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Edição de 31-01-2025
Jornal Online

SECÇÃO: Ciência


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O que nos dizem os fósseis?

Este mês voltamos a trazer um tema que já nos acompanhou durante alguns meses, os fósseis. Estes exemplares preservados, principalmente, nas rochas sedimentares, que são formadas à superfície da Terra, são verdadeiras janelas para o passado, permitindo-nos compreender a evolução da vida na Terra ao longo de milhões de anos. Estas evidências preservadas em rochas fornecem informações essenciais sobre os organismos que habitaram o planeta, as condições ambientais das eras passadas e as transformações geológicas ocorridas ao longo do tempo. O estudo dos fósseis, conhecido como paleontologia, desempenha um papel fundamental na reconstrução da história da Terra e na compreensão dos processos de evolução biológica.

A formação dos fósseis pode ocorrer de diversas maneiras, incluindo a mineralização, moldagem e preservação em âmbar ou gelo. No entanto, a fossilização é um processo raro, pois exige condições específicas, como o rápido sepultamento do organismo e a ausência de oxigénio para impedir a decomposição. A datação dos fósseis pode ser feita através de métodos como a datação radiométrica e a estratigrafia, permitindo aos cientistas estabelecer cronologias precisas sobre as eras geológicas.

Em Portugal, o património paleontológico é vasto e inclui descobertas de grande relevância internacional. Um dos exemplos mais emblemáticos é o do dinossauro Lourinhanosaurus antunesi, um terópode carnívoro do Jurássico Superior, cujos restos foram encontrados na região da Lourinhã. Esta área é particularmente rica em fósseis de dinossauros, incluindo ovos fossilizados com embriões, que proporcionaram informações valiosas sobre a reprodução destes animais pré-históricos.

Outro exemplo notável é o Miragaia longicollum, um estegossaurídeo também descoberto na Lourinhã, que se destaca pelo seu pescoço excecionalmente longo em comparação com outros membros do grupo. Esta característica única contribuiu para o conhecimento sobre a diversidade morfológica dos dinossauros herbívoros.

Além dos dinossauros, Portugal alberga também fósseis marinhos de grande importância. A região de Penha Garcia, no distrito de Castelo Branco, é famosa pelos seus icnofósseis, que são rastos deixados por organismos marinhos em sedimentos do Período Câmbrico. Estes vestígios ajudam os cientistas a compreender o comportamento dos organismos primitivos e a evolução dos ecossistemas marinhos.

O estudo dos fósseis tem também implicações práticas significativas. A análise de fósseis microscópicos, como foraminíferos (pseudópodos reticulados com concha) e pólens fossilizados, permite reconstruir antigos climas e compreender as alterações climáticas ao longo do tempo. Este conhecimento é fundamental para prever padrões de mudanças climáticas futuras e para auxiliar na gestão ambiental.

A preservação do património paleontológico é, portanto, de extrema importância. Muitos sítios fossilíferos estão ameaçados pela urbanização, exploração mineral e vandalismo. É crucial investir em programas de conservação e educação científica para sensibilizar a população sobre a importância dos fósseis na compreensão da história da Terra.

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“Descoberta nova espécie de fetos extinta com 300 milhões de anos

Uma equipa de investigadores do Centro de Geociências (CGEO) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu uma nova espécie de fetos com 300 milhões de anos.

O fóssil da planta encontrado nas formações geológicas da região de Anadia, no distrito de Aveiro, corresponde a um feto primitivo já extinto com cerca de 300 milhões de anos. A nova descoberta paleontológica foi publicada na revista Review of Palaeobotany and Palynology.

«Este achado paleobotânico corresponde a uma nova espécie do género Acitheca, um grupo de fetos arbóreos maratileanos da já extinta família Psaroniaceae da ordem das Marattiales, caracterizado pelos seus esporângios alongados e soros sésseis», descreve Pedro Correia, investigador do CGEO e primeiro autor do artigo científico.

A nova espécie, batizada de Acitheca machadoi, é dedicada a Gil Machado, geólogo especializado em Palinologia paleozoica, que estudou detalhadamente a estratigrafia (ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas) e as floras palinológicas da Bacia Carbonífera do Buçaco, incluindo a secção estratigráfica onde o novo fóssil foi descoberto.

Acitheca machadoi conserva esporângios (órgãos reprodutores da planta) em detalhe tridimensional e ainda com esporos in situ. «É uma preservação excecional e raramente encontrada em adpressões (tipo de fossilização por compressão) nas quais os fósseis vegetais do Carbónico desta região se

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Por: Luís Dias

 

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