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    Arquivo: Edição de 10-12-2009

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Autismo

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    O Autismo é uma das Perturbações Globais do Desenvolvimento, havendo ainda outros transtornos deste tipo: a Perturbação de Rett, a Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância, a Perturbação de Asperger e a Perturbação Global do Desenvolvimento sem outra especificação.

    No autismo existem três áreas que são afectadas: a comunicação, a interacção social e o comportamento.

    As alterações na comunicação verificam-se ao nível das competências verbais e não verbais que incluem dificuldades em iniciar e manter uma conversa, linguagem estereotipada e utilização de palavras repetitivas, alterações ao nível da entoação, da velocidade, do volume e do ritmo, que são inapropriados para a idade de desenvolvimento. Existem também alterações na linguagem compreensiva e dificuldades em compreender ordens simples e em seguir instruções. Estas crianças brincam de uma forma monótona, com pouca imaginação, falta de espontaneidade e variabilidade (Tridapalli; Rodríguez-Barrionuevo & Rodríguez-Vives, 2002).

    Na interacção social verificam-se dificuldades em manter o contacto visual directo, assim como a expressão facial e gestos corporais que regulam a interacção social. Estas crianças demonstram também dificuldades em desenvolver relações com crianças da sua idade. Evidenciam falta de partilha espontânea com os outros, falta de reciprocidade social e emocional, demonstrando preferência em brincar sozinhos em vez de brincarem com outras crianças (Tridapalli; Rodríguez-Barrionuevo & Rodríguez-Vives, 2002).

    Relativamente ao comportamento estas crianças demonstram actividades e interesses restritos, estereotipados e repetitivos. São pouco flexíveis a rotinas e rituais específicos, manifestam movimentos corporais estereotipados e repetitivos e preocupação excessiva por determinados objectos (Tridapalli; Rodríguez-Barrionuevo & Rodríguez-Vives, 2002).

    É importante referir que o autismo não resulta de factores emocionais ou familiares, mas sim de disfunções físicas do cérebro (Gauderer, 1997).

    A avaliação do autismo deve ser realizada em equipa transdisciplinar (terapeuta da fala, psicólogo, fisioterapeuta e neurologista) com o objectivo de observar vários aspectos do desenvolvimento infantil e delinear o plano de intervenção (Tridapalli, 2004).

    A intervenção abrange a linguagem, aspectos cognitivos, o desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas e a estimulação do desenvolvimento social e comunicativo. Este último aspecto abrange a utilização de sistemas de figuras, meios visuais, auditivos e tácteis e de dispositivos de comumunicação informáticos (desde que não sejam utilizado excessivamente), o incentivo da fala e do desenvolvimento de competências imaginativas (Bosa, 2006).

    Tal como a avaliação também a intervenção deve incluir profissionais de várias áreas, tais como terapeuta da fala, terapeuta ocupacional e psicólogo.

    Na escola, é importante que o ensino à criança autista seja adequadamente estruturado e individualizado de forma a facilitar a aprendizagem destas crianças. Esta estruturação inclui a estrutura física da sala de aula (como a disposição dos materiais), a organização visual (instruções escritas e figuras), o horário de actividades, o planeamento de actividades novas e a alternância entre actividades mais fáceis e mais dificeis (Schopler, 1997).

    É essencial que se dê apoio e orientação terapêutica à família, fornecendo-lhe informação sobre esta perturbação, sobre como se relacionar com a criança, ajudando assim estas famílias a lidar com a situação e com as emoções daí decorrentes. É ainda importante que estes pais sejam orientados de forma a darem continuidade ao trabalho terapêutico realizado pelos profissionais que acompanham a criança (Bereohff, 1997). A colaboração entre pais e profissionais deve também ter o objectivo de defender os direitos sociais das crianças autistas, promovendo a compreensão da sociedade em relação às necessidades das crianças e incentivando a criação de serviços de qualidade como programas para ensino pré-escolar, educação especial nas escolas e colocação de sujeitos autistas no mercado de trabalho (Schopler, 1997).

    O aumento de informação sobre esta patologia e a consequente compreensão sobre a mesma conduz a uma maior integração destas crianças, futuros adultos na nossa sociedade.

    Por: Joana Pinto*

    (*) Psicóloga.

     

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