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Edição de 30-09-2024
Jornal Online

SECÇÃO: Ciência


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A importância dos Fósseis para a descoberta do passado da Terra

Os fósseis são uma das mais valiosas ferramentas que a ciência possui para compreender a história do planeta Terra. Estes vestígios antigos oferecem uma janela única para milhões, e até mesmo mil milhões de anos, permitindo-nos reconstruir a evolução da vida, os ambientes passados e os eventos geológicos que moldaram o planeta como o conhecemos hoje.

O termo “fóssil” deriva do latim fossilis, que significa “extraído da terra”. Um fóssil é qualquer vestígio ou resto de um organismo que viveu num passado remoto, conservado em camadas da crosta terrestre. Estes vestígios podem incluir ossos, dentes, conchas, impressões de folhas, marcas de pele e até vestígios de atividades dos organismos, como pegadas ou coprólitos (fezes fossilizadas).

Os fósseis não são apenas restos físicos de organismos, mas também podem ser formas de preservação indireta. As impressões de plantas ou animais em rochas são um exemplo disso. Os fósseis formam-se ao longo de milhões de anos, e a sua preservação requer condições ambientais muito específicas.

A fossilização (formação de fósseis) é um processo raro e complexo que depende de vários fatores. Para que um organismo se torne fóssil, é necessário que, após a sua morte, seja rapidamente coberto por sedimentos, como areia, lama ou cinzas vulcânicas. Este rápido sepultamento impede que os restos se decomponham totalmente, protegendo-os de fatores como a oxidação e a ação de predadores e decompositores.

Com o passar do tempo, os sedimentos que cobrem o organismo endurecem e transformam-se em rochas. Os tecidos orgânicos do organismo podem desaparecer ou ser substituídos por minerais, preservando a forma e a estrutura original do corpo. Em alguns casos, como o âmbar, um organismo pode ficar totalmente preservado sem sofrer este processo de mineralização, mantendo inclusive tecidos moles.

O ambiente também desempenha um papel crucial na fossilização. Ambientes aquáticos, como o fundo dos oceanos ou lagos, são mais favoráveis à formação de fósseis do que ambientes terrestres, onde os restos dos organismos tendem a ser mais expostos aos elementos. As condições climáticas, a composição química dos sedimentos e o tempo também influenciam a qualidade da preservação.

Os fósseis são peças fundamentais no estudo da paleontologia, a ciência que estuda a vida no passado. Através do estudo dos fósseis, os cientistas podem compreender melhor a evolução dos organismos ao longo do tempo, bem como os ambientes em que viveram. Estes vestígios permitem-nos criar uma cronologia da vida na Terra, desde as formas de vida mais simples até aos organismos complexos que hoje habitam o planeta.

Um dos principais contributos dos fósseis é o registo de extinções em massa e mudanças climáticas. Por exemplo, a extinção dos dinossauros, há cerca de 66 milhões de anos, está amplamente documentada através dos fósseis. Esta extinção catastrófica marcou o fim da Era Mesozóica e o início da Era Cenozóica.

Além do seu valor científico, os fósseis desempenham um papel fundamental na educação e na sensibilização pública para a importância da conservação do nosso património natural. Museus em todo o mundo exibem fósseis impressionantes que cativam a imaginação de milhões de pessoas. Os esqueletos de dinossauros, por exemplo, não são apenas uma atração visual fascinante, mas também uma ferramenta poderosa para ensinar sobre evolução, biologia e a história da Terra.

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“Descoberto fóssil raro de planta primitiva extinta na região do Bussaco

Pedro Correia, especialista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu um fóssil de uma planta primitiva que existiu na região do Bussaco há cerca de 300 milhões de anos. O investigador do Centro de Geociências do Departamento de Ciências da Terra (DCT) encontrou um estróbilo fóssil de um novo género e nova espécie de planta articulada extinta – Bussacoconus zeliapereirae gen. et sp. nov. (Sphenophyllales, Polypodiopsida).

A descoberta está descrita no artigo científico “The evolutionary macromorphological novelties of Bussacoconus zeliapereirae gen. et sp. nov. (Sphenophyllales, Polypodiopsida) from the Upper Pennsylvanian of Portugal” publicado no jornal internacional Historical Biology.

Este estudo, liderado por Pedro Correia e realizado em colaboração com Artur Sá, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), permite saber como estas plantas primitivas evoluíram e se adaptaram em ambientes tropicais em mudança durante o final de uma glaciação, no fim do Período Carbonífero, há 300 milhões de anos.

As Sphenophyllales são uma ordem extinta de plantas terrestres articuladas e um grupo irmão das atuais cavalinhas da ordem Equisetales. Estas plantas primitivas eram relativamente pequenas (inferiores a um metro de altura) e produtoras de esporos que existiram durante o Devónico até ao Triássico. A classificação das esfenofilídeas baseia-se principalmente nos seus órgãos vegetativos e reprodutivos (caules, folhas e estróbilos).

«É uma descoberta espetacular, porque este tipo de frutificações de Sphenophyllales são raras no registo fóssil, o qual é muito fragmentado e pouco se conhece sobre a sua verdadeira diversidade taxonómica», revela Pedro Correia, especialista em paleobotânica.

«Os seus esporangióforos secundários e esporângios estão notavelmente bem preservados na matriz rochosa em diferentes ângulos, o que nos permitiu descrever um conjunto de caracteres diagnósticos essenciais para uma comparação próxima com outros estróbilos do mesmo grupo», esclarece o investigador, acrescentando que esta é uma descoberta cientificamente muito relevante que se vem juntar à de uma nova espécie de barata primitiva e outra nova espécie de gimnospérmica, encontradas no mesmo afloramento e recentemente publicadas.

«Estas novas descobertas científicas revelam o

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Por: Luís Dias

 

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