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Visita à Tocha

O grupo de jovens católicos da Paróquia de Ermesinde "Sol Nascente", levou a efeito, no passado dia 26 de Junho, mais uma visita ao Centro de Reabilitação Rovisco Pais, na Tocha, onde se encontram internados alguns doentes vítimas de lepra.

Por ocasião da visita fizeram a entrega de um cheque de 14 526,00 euros, produto dos donativos recolhidos ao longo de três meses (Dezembro, Janeiro e Fevereiro passados, em diversas paróquias, para além de Ermesinde - Agrela, Fão e Fonte Boa (Esposende), Maia, Gemunde, Nogueira da Maia, S. Pedro de Fins, Gandra (Paredes), Sobrado, Susão.

O grupo exprime a sua profunda gratidão, em primeiro lugar aos párocos, pelo acolhimento, e às comunidades pela generosidade e sentido da partilha.

Domingo, dia cheio de sol, começam a chegar ao Centro de Reabilitação Hospitalar Rovisco Pais, na Tocha, pessoas vindas um pouco de todo o lado, novos e menos novos, que querem passar o Dia do Senhor em comunhão uns com os outros e, de modo particular, com os doentes ali residentes, vítimas da lepra.

Por volta das 10h30 demandam aquele lugar tão aprazível diversos grupos de pessoas que se fazem transportar em camionetas e carros particulares. A receber as pessoas ali está, como sempre presente, a Dra. Madalena. Cada um trata de abancar num qualquer sítio, já que ali todos os lugares são muito agradáveis. Todos parecem irradiar alegria, a condizer com o dia lindo que se faz sentir.

E se a intenção trazida era o contacto com os doentes, para eles de facto vão as primeiras atenções e gestos de carinho de todos. O Hospital é “inundado” pelos visitantes. Nota-se uma grande alegria nos rostos dos doentes. Os jovens com a sua alegria contagiante até cantam e tocam viola para eles. Entregam-se pequenas lembranças aos doentes e toca a andar que é quase meio-dia e a celebração da Eucaristia está para começar.

E assim acontece.

Uma bela celebração, com uma capela muito composta, por novos e mais velhos. O canto a cargo do Grupo Coral Ala Nun'Álvares de S. Cosme, Gondomar. O celebrante P.e Gregório, presidente da APARF, faz uma bela homilia, onde refere que só apaixonados por Deus, o Absoluto, poderemos viver apaixonadamente grandes causas. Fala ainda das diversas formas como Jesus se apresenta aos homens dos tempos de hoje, muitas vezes disfarçado de criança mendiga e esfomeada, de velho andrajoso de que ninguém gosta e tantas outras...

O P.e Gregório, em jeito de despedida ao fim de seis anos como presidente da Direcção da APARF, fala com o entusiasmo de um missionário apaixonado, da sua ida para o Brasil, afirmando ter tudo pronto para isso. A missão chama-o e ele diz sim. Vai deixar saudades este sacerdote bom e excelente comunicador.

A HORA DA ANIMAÇÃO

No ofertório a cargo do Núcleo de Gondomar, são trazidos ao altar diversos dons, destacando-se a oferta de duas cadeiras-de-rodas, oferecidas ao grupo Sol Nascente pelo Rotary Clube de Ermesinde. Lindo momento, cadeiras-de-rodas novinhas em folha, engalanadas, que vão ser muito úteis para os doentes. O Pe Gregório pede aos jovens que as apresentam que as levantem bem alto para serem vistas por todos.

O Grupo Coral cantou e encantou, no dizer do P.e Gregório, dando um tom de festa, como se impõe que assim seja, à festa da Missa.

Terminada a Eucaristia, urge abastecer o estômago de algum combustível, como costuma dizer o Pe Gregório. E assim os vários grupos, espalhados por vários lugares do frondoso e agradável espaço exterior do Hospital, tratam de se alimentar com os farnéis trazidos. Outros, em reduzido número, optam por fazer a sua refeição noutro local fora do Hospital.

E é chegada a hora da animação musical.

Doentes prontos para ouvirem e se divertirem um pouco.

E os convidados - Grupo Musical de Solidariedade de Lourosa, Grupo Folclórico de Santo António, de Vagos, e finalmente o Grupo de Cavaquinhos da Associação Académica e Cultural de Ermesinde. Todos se divertem, alguns até fazem um pé de dança. No final é oferecido um pequeno lanche, bem frugal diga-se, aos intervenientes - artistas e não só. Foi um belo domingo, dia do sol, em que o astro-rei esteve, de facto, presente, e com um brilho intenso, num clima e espírito de comunhão e partilha entre todos.

Dir-se-ia que as estrelas desse domingo, para além do sol, foram sobretudo os doentes e utentes do Rovisco Pais, cujos olhos deixavam transparecer um brilhozinho algo diferente.

Mas aquilo que é bom parece que acaba depressa, e assim foi...

Começa a debandada.

Tomam-se as camionetas, os carros e todos rumam às suas terras.

Os jovens deram, neste dia, um ar imenso da sua alegria e parece não terem vontade de deixar o Rovisco Pais, porém la noblesse oblige.

Aí vamos nós.

Até ao próximo encontro, se Deus quiser.

Dia feliz, porque não estivemos sós, mas juntos fizemos outros viverem momentos de felicidade.

Por: CARLOS SANTOS