Romãzeira (Punica granatum)
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Fotos LUÍS LAGE |
A romã, fruto de Hera e de Afrodite, é sem dúvida o fruto por excelência para simbolizar a fecundidade, a multiplicação dos seres, o desejo.
Planta da antiga Pérsia, foi cultivada, usada e admirada por todo o mundo antigo e medieval, não só como alimento, mas também como planta medicinal e, sobretudo, pelo valor simbólico que lhe foi atribuído ao longo do tempo.
Para os Judeus, a romã é símbolo religioso com profundo significado. Nos rituais da passagem do Ano Novo Judaico é costume “colocar sementes da romã debaixo do travesseiro”, afim de atrair sorte, saúde e dinheiro para o ano que se inicia.
No dia de Reis a romã é lembrada como símbolo de vida, não esquecer que as romãs têm uma pequena coroa…
No ano novo das árvores, quando se inicia um novo ciclo da natureza vegetal, “utilizam-se os sete frutos referidos na Torá, trigo, cevada, uvas, figos, romã, azeitonas e tâmaras, em louvor à fartura na terra”.
Na idade Média é referida em contos e fábulas de vários países.
Na arte cristã ela aparece associada ao símbolo da “esperança, prosperidade e riqueza”.
A beleza das romãs é cantada por poetas, citada por eruditos e pelo povo, que tantas vezes a associam à mulher amada, ao encantamento e sobretudo ao desejo.
Reguengos
Já pesam as romãs semi-abertas
nas romãzeiras molhadas
caíram as chuvas da tarde
aguardam-se os beijos fatais
que só os anjos concedem
bagos vermelhos
em bocas apetecidas
jardim de Inverno
onde se perdem as vozes
onde se abrem feridas
onde secretamente
mais árvores são plantadas
(Y.K.C., in Mealibra, revista do Centro Cultural do Alto Minho, 2005)
Por:
Fernanda Lage
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