico mas também não deverão evitar, devendo assim haver um equilíbrio entre a confrontação e o evitamento.

    Salienta-se a importância da colaboração por parte dos pais e dos professores na utilização das técnicas, tornando-se assim necessário uma preparação específica com o terapeuta. Existem casos em que a ansiedade se pode manifestar apenas num contexto, como a escola ou em casa, sendo assim importante que a intervenção seja realizada no contexto natural da criança (Odriozola, 2001).

    É essencial a identificação precoce dos transtornos de ansiedade, de forma a evitar consequências negativas na vida da criança, tais como faltas constantes à escola, queixas somáticas (ex: dores de barriga, entre outras) associadas à ansiedade e, possivelmente, a ocorrência de problemas psiquiátricos na vida adulta (Asbahr, 2004).

    Mais uma vez, reforçamos a necessidade de haver uma constante pesquisa sobre a temática em questão, de forma a contribuirmos para um melhor desenvolvimento emocional e afectivo das nossas crianças.

    Por: Joana Pinto*

    (*) Psicóloga

     

    Outras Notícias

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].