A genética que nos une
A genética é uma área fascinante da ciência que estuda a hereditariedade e a variabilidade dos organismos vivos. No cerne da genética está o estudo dos genes, que são as unidades básicas da hereditariedade e que contêm as instruções para o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. Através da genética, podemos compreender como as características dos organismos são transmitidas de uma geração para outra e como ocorrem as variações dentro de uma espécie. Isto acontece desde o ser vivo mais pequeno até nós, humano.
A importância da genética na evolução das espécies é fundamental. A variabilidade genética é o motor da evolução, pois é através dela que as espécies conseguem adaptar-se ao ambiente em constante mudança e sobreviver ao longo do tempo. Sem variabilidade genética, as populações ficariam vulneráveis a doenças, mudanças ambientais e outros desafios que surgem ao longo da evolução.
Quando pensamos na evolução das espécies, é crucial entender o papel dos genes e da variabilidade genética. Os genes são como as peças de um quebra-cabeças, e a variabilidade genética é o que permite que haja uma grande diversidade de peças disponíveis. Esta diversidade genética é o que permite que as espécies se adaptem e evoluam ao longo do tempo.
Um dos conceitos chave na genética é o da seleção natural, proposto por Charles Darwin. Segundo este conceito, as características favoráveis de um organismo são selecionadas ao longo do tempo, enquanto as desfavoráveis são eliminadas. A variabilidade genética é crucial para este processo, pois é o que proporciona a matéria-prima para a seleção natural agir. Sem variabilidade genética, não haveria diversidade de características para a seleção natural atuar, e as espécies não seriam capazes de se adaptar e evoluir.
Além disso, a variabilidade genética é importante para a saúde das populações. Quanto mais variabilidade genética existir dentro de uma população, mais resistente ela será a doenças e a outros desafios ambientais. Por exemplo, se uma determinada doença afeta apenas os indivíduos com um determinado genótipo, as populações com maior variabilidade genética terão uma maior probabilidade de possuir indivíduos resistentes à doença, garantindo a sobrevivência da população como um todo.
Portanto, é fundamental reconhecer a importância da variabilidade genética na evolução das espécies. Ela é o que permite que as espécies se adaptem e evoluam ao longo do tempo, garantindo a sua sobrevivência e diversidade. Investir na preservação da variabilidade genética é investir no futuro da vida na Terra. Assim, o estudo desta diversidade genética deve ser acompanhado de perto pelas universidades como no trabalho que aqui trazemos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, neste mês de fevereiro.
“Alerta para falta de monitorização da diversidade genética
A diversidade genética é crucial para que as espécies se adaptem às alterações climáticas. Um estudo internacional no qual participou Paulo Célio Alves, docente do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS-CIBIO), mostra que os atuais esforços de monitorização da diversidade genética na Europa são incompletos e insuficientes. Os investigadores têm-se centrado particularmente nas regiões que serão especialmente relevantes para a adaptação ao aumento do calor e da seca.
Publicado recentemente na prestigiada revista Nature Ecology & Evolution, este trabalho analisou a monitorização da diversidade genética na Europa, identificando o que cada país faz e quais e quantas espécies são abrangidas. O estudo foi realizado por 52 cientistas que representam 60 universidades e institutos de investigação de 31 países.
Cada ser vivo do nosso planeta distingue-se dos seus semelhantes por pequenas diferenças no seu material hereditário. Assim, quando o ambiente muda e se torna desfavorável para as populações de organismos, esta variabilidade genética pode permitir-lhes adaptarem-se às novas condições, em vez de se extinguirem ou terem de migrar para outros habitats. Em termos simples, a diversidade genética é, portanto, uma das chaves para a sobrevivência das espécies.
Neste estudo, para além da falta de trabalhos de monitorização genética, os cientistas concluíram que os que existem são fortemente enviesados do ponto de vista taxonómico: “Como era de esperar, encontrámos projetos de monitorização principalmente dirigidos a grandes carnívoros, como o urso pardo ou o lobo, espécies icónicas que também têm relevância política. Não há praticamente informação sobre espécies de outros grupos animais, como por exemplo aves, anfíbios, insetos, moluscos, bem como de plantas. Esta situação de quase total ausência de informação é principalmente preocupante em locais com extremos climáticos e com elevada biodiversidade, como acontece em Portugal”, concretiza Paulo Célio Alves.
Informação crucial para a conservação das espécies
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Por:
Luís Dias
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