ENTREVISTA
Única escola de hóquei subquático situada a norte do país está ligada a Ermesinde pela mão do Clube Zupper
S abia o leitor que a única escola de formação de hóquei subaquático existente no norte do país está diretamente ligada a Ermesinde? Pois bem, nesta edição fomos conhecê-la um pouco e nesse sentido batemos à porta da Associação Clube Zupper, emblema de Ermesinde que há precisamente 8 anos - fez no passado 2 de abril 8 anos desde a sua fundação - criou uma escola de uma modalidade que em Portugal carece ainda de alguma popularidade, desde logo por ser nova no plano desportivo nacional. E para nos apresentar esta escolinha esteve António Silva, que além de atleta, dirigente (é presidente da Assembleia Geral) do Clube Zupper é o coordenador e treinador deste projeto.
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Fotos CLUBE ZUPPER |
A Voz de Ermesinde (AVE): Com 8 anos de atividade a escola de formação de hóquei subaquático tem a particularidade de ser a única a nível do norte do país, e uma das poucas a nível nacional. Como se encontra hoje em dia a escola?
António Silva (AS): Durante estes 8 anos tivemos meninos que entretanto já chegaram a adultos, e neste momento estamos a passar por uma renovação de atletas, sendo que no presente temos cerca de 12 meninos/as, mas com a pandemia e o confinamento estivemos parados, mas esperamos voltar o mais breve possível. Os treinos são realizados às 3.ª e 5.ª feiras, das 21h00 às 22h30, na Piscina Municipal de Valongo e qualquer menino/a que esteja à vontade com a água pode experimentar a modalidade e se gostar e quiser continuar a praticá-la será bem-vindo ao nosso clube.
AVE: Que balanço é que podemos fazer destes 8 anos de vida da escola?
AS: Ao longo destes anos de atividade o balanço é positivo, pois conseguimos fazer meninos/as felizes, poucos em relação a outros desportos, é certo, mas mais felizes certamente e essa é a recompensa de todo o trabalho.
AVE: Esta escola tem a particularidade de receber alunos desde os oito anos até aos 80! Ou seja, é uma escola para jovens e adultos que queiram experimentar esta modalidade, certo? Porque é que seguiram esta filosofia, contrária à vulgar formação desportiva, em que os mais novos são o alvo da formação?
AS: Pois, nós temos as duas vertentes, a escolinha para menores e para adultos, que mais cedo ou mais tarde integram todos o mesmo projeto, pois em Portugal como a modalidade está pouco desenvolvida a competição engloba todos os escalões, e por isso se chamar de uma prova de Elite, de modo a que quem quiser aprender a jogar hóquei subaquático pode procurar-nos.
AVE: O hóquei subaquático é uma modalidade recente em Portugal, e nesse sentido ainda são poucos os clubes, praticantes e competições existentes. Nesse modo, como é que a vossa escola tem posto em prática os conhecimentos que vão sendo adquiridos pelos atletas, ou seja, como ganham experiência competitiva, sobretudo os mais jovens, tendo em conta que não existem ainda torneios oficiais para as idades mais tenras a nível nacional?
AS: Neste momento estamos a tentar que a idade mínima para entrar na competição nacional baixe para os 14 anos, uma vez que temos vários meninos/as com estas idades. Depois fazemos encontros para que eles coloquem em prática todas as valências que adquirem nos treinos. Agora mesmo estamos numa equipa de trabalho da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas, para que o hóquei tente dar um salto no seu desenvolvimento, pois viveu tempos difíceis e perdeu alguns dos poucos atletas que Portugal tinha. Vai ser um trabalho difícil mas vamos tentar. Outro projeto em que estamos a começar a trabalhar é o facto de como o nosso clube tem a modalidade de triatlo estamos a sensibilizar os nossos atletas mais novos a praticar as modalidades que a nosso ver estão todas interligadas e assim obterem mais diversão, mais competências e mais competição, o que os pode tornar ainda mais felizes.
AVE: Já tiraram frutos da vossa formação, desta escola, para a vossa equipa sénior de hóquei?
AS: Sim, em 2019 fomos campeões do Open Nacional, com seis jogadores vindos da formação, e a escolinha é muito importante, pois sem eles não conseguíamos realizar todo o trabalho até aos dias de hoje.
AVE: E a nível de instalações, como é que têm levado “a carta a garcia” num concelho como o nosso em que existem poucas piscinas municipais (?)
AS: Nós treinamos na Piscina Municipal de Valongo, embora não sejam as condições ideais devido à falta de profundidade da piscina, mas já é bom ter a piscina para treinar. Temos o contrato de desenvolvimento desportivo com a Câmara Municipal de Valongo que nos ajuda muito com a cedência das instalações. O único problema que temos é o facto de esta ser uma modalidade desconhecida, difícil e de cativar poucos meninos, pois não é uma modalidade da moda, mas é uma modalidade fantástica.
AVE: Entretanto veio a pandemia e estragou tudo…
AS: Nesta pandemia durante os confinamentos estivemos e estamos parados, ministramos treinos pelas várias plataformas (digitais) para tentar manter os atletas ativos, e estão todos ansiosos por regressar. Fizemos vídeos e algumas brincadeiras para dizer que estamos vivos e ativos.
AVE: Como já dissemos o hóquei subaquático é uma modalidade nova no país e como tal ainda pouco conhecida. O que falta na vossa opinião para que a modalidade possa dar um salto maior em termos de competitividade e ao mesmo tempo popularidade?
AS: Um maior trabalho a nível federativo, pois eles (federação) têm mais valências e competências que os clubes e acho que deixaram morrer um pouco o hóquei subaquático. Como disse anteriormente há neste momento um grupo de trabalho para ver se conseguimos revitalizar a modalidade.
AVE: Para terminar, o que diriam aos ermesindenses para levá-los a experimentar esta modalidade no vosso clube e neste caso na vossa escola?
AS: Se gostam de água e querem praticar uma modalidade fantástica, estamos de braços abertos para vos receber.
Por:
Miguel Barros
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