A Energia: um factor de Produção? (1)
No Plano Oficial de Contabilidade, os fornecimentos de Energia vêm na primeira linha da lista, do universo de fornecimentos e serviços às Empresas e Organizações. Certamente tal decorre da importância que reveste este elemento para toda a actividade económica e para Vida.
A Energia constitui-se como um input vital em qualquer processo produtivo; e à vida das pessoas em geral e das sociedades.
A Energia é hoje em dia, um bem fundamental à sobrevivência dos indivíduos, colocando-a na mesma linha do Ar, da Água potável, ou dos cereais como base alimentar dos povos. Tal como estes elementos, a Energia deveria ser considerada, numa concepção económica social Marxista, um Bem Público, por isso, não sujeito a pressões especulativas, por vezes geradas pelo mercado de concorrência menos perfeita.
Assim, surge a Electricidade e os Combustíveis como os principais elementos energéticos de consumo, e o seu valor reflecte os custos de transformação e de distribuição. Estamos a atravessar uma fase de uma grande revolução ao nível do aproveitamento das fontes energéticas, que vem na consequência da grande crise petrolífera e das preocupações ambientais, e das emissões para a atmosfera de produtos poluentes que perigam o nosso Planeta.
Portugal encontra-se, numa posição de vantagem face a muitos outros países, dada a possibilidade de aproveitamento de variadas fontes energéticas, como a solar, a emergia eólica, a energia das marés ou das ondas. Há que fazer o devido reconhecimento, das iniciativas de aproveitamento destas energias renováveis e alternativas, que têm sido promovidas pelo Governo português com resultados efectivos e de uma importância assinalável à qual não é dada, por vezes, o devido valor.
Esta é uma problemática muito polémica, onde são jogados múltiplos interesses que poderão por em causa, outros interesses monopolistas e de cartel, já instalados, em relação aos quais o Estado deverá assumir uma posição de grande superioridade, face às pressões económicas, atraídas por conveniências camufladas e demagógicas, por tratar-se de novos produtos e novos métodos ou concessões, que deverão ter sempre em consideração a essência da Democracia e o mais soberano dos interesses.
Por: José Quintanilha
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