SECÇÃO: Desporto

Foto Manuel Valdrez

Natação do CPN está de volta aos velhos êxitos

Depois de vários anos afastada da senda das vitórias, a natação do clube propagandista parece estar agora apostada em regressar aos seus saudosos dias de glória.

Prova disso são os recentes títulos regionais, e o vice-campeonato nacional nas provas de mariposa, alcançados pela jovem promessa do clube, Joana Rodrigues.

Estes são apenas alguns dos êxitos que o CPN voltou a saborear ao longo da última época, e que são fruto de um trabalho construído de raiz por um grupo de pessoas que em 2004 chegou ao clube com a ambição de o recolocar no topo da natação portuguesa.

Falar do passado do CPN é falar obrigatoriamente nas saudosas competições de natação realizadas nas outrora águas límpidas do Leça. Foi, aliás, esta modalidade que esteve na origem da fundação do popular clube ermesindense, e foi igualmente através deste desporto que o clube propagandista galgou a barreira do desconhecimento para passar a ser um dos mais reconhecidos e admirados nomes do desporto amador português.

Natação que em tempos áureos foi a modalidade rainha do CPN, mas que com o passar dos anos foi perdendo o fulgor e o protagonismo verificados nos primeiros anos de vida do clube. Hoje em dia o CPN é bem mais reconhecido pelos êxitos alcançados no basquetebol, ou no polo aquático, do que pelas conquistas da natação, que têm sido praticamente nulas.

Cenário este que está prestes a mudar, ou melhor dizendo, já começou a ser alterado, desde Janeiro de 2004, altura em que a secção de natação propagandista ganhou um novo alento.

O nosso jornal conversou com três dos responsáveis por esta nova dinâmica que a natação propagandista enfrenta actualmente, sendo eles Adriano Salabert, o responsável pela secção, Jacinto Mota, o “número dois”, por assim, da secção, e o “braço direito” de Salabert, e ainda o treinador Luis Rato. Apesar de estarem no clube há relativamente pouco tempo, já olham para trás e reconhecem, de uma forma humilde, que actualmente já se nota alguma diferença – para melhor – em relação há alguns anos atrás. «Quando aqui chegámos deparamo-nos com uma secção moribunda, fruto da gerência de pessoas sem motivação, e que sobretudo não motivavam aos atletas. Pessoas que não apostavam na natação, que era tida na altura como uma extensão do polo aquático, ou seja, era um meio dos miúdos aprenderem a nadar, para depois passarem para o polo. Hoje, e desde que aqui estamos, a natação nada tem a ver com o polo, ou com qualquer outra modalidade do clube. Somos autónomos. A única coisa pela qual dependemos do clube são as instalações, de resto vivemos por nossa conta», sublinha Adriano Salabert. Um trabalho que foi feito de raiz como os responsáveis pela secção frisam, quer ao nível de apoios, que antes nem sequer existiam, tendo sido necessário ir bater às portas de diversas empresas da área no sentido de angariar esses imprescindíveis apoios para dar início à “revolução” na secção. «Foi muito difícil conseguirmos apoios, muitas pessoas nem sabiam que o CPN tem natação, outras simplesmente não conhecem o clube. Mas graças à nossa insistência lá conseguimos reunir alguns apoios financeiros e começar assim a reerguer a secção, que estava a morrer. Foi com esse dinheiro que começamos a fomentar a natação no CPN, e proporcionar aos miúdos da secção a participação em competições, coisa que até à nossa chegada não era uma realidade, uma vez que raramente o clube participava numa prova», relembra Jacinto Mota.

Formar novos nadadores é assim o principal ponto do projecto criado por esta equipa, com um trabalho de base que já está a ser feito junto dos atletas mais novos, em quem a secção deposita grandes esperanças para o futuro. Trabalho este que já começou, mais cedo do que esperavam os novos responsáveis pela secção, a dar os seus frutos.

O REGRESSO

ÀS VITÓRIAS

Foto Manuel Valdrez

O FUTURO

Alargar o número de atletas é um dos principais objectivos futuros da secção. Neste momento o clube tem cerca de 30 nadadores distribuídos por todos os escalões – infantis, juvenis, iniciados, cadetes, juniores, e séniores – que treinam uma hora por cada dois dias da semana. Este é, aliás, outro aspecto que os responsáveis pela secção gostariam de ver ser alterado, pois «a maior parte dos clubes treina sempre uma hora e meia em cada seis dias da semana, e nós não. Gostaríamos de ter mais espaço, e tempo, para treinar, e já apresentámos ao senhor Raúl Santos o nosso plano de treinos para a próxima época, onde estão incluídas mais horas diárias, e mais dias, de utilização da piscina, e do ginásio». É desta forma que a secção pretende voltar a fazer que o CPN volte a ser grande na natação, fazendo uma aposta forte na formação para assim construir uma equipa coesa, e ganhadora. Ao nível de apoios os responsáveis pela natação esperam manter os actuais patrocínios, e quem sabe angariar mais alguns, aproveitando para isso estes êxitos recentes do clube como cartão de visita.

Trazer os ermesindenses de volta à natação é outro dos objectivos futuros da secção, para voltar a fazer do CPN um dos grandes da natação portuguesa.

Por: Miguel Barros