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Foto MIGUEL BARROS |
Moradores da João de Deus há ano e meio "emparedados" atrás de um stand de vendas
Imagine o leitor que lhe punham à frente da sua janela melhorando-lhe assim, e de que maneira!, a paisagem de que lá avistava – um stand de vendas, pré-fabricado, como aquele que pode apreciar nas fotografias.
Se o leitor fosse muito, mas muito paciente, até poderia concordar que o referido stand pudesse ficar algum tempo no referido local, até ser retirado para outro sítio mais apropriado.
Bom, foi mais ou menos isto que aconteceu a alguns dos moradores da Rua João de Deus. Só que o stand da Factor Casa foi ficando e ficando, até levar ao desespero os moradores do prédio – sobretudo os do rés-do-chão, que ali ficaram como que “emparedados”.
A Câmara de Valongo, evidentemente, contactada a propósito, já há muito que deu razão aos moradores, dando ordens para que o barraco fosse dali removido.
...E era pra já, caso a Factor Casa não tivesse entretanto recorrido e fazendo protelar por mais algum tempo a resolução do caso.
O que, diga-se em abono da verdade, não acham que é uma péssima propaganda para uma empresa que é suposto que defendesse padrões de qualidade de matéria de habitação?.
E também é de nos rirmos às gargalhadas só de vermos como se multiplicam casos como este de “barracos inestéticos” – no dizer do próprio presidente da Câmara Fernando Melo – e que acabam por se eternizar na paisagem da Cidade, quando se protestou tanto contra o bem menos tosco stand de propaganda (de carácter provisório) que o PS colocou na campanha das autárquicas em vários locais do concelho. É uma duplicidade que permite – será fácil de concordar – alguma indignação.
O SOL NEM AOS QUADRADINHOS
Munícipes como o senhor Alfredo Pinto, morador de uma habitação no rés-do-chão encoberto pelo stand da Factor Casa têm andado nesta vida, a correr para a Câmara, a tentarem falar com o vereador responsável, sem verem a sua situação, que se arrasta há mais de dois longos invernos, em vias de ser resolvida. Aliás, queixa-se de que até há algum tempo, nem era muito fácil encontrar um interlocutor disposto a ouvir as suas queixas. Ele e os outros moradores na mesma situação.
Desesperado, ao senhor Alfredo Pinto até já lhe passou pela cabeça fazer um disparate – rebocar o stand para o meio da rua e depois queria ver se se interessavam ou não pelo caso.
Mas quando ganhava algum sangue frio, via logo que isso só lhe iria causar um grande trinta e um e, no fim, quem se ficava a rir ainda era o dono do stand.
Vai daí, o senhor Alfredo Pinto decidiu outra coisa: vir-nos contar a sua história.
O leitor também gostava que lhe pusessem assim um barraco à frente da janela?
Por:
LC
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