Sofia de Freitas (CDU) eleita presidente da Mesa da Assembleia Municipal
A eleição da Mesa da Assembleia Municipal de Valongo, que decorreu na passada quinta-feira, com início cerca das 20h00 (após a tomada de posse dos eleitos no Fórum Vallis Longus), voltou a trazer a incerteza e o dramatismo ao salão nobre dos paços do concelho de Valongo.
Numa votação que se anunciava disputada e incerta, Casimiro de Sousa (PS) e Campos Cunha (PSD//PP) disputavam a presidência da Mesa da Assembleia Municipal, com a candidatura outsider de Sofia de Freitas, proposta pela CDU.
Após um empate a quinze votos, a coligação de direita retirou o seu candidato e apostou em Sofia de Freitas para impedir o candidato da lista mais votada para a Assembleia Municipal, Casimiro de Sousa, de chegar à presidência da Mesa.
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Foto MANUEL VALDREZ. Sofia de Freitas, Casimiro de Sousa e Campos Cunha. |
Como lhe competia, enquanto cabeça-de-lista do partido mais votado para a Assembleia Municipal, Casimiro de Sousa deu início aos trabalhos da eleição da Mesa para a Assembleia Municipal de Valongo. Pediu, para o secundarem nos trabalhos da Mesa, um elemento de cada partido e juntaram-se--lhe então Campos Cunha e Sofia de Freitas.
Logo de imediato o Partido Socialista anunciou que propunha a eleição da Mesa pelo método de listas, vindo depois CDU e a coligação PSD/PP a proporem antes a eleição nominal.
Seria o primeiro embate da noite, com a votação da proposta do PS a decorrer de seguida e a averbar uma derrota por 17 votos contra 15.
Ficava também aqui desfeito o tabu do sentido de voto de vários membros da Assembleia (para além da CDU), como o de Fernando Monteiro do Bloco de Esquerda, que votou a favor da proposta do PS, e Arnaldo Soares (o presidente da Junta de Freguesia de Alfena, eleito pela lista “Unidos por Alfena”) – votou com o PSD contra a proposta do PS.
PRIMEIRA VOTAÇÃO
Passou-se então à apresentação dos candidatos que disputariam individualmente a presidência da Mesa da Assembleia, tendo PS, PSD//PP e CDU curiosamente apresentado como candidatos precisamente os elementos que então estavam provisoriamente na Mesa: Casimiro de Sousa, Campos Cunha e Sofia de Freitas.
Realizada a votação, secreta, verificou-se um empate entre as candidaturas de Casimiro de Sousa e Campos Cunha (15 votos cada), com Sofia de Freitas muito longe (apenas os 2 votos da CDU).
Verificado o resultado, o Grupo Municipal do PSD pediu de imediato a interrupção dos trabalhos para apreciar a situação.
É que, se se mantivessem os resultados da primeira votação – a lei obriga à repetição desta – Casimiro de Sousa seria eleito presidente da Mesa por ser o candidato da lista mais votada, como determina o sistema de desempate previsto na lei.
A interrupção, que durou cerca de 20 minutos, em vez dos 5 pedidos pelo PSD, provocou os protestos veementes da bancada do PS.
O próprio Casimiro de Sousa criticou o desrespeito pela Assembleia do Grupo Municipal do PSD.
Declarações de indignação do PS e «desculpas pela demora embora justificada», do PSD, até que este Grupo Parlamentar anuncia a desistência de Campos Cunha, não sem antes ter havido consultas nos bastidores a Sofia de Freitas.
Perceberam os socialistas ter-se concluído um acordo entre PSD/PP e CDU, tendo então Diomar Santos insistido na ideia de que não podia haver desistências, pois se iria fazer, segundo a lei, uma mera repetição da votação e não uma nova eleição, ameaçando mesmo, se tal se concretizasse, a impugnar a eleição.
Sagaz, foi José Caetano (CDU) quem interveio a seguir, ajudando o Grupo Parlamentar do PSD a perceber que não tinha necessidade de retirar a candidatura de Campos Cunha (de facto bastava-lhe apenas votar em Sofia de Freitas).
SEGUNDA VOTAÇÃO
Com as três propostas de novo à votação, e sem que viesse a verificar-se qualquer surpresa, a candidatura de Sofia de Freitas recolheu 17 votos, contra 15 de Casimiro de Sousa e 0 de Campos Cunha.
Não tendo querido o PS apresentar candidaturas a primeiro e segundo secretário da Mesa, vieram a ser eleitos Campos Cunha (16 votos a favor, 11 brancos e 3 nulos) e Olívio Cruz (16 votos a favor, 9 brancos e 3 nulos).
Alguns deputados do PS abandonaram a sala.
Por:
LC
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