Coruja-das-torres, somos chamados a intervir
Neste mês de fevereiro trazemos, neste espaço de ciência, uma proposta interessante para os nossos leitores: ir para a rua e ajudar a ciência! Neste caso em particular o objetivo é ajudar o primeiro censo nacional de coruja-das-torres, tentando identificar os espécimes que habitam em território nacional.
A coruja-das-torres(Tytofurcata), pertence à família Tytonidae, é uma espécie relativamente comum em Portugal, sendo encontrada em quase todo o território nacional. Com uma presença tão vasta no nosso território, esta coruja pode ser conhecida pelas populaçõeslocais como “mocho-d’orelhas” ou “mocho-galego” e é uma espécie protegida por lei, assim como muitas aves de rapina.A coruja-das-torres é encontrada em quase todos os continentes do mundo, exceto na Antártida e em algumas ilhas remotas. Há várias subespécies que variam em tamanho e cor, dependendo da região em que são encontradas. Esta espécie é uma caçadora noturna que se alimenta principalmente de roedores, mas também se pode alimentar de outros pequenos animais, como insetos e até morcegos.
Sendo uma espécie com uma aparência distinta, com o seu rosto em forma de coração e olhos grandes e negros, a coruja-das-torres tem uma série de adaptações notáveis para a caça noturna. Com uns olhos grandes e em forma de tubo possui uma excelente visão noturna complementada com orelhas assimétricas permitindo uma localização precisa das presas pelo som, mesmo em completa escuridão. Uma característica peculiar desta espécie é a sua capacidade de caçar silenciosamente devido às penas macias que revestem as suas asas e o seu corpo, permitindo que ela voe quase sem emitir qualquer som. Além disso, a coruja-das-torres é uma ave de hábitos solitários, com um comportamento monogâmico, que constrói ninhos em cavidades naturais ou em estruturas abandonadas, como celeiros, torres e igrejas. Consegue pôr entre dois a sete ovos por ninhada, e os filhotes nascem cobertos de penugem de cor branca. A coruja-das-torres é uma ave que se adapta bem a ambientes modificados pelo homem, podendo ser encontrada em áreas urbanas, como jardins, parques e zonas residenciais, bem como em áreas rurais, como campos agrícolas e florestas.
Em Portugal, existem vários projetos de conservação da coruja-das-torres e outras aves de rapina, incluindo programas de monitorização e proteção de ninhos e de habitats, bem como iniciativas de sensibilização e educação ambiental. Apesar de se tratar de uma espécie relativamente comum, a perda de habitat e a poluição são uma ameaça crescente para as suas populações em Portugal e noutras partes do globo. Em muitos países, a coruja-das-torres é protegida por leis ambientais, e há esforços em andamento para monitorizar e proteger as suas populações em todo o mundo.
Na realidade, esta espécie desempenha um papel muito importante no ecossistema onde habita, sendo decisiva no controle populacional de roedores e outros pequenos animais que se podem tornar pragas em terrenos agrícolas. Além disso, esta coruja pode ainda ser um importante indicador da saúde do ecossistema em que vive. Como as corujas são altamente sensíveis à poluição e à perda de habitat, a presença ou a ausência da coruja-das-torres num dado território pode ser um sinal da existência de problemas ambientais.
Agora é deitar mãos à obra e ajudar a ciência. Não deixe de fazer a sua parte, o seu contributo é muito importante.
“PRIMEIRO CENSO NACIONAL DE CORUJAS-DAS-TORRES
A população de coruja-das-torres está a diminuir em Portugal, à semelhança de outras aves típicas de zonas agrícolas. Para conhecer melhor a distribuição e abundância desta espécie no nosso país, o Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora (LabOr-MED) e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) lançam o primeiro censo nacional de coruja-das-torres, que decorrerá entre fevereiro e junho e no qual todos podem participar.
Os organizadores deste primeiro censo nacional de coruja-das-torres convidam os portugueses a participar de duas formas: reportando online os locais onde vejam ou oiçam corujas-das-torres, e participando nos Fins de Semana das Corujas, dias 3, 4, 5, 10, 11 e 12 de março, em que Portugal inteiro irá para a rua, à noite, para ouvir o som inconfundível desta ave.
Os dados recolhidos neste censo ajudarão os especialistas a aferir melhor o estado da espécie no nosso país. Na última década, a coruja-das-torres desapareceu de cerca de metade da área que ocupava em Portugal continental. Nas ilhas, já não há corujas-das-torres na metade oeste da ilha da Madeira nem nas ilhas Desertas. O programa NOCTUA – Portugal da SPEA, que envolve voluntários na monitorização das aves noturnas desde 2009, também revela uma tendência decrescente desta espécie no mesmo período. Segundo Inês Roque, investigadora no LabOr-MED e membro da coordenação do Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas da SPEA, “esta tendência negativa da coruja-das-torres é visível à escala ibérica e poderá estar relacionada com
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Universidade de Évora
Associação Portuguesa de Imprensa”
Por:
Luís Dias
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