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LER É O MELHOR REMÉDIO (11)
“A Forasteira”, de Olga Merino
Apesar de ter sido publicado em 2020, apenas no decorrer do presente ano a Quetzal publicou a primeira edição da obra “A Forasteira” em língua portuguesa. O romance tem sido classificado como um “western contemporâneo” e é da autoria da escritora catalã Olga Merino, que já foi galardoada com vários prémios literários por outros títulos, de que são exemplo “Cenizas Rojas” (1999) e o seu livro mais recente, intitulado “Cinco Inviernos” (2022). A citação dos títulos na língua original deve-se ao facto de, até à data de hoje, “A Forasteira” ser a única obra traduzida e publicada em língua portuguesa.
A história tem lugar numa aldeia recôndita do interior de Espanha e a protagonista, Ángela, é uma mulher na casa dos cinquenta. “A chanfrada de El Hachuelo”, como também é conhecida pelas pessoas da aldeia, é uma retornada. Já sem pais ou familiares próximos, ela reside sozinha na antiga mansão da família em terrenos vizinhos aos do proprietário de terras mais poderoso da região. É precisamente este proprietário que, logo no primeiro capítulo, é encontrado enforcado numa nogueira. Este suicídio, nada invulgar naquelas terras – “poucos haverá sem um parente ou algum conhecido que tenha tirado a vida a si próprio” – desencadeia, ainda assim, uma inquietação que impele Ángela a fazer uma viagem ao passado da família e a procurar respostas acerca da morte do seu pai, ocorrida em circunstâncias idênticas.
Numa escrita bem torneada e despudorada a autora fala-nos da desertificação do interior e da penosa passagem do tempo, preenchida pelo cochicho, a intriga e a inveja – as coisas típicas de um meio tacanho e mesquinho. Os assuntos que
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