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    Arquivo: Edição de 30-06-2009

    SECÇÃO: Educação


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    O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

    O “NÃO” que as crianças precisam de ouvir (2)

    O grande desafio que se coloca aos pais é a procura de melhores respostas para as diferentes situações ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

    Este espaço pretende informar e responder a questões generalizadas na área do desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem e suas implicações no percurso escolar. Para um maior esclarecimento: [email protected] ou www.elisabetepinto.com

    Foto JUNIEL ENTERPRISES
    Foto JUNIEL ENTERPRISES
    Esta edição retoma a temática relativa à importância do “não”. Relembrado Walsh (2008), dizer “não” quando necessário ajuda as crianças a desenvolverem a autoconfiança, a autodisciplina, o respeito, a integridade, e muitos outros traços de personalidade importantes para vencer na vida.

    O grande desafio que se coloca é tentar perceber o porquê da evidente alteração dos comportamentos nas crianças, nos dias de hoje. Uma das justificações já apresentadas, na edição anterior, prendia-se com o facto de pais e filhos se encontrarem sob a pressão de uma cultura tendencialmente voltada para o consumismo e permissividade. Marulanda (2004), refere que actualmente as crianças começam a desenvolver as suas competências intelectuais muito mais cedo e que, portanto, são capazes de efectuar raciocínios complexos, encontram-se mais conscientes dos seus direitos e são mais perspicazes, o que lhes permite enfrentar e defenderem-se melhor.

    Num outro ponto de vista, encontra-se a neurocientista Herculano-Houzel (2008), ao explicar que a criança apresenta dificuldade em obedecer ao “não”, devido à imaturidade da região frontal do seu cérebro. Assim sendo, afirma que a melhor forma de os pais se fazerem entender é darem ordens positivas, por exemplo: em vez de dizer “não mexe”, dizer “está quieta” ou simplesmente “pára”. Neste caso o “não” não é dito mas, continua implícito na ordem que é dada. Para além disso, a ordem deve ser simples e clara, para ter a certeza de que a criança percebeu a mensagem na sua totalidade, por exemplo: se disser “vai desligar a televisão, arruma os brinquedos e anda sentar-te à mesa que o jantar está pronto”, o mais provável é que a criança se esqueça de metade do que foi dito, sendo que a atitude mais correcta será dar uma ordem de cada vez, à medida que a criança as vai executando.

    Bellenato (2009) acrescenta que um dos erros mais frequentes que os pais cometem na educação dos filhos, é não darem importância à introdução de regras e limites nos primeiros anos de vida. As crianças detectam todas as incoerências, por isso, o que se disse ontem, deve ser válido hoje e amanhã, caso contrário os pais ganham um problema de autoridade e dão azo a discussões.

    Outras linhas de pensamento, orientações e exemplos se poderiam aqui referir, contudo a atitude mais correcta é a de promover a (in)formação autónoma dos pais. Só assim poderão encontrar as respostas mais adequadas às particularidades das suas vivências familiares. Como contributo poderão, entre outras, efectuar as seguintes leituras: (1) Ballenato, G. (2009), “Educar sem Gritar”, Esfera dos Livros; (2) Marulanda, A. (2004), “O desafio de crescer com os filhos”, São Leopoldo: Sinodal; (3) www.suzanaherculanohouzel.com.

    Em jeito de conclusão, sugere-se aos pais que reflictam sobre o valor que dão aos aspectos positivos dos seus filhos. Walsh (2008) propõe a seguinte Caixa de Ferramentas para os ajudar::

    Sim Não Atitudes dos pais

    ? ? 1. Conheço muitas formas de dizer não sem usar a própria palavra.

    ? ? 2. Imponho limites usando afirmações positivas como “Agradeço que ponhas a televisão mais baixa” em vez de “Põe a televisão mais baixa”.

    ? ? 3. Não me esqueço de agradecer aos meus filhos quando me ajudam.

    ? ? 4. Tento fazer mais elogios do que críticas aos meus filhos.

    ? ? 5. Consigo evitar lutas de poder e vitórias/derrotas entre mim e os meus filhos.

    ? ? 6. Tento sorrir e rir com os meus filhos todos os dias.

    ? ? 7. Revelo aos meus filhos o que aprecio neles.

    Análise dos dados: se respondeu sim à maior parte dos itens, continue assim. Se respondeu não em vários, poderá ter de reavaliar alguma coisa!

    Este artigo tem por base o livro “NÃO” de David Walsh (2008), dirigido aos pais e cuja leitura é recomendada.

    Por: Elisabete Pinto

     

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