SECÇÃO: Cultura

Filipe Bacelo marca presença na XX edição do Festival Literário Outono Vivo

«Escrever, para mim, sempre foi uma tentativa de dar sentido ao que nos atravessa. Nunca pensei que as minhas palavras viajassem tão longe, mas este crescimento de leitores lembra-me que, no fundo, não escrevemos apenas para nós. Escrevemos para alguém que, algures, ainda não conhecemos», confessou Filipe Bacelo que pela primeira vez ruma à ilha Terceira.

Recorde-se que o mais recente livro do escritor ermesindense é um convite à introspeção e à partilha de silêncios. Entre memórias, perdas e reencontros, o autor constrói uma narrativa onde o íntimo se torna universal e onde cada leitor encontra um espelho possível para as suas próprias emoções.

«Este livro nasceu de uma urgência: falar do que permanece quando tudo o resto se desfaz. Falar do amor que resiste, da esperança que se reinventa, da fragilidade que nos aproxima uns dos outros. Escrevi-o com a consciência de que há palavras que nos sobrevivem», explica Filipe Bacelo.

A presença no Festival Literário Outono Vivo representa um marco no percurso do autor, como o próprio faz questão de vincar, não só pelo simbolismo da viagem até aos Açores, mas também pelo diálogo com um público que tem crescido de forma constante e orgânica.

«Quando comecei, não imaginava que a minha escrita pudesse atravessar fronteiras. Cada mensagem que recebo, cada leitor que encontro, faz-me perceber que há algo maior do que o próprio livro: são as vidas que se cruzam através dele. Levar este trabalho à Terceira é mais do que um convite, é uma celebração dessa partilha», diz.

O Outono Vivo, considerado um dos mais importantes encontros literários do país, reúne autores, leitores e amantes da literatura, criando espaços de conversa e reflexão. A sessão de Filipe Bacelo acontece no dia 2 de novembro e promete ser uma experiência intimista, onde as palavras respiram para além das páginas e se tornam encontro.

HOMENAGEM NA MAIA

Entretanto, no passado dia 27 de setembro, Filipe Bacelo foi homenageado num encontro literário realizado na Biblioteca Municipal Doutor José Vieira de Carvalho, na Maia. Esta homenagem foi promovida pelo Grupo Asas de Poesia, que levou a cabo uma tarde literária em que a obra do escritor ermesindense Filipe Bacelo foi laureada. O encontro dividiu-se em dois momentos: a primeira parte foi dedicada à leitura e partilha da poesia de Filipe Bacelo, reconhecido pela escrita intimista e sensível, marcada por temas como o amor, a memória e a esperança. Na segunda parte, o público pôde desfrutar de um espaço de poesia livre, dando voz à diversidade criativa dos participantes, onde foram declamados poemas do autor.

Entre os declamadores estiveram presentes António Portela, Cristina Pessoa, Cândida Quintas, Adília Gonçalves (convidada), Manuela André e Rogério Barbosa. A música teve também lugar de destaque, com as atuações de Orlando Mesquita e António Portela, bem como a participação especial da convidada Laurinda Dias.