ENCONTRO DE CULTURAS (3)
O Natal japonês
Em 1552, um missionário basco chamado Francisco Xavier, que aprendeu o português em Lisboa, partiu com os marinheiros portugueses para o Japão e realizou a primeira Celebração de Natal, no país do Sol Nascente, distribuindo no final alimentos para os agricultores pobres.
Com o governo militar do xogunato Tokugawa, que governou de 1603 a 1868, o cristianismo foi proibido no Japão e os cristãos tornaram-se cristãos clandestinos (“Kakuri Kurisutiani”). Qualquer um que praticasse a religião cristã poderia enfrentar crucificação e outros meios de execução como se pode ver no filme de Martin Scorsese “O Silêncio”, baseado no homónimo romance de Shusaku Endo, famoso escritor católico japonês.
Como resultado, os cristãos faziam as celebrações clandestinamente, nas casas e em segredo. Em 1873, no início da era Meiji, o Japão abriu-se ao Ocidente e voltou a ser permitido celebrar, nas Igrejas, o Nascimento de Cristo, mas foi, sobretudo, durante o século XX que o Natal realmente ganhou raízes, no Japão. Uma mercearia de luxo chamada Meijiya, em 1904, apresentou pela 1.ª vez uma árvore de Natal. A loja da moda inspirou os concorrentes a fazerem o mesmo nos anos que se seguiram.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Natal continuou a crescer em popularidade em todo o país e com o crescimento da economia japonesa, na década de 1980, começaram também os japoneses a oferecer presentes.
Hoje, no Japão, “Natal” diz-se “Kurisumasu” (do inglês Christmas), e a saudação “Feliz Natal” é “Merii Kurisumasu” (Merry Christmas) e também para levar os presentes apareceu o Pai Natal a quem as crianças japonesas endereçam cartas com os seus pedidos.
As decorações luminosas
e as árvores de Natal
As decorações de Natal no Japão são inspiradas nas culturas americana e europeia. Muitas empresas e famílias decoram árvores artificiais com ornamentos, sinos e bengalas de doces, mas uma árvore de Natal japonesa também pode exibir cata-ventos, pássaros e animais de origami (pássaros de papel) e lanternas de papel.
Às vezes, as lojas penduram mercadorias nos galhos das árvores de Natal e colocam produtos para venda em forma de pirâmide, decorando-os como se fossem árvores.
No Japão, as luzes de Natal também são penduradas em locais públicos. Em Tóquio, todo o bairro de Marunouchi brilha com luzes. Festivais especiais de luzes (“Iluminárias”) são realizados em várias cidades japonesas como Osaca, Nagoya, Kobe, Kanagawa, Sapporo e Kyoto. Normalmente, as luzes de LED são usadas para fornecer a iluminação festiva, mas alguns locais incorporam lanternas tradicionais japonesas.
As Tradições culinárias
do Natal e Ano Novo
Em muitas partes do mundo, o Natal é um tempo para a família, e o Ano Novo é um tempo para as celebrações com os amigos. Geralmente o dia de Natal, no Japão (onde os cristãos são, apenas, 1,5% da população, cerca de 2 milhões), não é feriado, mas à noite, muitos japoneses participam nas missas vespertinas e do Galo e fazem uma refeição romântica. Fazem férias, nos feriados do Ano Novo que lhe chamam “Oshyougatsu”, com pratos tradicionais da culinária japonesa e visitando os templos xintoístas ou budistas, pedindo sorte para o Ano que começa.
Um jantar de Natal geralmente inclui pedaços de frango frito ou um frango assado inteiro com acompanhamentos e bebem uma bebida chamada “Chanmery”. Esta bebida gaseificada é uma combinação de champanhe e sumo de uva, e geralmente vem em embalagens caprichosas decoradas com personagens de desenhos animados.
Outra sobremesa muito popular é o Bolo de Natal, um bolo de esponja branca com duas camadas e cobertura de chantilly. Os morangos decoram o topo, e alguns padeiros também os adicionam ao recheio.
Muitos japoneses comem também
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Por:
P. Domingos Areais
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