VAMOS FALAR DE ASSOCIATIVISMO (85)
O Associativismo tem futuro
Realizou-se no passado dia 24 de maio, em Matosinhos, a VII Convenção Associativa, com o lema “Associativismo tem futuro”.
Decidida a sua realização, e após um período de vários meses de reflexão entre a certeza e a incerteza sobre a importância de avançar com a iniciativa, foi finalmente possível concretizá-la, enquadrando-se nas comemorações do Dia Nacional das Coletividades, celebrado a 31 de maio, através de uma das várias ações promovidas no Norte do país.
O lema escolhido, “Associativismo tem futuro”, envolveu na sua preparação as nossas Estruturas Associativas do Porto, Gaia, Valongo, Gondomar e Matosinhos, bem como a Confederação Portuguesa das Coletividades e a Academia das Coletividades do Distrito. Esta escolha evidencia a nossa preocupação em colocar a questão, não por haver dúvidas quanto à continuidade do movimento associativo, mas pela necessidade de todos nos questionarmos sobre o que fazer para reforçar, continuamente, a nossa estrutura organizativa.
Projetou-se, assim, nesta VII Convenção Associativa, a necessidade de nos reunirmos com o claro objetivo de valorizar este Movimento Associativo, refletindo sobre quem representamos, quais as nossas necessidades, e a nossa capacidade de avaliação dos aspetos mais críticos das respostas a dar. Tudo isto com o propósito de promover o crescimento associativo, numa lógica de prestação de contas, democracia e transparência.
COMO RESPOSTA ÀS CRISES QUE SEMPRE EXISTIRAM
É verdade. Sempre foram dolorosas, mas também sempre temporárias e passageiras. Apesar dos prejuízos causados, deixaram rastos de recuperação a médio prazo, graças à vontade das coletividades, dos seus dirigentes e associados, bem como às necessidades das nossas populações, às quais se responderam com soluções positivas.
Apesar das dificuldades, os dados do INE demonstram continuamente o crescimento de novas associações, com características e atividades distintas, contrariando, em números, a perceção do seu decréscimo.
É também verdade que, antes e depois de Abril de 1974, período de enorme crescimento associativo em Portugal, se assistiu à criação de milhares de novas coletividades e dirigentes, envolvendo centenas de milhares de associados e praticantes, oferecendo cultura, desporto e recreação às populações a uma escala muito maior. Esse crescimento permitiu ainda a disponibilização de milhares de dirigentes experientes para o Poder Local Democrático, a partir das eleições autárquicas de 1976.
É certo que este espantoso crescimento, a par da cedência de quadros dirigentes, viria, mais cedo ou mais tarde, a criar novos desafios e dificuldades à sustentabilidade das nossas coletividades.
Se olharmos apenas para um século de existência da Confederação, em construção, crescimento e reorganização permanentes, constatamos que as sucessivas crises colocaram sempre à prova a nossa capacidade de resiliência, essa palavra tão em voga para descrever a nossa força de adaptação e resposta às mudanças e dificuldades. E isso foi possível graças à teimosia criativa dos dirigentes de todas as épocas.
Basta olharmos para as crises que mobilizaram centenas de milhares de cidadãos e despovoaram vastos territórios nacionais, para perceber o seu real impacto: as I e II Guerras Mundiais, as limitações impostas pelo fascismo e o seu crescimento, a guerra colonial em África, que mobilizou milhares de jovens, bem como a mão de obra emigrante para as colónias, a emigração para a Europa e outros destinos, as crises económicas, o desemprego em vários períodos pós-25 de Abril, e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19 e os conflitos armados internacionais. Tudo isto ajuda a compreender as dificuldades atuais, mas também a nossa persistência em continuar a defender a causa associativa.
DEFINIR OBJETIVOS E PROPOR SOLUÇÕES
Se, após Abril de 1974, crescemos imensamente, ganhámos conhecimento, responsabilizámos novas gerações, estruturámos a nossa orgânica de gestão associativa e conquistámos uma dimensão representativa a nível nacional, também verificámos que, ao longo das décadas, os avanços e recuos, as entradas e saídas de dirigentes nos obrigaram a refletir, com espírito formativo, sobre como melhorar o nosso funcionamento em geral.
Temos consciência das nossas capacidades e dificuldades atuais. Ao propormos discutir o futuro do associativismo, assumimos o
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Adelino Soares*
* CPCCRD
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