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Edição de 25-06-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2023

    SECÇÃO: História


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    FACTOS DA NOSSA HISTÓRIA (7)

    Recordando o Vice-Presidente da 1.ª Comissão Municipal Republicana

    Um dos elementos da Comissão Municipal Republicana de Valongo que assumiu a gestão deste município logo após a implantação da República e que, apesar do pouco tempo em que exerceu o cargo, evidenciou uma bagagem cultural elevada, que bem se manifestou nas suas intervenções foi Luís Marques de Sousa, seu Vice-Presidente. No dia 15 de julho de 1911, há 112 anos, aproveitando a efeméride do dia anterior, resolveu falar sobre a “Tomada da Bastilha”, movimento patriótico francês que ocorreu em 14 de julho de 1789, durante a Revolução Francesa. A Comissão deliberou enviar um telegrama, em francês, para o embaixador da França em Portugal e, duas semanas depois, à reunião da referida Comissão Municipal, seria presente um ofício do consulado francês agradecendo o telegrama enviado pela Comissão, e informando que seria dado conhecimento ao governo francês.

    LUÍS AUGUSTO MARQUES DE SOUSA
    LUÍS AUGUSTO MARQUES DE SOUSA
    Luís Augusto Marques de Sousa foi figura de grande destaque em Ermesinde, Valongo e no Porto, onde fundou e dirigiu o Centro Comercial do Porto, tendo-lhe sido confiado também o Consulado da Sérvia no Porto, tudo no período da 1.ª República. Recusou-se a aceitar o convite para deputado, mas fez parte do 1.º executivo republicano da Câmara de Valongo, como seu Vice-Presidente. O novo executivo camarário era ainda constituído pelas seguintes personalidades: Dr. Joaquim Maia Aguiar (Presidente da Comissão e Administrador); Vicente Moutinho de Ascensão, Jacinto Fernandes de Oliveira e Augusto Dias Marques de Oliveira (Vogais).

    As suas intervenções políticas eram muito interessantes e revelavam uma boa cultura histórica e uma profunda convicção política com o ideário republicano. Manteve-se no exercício do cargo um ano, até outubro de 1911; depois, invocando o facto de não conseguir conciliar as suas funções comerciais com as da vereação, até porque anoitecia mais cedo e as reuniões da Comissão também teriam de ocorrer mais cedo, por dificuldades de iluminação do espaço onde reuniam, decidiu pedir licença por tempo ilimitado.

    Vale a pena referir apenas um ou outro episódio do seu percurso político neste ano em que foi Vice-Presidente da Comissão Municipal Republicana.

    A 14 de novembro de 1910, Marques de Sousa propõe a criação de uma Casa de Correção na Formiga, sendo a sua proposta enviada ao governo provisório. Já no ano seguinte, encontrou-se duas vezes com o Ministro da Justiça, Afonso Costa, e lembrou-lhe esse pedido, conforme se pode ver na ata referente à sessão de 6 de fevereiro de 1911: «Em seguida, tomando a palavra o Vice-Presidente Marques de Souza, disse que, estando em Lisbôa, e tendo sido adiada a manifestação que o Norte projectara fazer ao Ministerio ou Governo Provisorio da Republica, aproveitara a occasião para apresentar os seus cumprimentos, em nome da Commissão Municipal, ao illustre Ministro da Justiça, que agradeceu muito. Mais tarde, por occasião da recente visita do mesmo Ministro ao Porto, falou com S. Ex. sobre a Casa de Correcção que esta Commissão Municipal havia solicitado».

    Na sessão da Comissão Administrativa Municipal de 12 de dezembro de 1910, aproveitando a ausência do Vice-Presidente, o Dr. Joaquim da Maia Aguiar, pôs à consideração da Comissão a questão de uma “ponte”, que foi demolida há alguns anos na atual Rua Miguel Bombarda, de que muitos certamente ainda se lembrarão, procurando legitimar essa construção.

    A intervenção de Maia Aguiar foi do seguinte teor: «Luiz Augusto Marques de Souza construiu ha annos no logar de Souto dos Moinhos, freguezia d’Asmes no intuito de ligar a sua propriedade cortada pela estrada da Ermida á Travagem em ponte de cimento armado. / Da-se porem o caso do referido senhor ter effectuado essa obra sem as necessarias formalidades indicadas pelas instrucções do Governo Civil do Porto de 7 de setembro de 1901. / Mas attendendo a que a Camara d’então se conformou com a construcção da dita ponte, o que está provado pelo seu silencio, não obstante ter tido conhecimento do assumpto pela declaração que verbalmente lhe foi feita pelo proprietario em questão e visto que a referida ponte em nada prejudica o transito publico e até esteticamente nada perde o local, esta Camara sanciona para todos os effeitos a referida ponte, considerando esse trabalho absolutamente legal». Toda a Comissão concordou.

    No dia 19 de junho de 1911 houve uma sessão extraordinária da Comissão Administrativa do Município de Valongo, por sugestão do seu Vice-Presidente, Luís Marques de Sousa, pois era o dia em que a Assembleia Constituinte proclamava a República. Foram enviados telegramas de congratulação ao Governo e à Câmara Constituinte.

    No dia 15 de julho de 1911, na reunião da Comissão Municipal, o Vice-Presidente Marques de Sousa foi nomeado por unanimidade para representante desta Comissão no Colégio Eleitoral do distrito. Foi então que discorreu sobre a “Tomada da Bastilha”, como já acima se referiu, tendo o próprio governo francês tido conhecimento do assunto e manifestado agrado pela sua intervenção.

    A PONTE CONSTRUÍDA POR MARQUES DE SOUSA NA RUA DA ERMIDA À TRAVAGEM
    A PONTE CONSTRUÍDA POR MARQUES DE SOUSA NA RUA DA ERMIDA À TRAVAGEM
    Na sessão da Comissão Municipal de 26 de agosto de 1911 foram feitos elogios a Manuel de Arriaga que, desde o dia anterior, exercia as funções de Presidente da República eleito. Houve intervenções de Maia Aguiar e de Marques de Sousa tendo sido deliberado enviar telegramas ao Presidente da República e ao Governo Provisório.

    O 1.º aniversário da implantação da República foi festejado no Porto, no dia 5 de Outubro de 1911, com a adesão da Comissão Municipal de Valongo. O seu Presidente, Maia Aguiar, e o seu Vice-Presidente, Marques de Sousa, participaram no Cortejo Cívico que se organizou a partir do Palácio de Cristal e em todas as atividades promovidas, inclusive no lançamento da 1.ª pedra para o monumento à República no Porto. Em 1913, Luís Augusto Marques de Sousa seria eleito, por unanimidade, para Presidente da Direção do “Centro Comercial do Porto” importante agremiação de que foi um dos fundadores e dirigentes.

    A 30 de abril de 1913, depois de um

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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