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    Arquivo: Edição de 15-06-2009

    SECÇÃO: Psicologia


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    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    Transtorno da Personalidade Esquiva

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades.

    Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    A característica essencial do Transtorno da Personalidade Esquiva é um padrão invasivo de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, que começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos.

    Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquiva evitam actividades profissionais ou escolares que envolvam contacto interpessoal significativo por medo de críticas, desaprovação ou rejeição. Ofertas de promoções no emprego podem ser recusadas, porque as novas responsabilidades poderiam ocasionar críticas dos colegas de trabalho.

    Estes indivíduos evitam novas amizades, a menos que tenham a certeza de que serão estimados e aceites sem críticas. As pessoas são consideradas críticas e desaprovadoras, até passarem por rigorosos testes provando o contrário. Os indivíduos com este transtorno não participam de actividades de grupo, a menos que ocorram repetidas e generosas ofertas de apoio e afecto. A intimidade interpessoal frequentemente é difícil para estes indivíduos, embora consigam estabelecer relacionamentos íntimos quando existem garantias de uma aceitação sem críticas. Eles podem agir de modo reservado, ter dificuldade para falar sobre si mesmos e não expressar sentimentos íntimos por medo de serem expostos, ridicularizados ou envergonhados.

    Uma vez que os indivíduos com este transtorno se preocupam com críticas ou rejeição em situações sociais, eles podem ter um limiar acentuadamente baixo para a detecção destas reacções. Podem ficar extremamente magoados com qualquer crítica ou desaprovação, por mais leve que seja. Estas pessoas tendem a ser tímidas, quietas, inibidas e "invisíveis", pelo medo de que qualquer atenção possa trazer degradação ou rejeição. Esperam que, independentemente do que digam, os outros possam considerá-los "errados", de modo que podem não falar em absoluto. Eles reagem intensamente a indícios subtis de gozo ou desprezo. Apesar do anseio de participar activamente na vida social, temem colocar o seu bem-estar nas mãos de outros.

    Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquiva demonstram inibição em novas situações interpessoais, devido aos seus sentimentos de inadequação e baixa auto-estima. Dúvidas envolvendo a sua competência social e atractivos pessoais tornam-se especialmente manifestas em contextos envolvendo interacções com estranhos.

    Estes indivíduos consideram-se socialmente ineptos, sem atractivos pessoais ou inferiores.

    Mostram-se normalmente relutantes para assumirem riscos pessoais ou para se envolverem em quaisquer novas actividades, porque poderiam ser embaraçosas.

    Estas pessoas tendem a exagerar os possíveis perigos de situações comuns, de modo que um estilo de vida limitado pode decorrer de sua necessidade de certeza e segurança. Alguém com este transtorno pode cancelar uma entrevista de emprego pelo medo de ficar envergonhado por não estar adequadamente vestido. Sintomas somáticos ou outros problemas secundários podem tornar-se a razão para evitar novas actividades.

    Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquiva frequentemente acompanham com atenção os movimentos e expressões das pessoas com quem entram em contacto. Os seus modos medrosos e tensos podem provocar ridículo e derrisão, confirmando as suas inseguranças. Estas pessoas sentem-se muito ansiosas acerca da possibilidade de reagirem às críticas enrubescendo ou chorando. Elas são descritas pelos outros como "tímidas", "acanhadas", "solitárias" e "isoladas".

    Os principais problemas associados a este transtorno ocorrem nos funcionamentos social e ocupacional. A baixa auto-estima e a excessiva sensibilidade à rejeição estão associadas à existência de contactos interpessoais restritos. Esses indivíduos podem tornar-se relativamente isolados e em geral não dispõem de uma ampla rede de suporte social que possa ajudá-los a amenizar as suas crises. Eles desejam afecto e aceitação e podem fantasiar acerca de relacionamentos idealizados. Os comportamentos esquivos também podem afectar adversamente o funcionamento ocupacional, pois estes indivíduos procuram evitar situações  sociais que podem ser importantes para satisfazer as exigências básicas do emprego ou para o progresso profissional.

    O comportamento esquivo começa, normalmente, na infância, com timidez, isolamento e medo de estranhos e de situações novas. Embora a timidez na infância seja um precursor comum do Transtorno da Personalidade Esquiva, na maioria dos indivíduos ela tende a dissipar-se com a idade. Por outro lado, os indivíduos que desenvolvem Transtorno da Personalidade Esquiva podem tornar-se progressivamente tímidos e arredios durante a adolescência e início da idade adulta, quando os relacionamentos sociais com pessoas novas assumem especial importância. Existem algumas evidências de que, em adultos, o Transtorno da Personalidade Esquiva tende a tornar-se menos manifesto ou a apresentar remissão com a idade.

    Por: Joana Dias

     

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