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    Arquivo: Edição de 10-07-2008

    SECÇÃO: Cultura


    d a s • a r t e s • e • d a s • l e t r a s

    Ele carregou-a pela mão e pela estrada de uma só via, com árvores de um lado e de outro, com a lua cheia a servir de lâmpada para o caminho. Na primeira bifurcação da estrada, ambos pararam e ele disse-lhe sem olhar-lhe no rosto:

    - Chegámos ao ponto. A partir daqui, seguimos em caminhos diferentes, para lados opostos do mundo.

    Ela seguiu pela esquerda e ele seguiu pela direita. Nenhum dos dois olhou para trás.

    Por: Daniela Ramalho

    Enquanto continuar a chover lá fora eu vou ficar com as minhas mãos dadas nas tuas e vou manter os olhos com a quantidade certa de escuridão. Enquanto continuar a chover eu vou ter a janela fechava e o ar será pesado da respiração prolongada. A música vai continuar a ser esta melodia pesada e parada no tempo. Enquanto continuar a chover eu vou deixar as minhas mãos presas nas tuas.

    Por: Daniela Ramalho

    PELA RAZÃO OU PELA PAIXÃO?

    Se outrora havia uma imposição sobre quem deveríamos amar, hoje também ela existe, embora de uma forma mais indirecta. O que a grande parte ainda não descobriu (talvez porque nunca o sentiu) é o facto de o amor não se escolher: o amor acontece!

    O amor acontece, quando julgamos encontrar alguém com as características físicas e psicológicas que consideramos perfeitas, características que suavizam os seus defeitos. O amor acontece, portanto, a nível do ser e não do ter. Isto significa que a pessoa pode ter sete casas e nove hotéis, mas o que realmente importa é que ela nos dê carinho e atenção. Do que vale ter muitas posses se não temos ninguém que diga que gosta de nós e nos dê um beijo todos os dias? É tão bom sermos amados e saber que, qualquer que sejam as circunstâncias, há sempre alguém que estará connosco.

    No entanto há factores que nos confundem. Por exemplo, o dinheiro pode ser confundido com o amor. A ânsia de ter uma vida estável percorre-nos desde que entramos para a escola e lutamos diariamente para ser os melhores, para mais tarde termos um bom emprego e conseguirmos sustentar-nos a nós próprios. Na realidade, gastamos o nosso tempo a correr atrás de bocados de papel. Logo, é natural que, mesmo dentro de nós admitamos que ser rico traria muita mais comodidade, o que subentendemos ser sinónimo de felicidade. A nossa própria família e todos os que gostam de nós sonham com o nosso triunfo, num futuro sem dificuldades. Por isso eles nos empurram para esta vida que julgam ser melhor. Mas penso que esta atitude é tão injusta como repugnante. O mérito de obter a vida desejável deve ser individual. Ser parasita e viver do sustento do outro é algo imoral.

    Há também uma outra possibilidade de engano quanto ao amor: o desespero da solidão. Um dos maiores medos de qualquer homem é sem dúvida estar só. Foi também desde pequenos que conquistamos os nossos amigos para não brincarmos sozinhos; mais tarde, o rigor da moda ou o ser engraçado era algo a que não podíamos negar, para não sermos rejeitados; por fim, a sedução do parceiro do sexo oposto foi obrigatória, quase que imposta, para não sermos mal vistos. Quem não seguiu estes passos passou certamente por alguns problemas morais e sociais. Há assim muitos que não amam o seu companheiro; são pressionados a escolher.

    Porém, o amor não passa só pela escolha do parceiro, mas também pela vivência com ele. E muitas vezes é esta parte prática que destrói o amor. A falta de comunicação, desentendimentos rotineiros. Conviver não é assim tão fácil.

    Aparte de todos estes problemas que podem afectar qualquer um, deparamo-nos com aqueles casos particulares que são impedidos de seguir a sua paixão por descriminação da sociedade. Estou, sem dúvida, a falar dos homossexuais. É indescritível a posição que todos adquirem perante alguém que simplesmente difere na sua opção sexual. Todos os direitos a que os heterossexuais têm direito deveriam ser-lhes concedidos, afinal o que escandaliza as pessoas é algo também praticado pelos ditos normais. E este pode dizer-se um exemplo perfeito de que o amor acontece. Penso que ninguém gosta de ser rejeitado, por isso aqueles que assumem amar alguém do mesmo sexo, só podem pensar com o coração.

    Em conclusão, por o nosso íntimo escolher o parceiro desejado, por os sentimentos serem valores que se devem sobrepor ao materialismo e por o amor assentar na confiança devemos apostar no amor paixão, pois a razão não nos conduz à felicidade.

    Por: Ana Pedro

     

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