Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 30-09-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 25-06-2024

    SECÇÃO: Ciência


    foto

    A importância dos ecossistemas aquáticos

    Neste mês de junho trazemos um texto, da Universidade de Coimbra, sobre o importante papel dos ecossistemas aquáticos na degradação da matéria orgânica. Este tipo de ecossistemas que inclui, por exemplo, lagos, rios e ribeiros, são componentes vitais do ambiente natural. Estes ecossistemas aquáticos desempenham papéis cruciais tanto na manutenção da biodiversidade quanto na regulação de processos ecológicos fundamentais, como a degradação da matéria orgânica.

    Os ecossistemas aquáticos são, primeiramente, verdadeiros centros de biodiversidade. Lagos, rios e ribeiros abrigam uma vasta gama de espécies, desde micro-organismos até peixes, plantas aquáticas, aves e mamíferos. Esta diversidade biológica é essencial para o equilíbrio ecológico, pois cada espécie desempenha um papel específico no ecossistema, contribuindo para a sua estabilidade e resiliência. Por vezes, uma alteração nesta teia alimentar é o suficiente para desequilibrar um ecossistema.

    Assim, a biodiversidade nestes ecossistemas aquáticos forma complexas redes alimentares, onde organismos de diferentes níveis tróficos interagem. Produtores primários, como algas e plantas aquáticas, convertem a energia solar em biomassa através da fotossíntese. Esta biomassa serve de alimento para herbívoros aquáticos, que por sua vez são presas para os carnívoros. A diversidade de espécies e interações tróficas assegura que os nutrientes e a energia circulem eficientemente através do ecossistema, mantendo a saúde e a produtividade dos habitats aquáticos.

    Como poderão ler no artigo, os rios desempenham um papel fundamental na degradação da matéria orgânica. Este processo é vital para a reciclagem de nutrientes e a manutenção da qualidade da água. Neste ciclo de nutrientes, que ocorre no ecossistema aquático, deve-se destacar o nitrogénio (azoto) e o fósforo que são essenciais para o crescimento das plantas e outros organismos aquáticos. Em ecossistemas saudáveis, os ciclos de nutrientes são regulados de forma equilibrada, prevenindo problemas como a eutrofização, que ocorre quando há um excesso de nutrientes, levando à proliferação de algas e à subsequente diminuição dos níveis de oxigénio na água. Nos ecossistemas aquáticos, a matéria orgânica proveniente de plantas, animais e resíduos humanos é decomposta por micro-organismos, como bactérias e fungos. Estes decompositores quebram a matéria orgânica em componentes mais simples, como dióxido de carbono, água e nutrientes minerais. Este processo é fundamental para a reciclagem de nutrientes, tornando-os novamente disponíveis para os produtores primários. Este processo natural, devido à libertação de gases de efeito de estufa, pode contribuir para as alterações climáticas.

    Os rios e lagos podem, ainda, atuar como reguladores climáticos locais. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar calor, moderando as temperaturas ambientais. Durante o dia, a água aquece mais lentamente do que o solo, e à noite, arrefece mais lentamente, proporcionando um efeito de amortecimento das variações extremas de temperatura. Esta regulação térmica é essencial para o bem-estar de muitas espécies que habitam nas proximidades dos ecossistemas aquáticos.

    A capacidade dos ecossistemas aquáticos de degradar matéria orgânica também contribui para a purificação natural da água. Os riachos e rios funcionam como filtros biológicos, onde a decomposição de matéria orgânica ajuda a remover poluentes e a reduzir a carga de substâncias tóxicas. Este serviço ecológico é crucial para a manutenção da qualidade da água, beneficiando tanto os ecossistemas quanto as comunidades humanas que dependem destas fontes de água para o consumo e atividades diversas.

    Concluindo, a proteção destes ecossistemas deve ser uma prioridade para garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das gerações futuras. Através de esforços concertados de conservação e gestão sustentável, podemos preservar a integridade destes habitats vitais e assegurar que continuem a proporcionar benefícios ecológicos inestimáveis.

    foto
    “Estudo da Science alerta para a necessidade de redução do impacto humano nos ecossistemas aquáticos

    Um estudo publicado na Revista Science, em que participa a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), alerta para a necessidade de redução do impacto humano nos ecossistemas aquáticos.

    Esta investigação contou com a participação de mais de 150 investigadores de 40 países, incluindo Portugal, representado por Cristina Canhoto, professora do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e investigadora no Centro de Ecologia Funcional (CFE), Manuel Graça, professor do DCV e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) e Verónica Ferreira, investigadora do DCV/MARE.

    O estudo estima as taxas de decomposição de matéria orgânica em ecossistemas de água doce (uma fonte de emissões de carbono) a nível global. A decomposição de matéria orgânica produzida pela floresta que ladeia os cursos de água é um processo fundamental nos ribeiros florestados, estando na base das teias alimentares aquáticas.

    O trabalho de campo decorreu em 550 rios de todo o mundo, onde os cientistas levaram a cabo um ensaio padronizado para avaliar a taxa de decomposição de pequenos pedaços de tecidos de algodão (constituído maioritariamente por celulose, um composto vegetal muito abundante na Terra). Com base nestes testes, foram, posteriormente, utilizados modelos preditivos e algoritmos de machine learning para estimar as taxas de decomposição de celulose e de folhas de várias espécies para várias áreas do globo.

    A nível global, este trabalho lança um alerta para a necessidade de redução dos impactos humanos nos cursos de água, o que permitirá evitar a libertação de CO2 para a atmosfera e contribuir para o controlo das alterações climáticas. «Precisamos de minimizar os impactos humanos nas águas doces para gerir de forma mais eficaz o ciclo global de carbono», alertam os investigadores da FCTUC.

    Os resultados deste trabalho mostraram maiores taxas de decomposição em áreas agrícolas densamente povoadas (Estados Unidos, Europa e Sudeste Asiático). O que resulta do escoamento agrícola e urbano é um dos principais contribuidores para o aumento das emissões de carbono responsáveis pelas alterações climáticas.

    «Quando pensamos em emissões de gases de efeito estufa, tendemos a associar às

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

    Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

    Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.

    Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

    Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

    Por: Luís Dias

     

    Outras Notícias

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].