A Expoval não é mostra de coisa nenhuma. Sabemos que o tecido produtivo do país tem vindo a ser conscientemente desmantelado pelos sucessivos governos vira-o-disco-e-toca-a-mesma. No entanto...
Onde estavam os produtos agrícolas de Valongo, que tem ainda, apesar de todo o desastre, agricultura? O pavilhão da Cooperativa Agrícola e da Direcção Regional de Agricultura ostentavam o miserabilismo do costume.
Onde estava o pão, a boroa, as regueifas, tão típicas de Valongo, os biscoitos tradicionais? Não vi lá nada disso.
Onde estava representada a indústria da lousa e os seus produtos, apesar de hoje muito reduzida em relação ao que já foi?
Onde estavam os produtos de algumas fábricas têxteis que ainda aqui laboram? E os produtos da LEAR, por exemplo? (apesar de ser uma unidade (multinacional) em vias de fechar).
E a indústria de mobiliário e de madeiras, que também existe no concelho?
E os brinquedos de lata e madeira, também só lá vi dois ou três, envergonhados numa vitrine.
E sendo Ermesinde um nó ferroviário importante, não seria importante dispor a CP de um pavilhão nesta mostra?
E outras coisas.
Como mostra de actividades económicas, a Expoval é duma pobreza confrangedora. Aquilo era uma exposição de escaparates de casas de comércio, de serviços camarários (convém) e pouco mais.
Havia que fazer um trabalho sério e continuado de estudo e levantamento das actividades produtivas realmente existentes e incentivar e ajudar as empresas a vir expôr os seus produtos.
Assim talvez pudéssemos visitar uma mostra de actividades económicas que mostrasse outra realidade, que não aquela.
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