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    Arquivo: Edição de 30-11-2007

    SECÇÃO: Psicologia


    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    Cancro da mama

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades. Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    O cancro da mama é a forma mais comum de cancro na mulher.

    As taxas de incidência têm vindo a subir na segunda metade do século.

    Apesar dos avanços em termos de diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a principal causa de morte das mulheres entre os 35-55 anos de idade. Na Europa, quase 20% de todas as mortes de causa oncológica são devidas ao cancro da mama.

    Há alguns factores de risco que contribuem para aumentar a probabilidade de desenvolver a doença, como por exemplo, história de antecedentes familiares, envelhecimento, exposição a agentes cancerígenos, não ter tido filhos, ou ter tido o primeiro filho após os 30 anos.

    O auto-exame (palpação mamária) é fundamental na detecção do cancro da mama. Na maior parte das vezes o caroço é pequeno e firme, não doloroso, embora algumas mulheres refiram perda de sangue (ou outros fluídos) através do mamilo, dores ou alteração no tamanho, bordo ou posição do mamilo.

    O diagnóstico pode ser confirmado pelo médico através de palpação, mamografia ou biópsia (extração de uma parte de tecido mamário para análise).

    Os tratamentos são diversos e podem incluir quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou terapia hormonal.

    É muito importante o tipo de informação que se fornece à doente para que esta possa escolher o tratamento que prefere, estando consciente dos riscos e benefícios de cada uma das modalidades.

    O acompanhamento psicológico da mulher e da sua família também é fundamental, desde o momento de diagnóstico até ao final (ou depois) dos tratamentos.

    Esta doença apresenta-se como uma ameaça à integridade física e psíquica da mulher, manifestando-se como uma ameaça à vida, luto pela perda de uma parte do corpo, diminuição da auto-estima, afectando a sexualidade e feminilidade da doente. Traduz-se num elevado desconforto psicológico, provoca uma mudança nos padrões de vida, medos e preocupações relacionadas com a cirurgia, bem como medo da morte.

    Por outro lado, os familiares que residem com o doente são os mais afectados pela doença. Surgem mais interacções negativas, especialmente com os filhos, que podem despoletar problemas emocionais. Dificuldades económicas também podem surgir quando o doente é o principal sustentáculo da família.

    Ao nível do relacionamento do casal, é costume ocorrer uma inversão de papéis, isolamento social, sentimento de incompetência, irritabilidade, bloqueio emocional e afectivo, sensação de inutilidade, culpa e frustração. Os níveis de ansiedade do cônjuge são semelhantes aos da parceira e verifica-se também afectação da sexualidade.

    A adaptação psicológica é mais complexa quando a relação entre o casal é instável, mas raros são os casos que culminam em divórcio, servindo a doença para fortalecer ainda mais a relação entre ambos.

    O objectivo principal da intervenção psicológica (individual) é dar resposta às necessidades psicológicas que as doentes manifestam ao longo das diferentes fases da doença. A intervenção com a família permite o esclarecimento de dúvidas, medos e receios, providencia apoio emocional e uma rede de apoio à doente, podendo também, em fase terminal, fazer a preparação para o luto. O apoio pode continuar a ser dado mesmo após a morte da doente.

    Posto isto, é importante intervir, fornecendo à doente informações para uma escolha racional e deliberada, que lhe permitam optar pelo tratamento que considera menos aversivo, ajustando-se a uma doença que, à partida, não tem um prognóstico reservado e fatalista.

    Remeto para algumas associações que poderão ser úteis:

    Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama

    Vencer e Viver - Grupo de apoio a mulheres com cancro da mama

    LAÇO - Associação de voluntariado para a luta contra o cancro da mama

    Liga Portuguesa contra o Cancro

    Por: Joana Dias

     

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