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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2005

    SECÇÃO: Crónicas


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    NOTAS SOLTAS

    Os ziguezagues da Câmara Municipal de Valongo

    A (NOVA)

    CIDADE FANTASMA

    Há uns tempos atrás, a população do Concelho de Valongo ouviu com espanto os actuais gestores (PSD) da Autarquia referirem publicamente, e com grandes parangonas nos jornais, a criação na cidade de Valongo de uma nova centralidade. A Nova Valongo, assim denominada a nova centralidade, era um mega-projecto imobiliário da iniciativa de um promotor privado que traria para aquela zona cerca de 10 000 novos residentes e em que o investimento público daria o seu contributo com a instalação ali de um conjunto de equipamentos, nomeadamente, os novos Paços do Concelho, o Tribunal e outros equipamentos escolares.

    Entretanto, a oposição na Câmara Municipal havia levantado algumas reservas ao projecto, nomeadamente ao nível do PDM, e viu a Inspecção Geral do Território (IGAT) dar-lhe razão.

    O FALHANÇO

    DA NOVA CENTRALIDADE

    Acontece que, o investidor, certamente por falta de financiamento e/ou retracção no mercado imobiliário, desistiu da ideia e hoje, naquele deserto, o único equipamento existente é a Biblioteca Municipal!!!

    E agora, ao contrário do inicialmente previsto, vai ter de ser o investimento público!!!... a puxar pelos promotores privados para atenuar aquilo que consideramos ser mais um dos rotundos falhanços da gestão autárquica do PSD.

    E que custos adicionais vai trazer à Autarquia o desinteresse (aparente) dos promotores privados?

    E a Câmara Municipal nada diz!

    A propósito, nos últimos dias, dois novos equipamentos culturais abriram as suas portas aos cidadãos do Grande Porto. Refiro-me à Casa da Música, na cidade do Porto, e à Biblioteca Municipal de Matosinhos. Estes equipamentos tiveram arquitectos de renome que lhes deram o seu traço, requalificaram os espaços onde estão localizados e aumentaram as ofertas culturais a um público cada vez mais atento e exigente aos eventos que decorrem na Área Metropolitana do Porto.

    Que diferença...!!!

    A POLÉMICA

    DOS PARQUÍMETROS

    Em finais do ano de 2004, a Câmara Municipal de Valongo decidiu implantar nas cidades de Ermesinde e de Valongo zonas de estacionamento de duração limitada, ficando os utilizadores dos espaços obrigados a pagar uma taxa, fixada em regulamento próprio. Mais decidiu concessionar a uma empresa privada a exploração dos parquímetros colocados nessas zonas, responsabilizando-se esta pela construção de dois parques de estacionamento nas mesmas cidades.

    Esta posição da Câmara Municipal de Valongo não difere muito do que se vem verificando noutros concelhos do país, preocupados que estão em assegurar a limitação e a rotação do estacionamento no interior das cidades.

    Acontece que as cidades de Ermesinde e de Valongo integram um concelho/dormitório e são hoje responsáveis pela maior mobilidade extraconcelhia, nomeadamente para o Porto e outros concelhos da AMP onde se localizam os locais de trabalho e os estabelecimentos de ensino superior. Ora, se é certo que muitos valonguenses se fazem transportar em viatura própria, a verdade é que a maioria utiliza os transportes públicos, deixando a sua viatura estacionada à porta porque o seu prédio não possui... garagem.

    Daí pensarmos ser um tremendo erro político a colocação de parquímetros de forma indiscriminada em Ermesinde e em Valongo, cidades que ainda hoje sofrem dos erros de planeamento, de maus projectistas e, porque não dizê-lo, de decisões precipitadas dos políticos. E não se pode nem deve ignorar a realidade sócio-económica da maioria das famílias que nestas cidades residem e que vêm o seu orçamento familiar onerado com taxas de parquímetros...

    Até parece que a Câmara deixou à(s) empresa(s) privada(s) o poder discricionário de seleccionar a localização dos parquímetros o que, aliado ao facto de a taxa ser demasiado elevada, motivou a sua contestação. A não ser verdade o que atrás se disse, não se percebe bem porque razão se vêm introduzindo alterações ao regulamento dando razão àqueles que durante tanto tempo reclamaram.

    Benditas sondagens que são mais convincentes que as propostas de alteração dos cidadãos de Ermesinde e de Valongo!

    A ROTUNDA

    NA VILA DE SOBRADO

    A Câmara Municipal de Valongo decidiu construir uma nova rotunda na Vila de Sobrado. Certamente que os técnicos e os autarcas daquela vila deram, em devido tempo, o parecer favorável ao projecto e foi garantido o suporte financeiro para a sua realização. Até aqui tudo normal no dia-a-dia de uma autarquia preocupada em melhorar as acessibilidades.

    Ora, o que já não é normal, é a actuação da Autarquia a propósito de uma crítica ao projecto da rotunda, supostamente pelo facto de a implantação da mesma poder vir a invadir o espaço onde têm lugar as tradicionais festas das Bugiadas. A Câmara suspendeu a realização das obras e insinuou não mais as realizar, apesar da sua importância para a regularização do trânsito naquela vila! Atente-se no referido pelo Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal aos jornais “O Comércio do Porto” e “O Público” de 30 de Março: «A rotunda iria ser construída a pedido do Presidente da Junta de Sobrado que a considerava muito importante...», «devido a um novo pedido daquele autarca a Câmara desistiu da obra e acabou por perder a comparticipação do Estado (75%) pelo que nos tempos mais próximos será impossível avançar com a referida obra em virtude dos elevados custos que a mesma acarreta» .

    Depois desta “encenação” todo o projecto parece ter sido corrigido e as obras afinal prosseguem...!!!

    Exemplar não é?!

    Por: Afonso Lobão

     

     

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