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REFLEXÕES SOBRE ERMESINDE (7)
“Ermosindi”, “Hermisende ”, “Ermesende ”, “Ermezinde”, “Ermesinde” (parte 4)
Recapitulando os artigos anteriores, os povos que passaram pela Península Ibérica que deixaram marca, foram os celtas que conseguiram miscigenar com os povos autóctones existentes. Pois, antes da chegada dos celtas, a Península Ibérica era habitada por diversos povos, como os Iberos (que ainda não se conseguiu determinar a sua verdadeira origem, sendo os Iberos considerados como os habitantes originais, e os criadores da grande cultura megalítica que Portugal tem um património riquíssimo, e que acabaram por dar o nome a esta região e se estabeleceram principalmente no sul e este, e os Cónios(1) (ou Cinetes) no atual sul de Portugal. Outros povos, como os Aquitânicos(2) e Vascões(3), também habitavam partes da península, assim como colónias comerciais fenícias e gregas nas costas.
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Pensa-se que o nome de Ibéria terá aparecido com os gregos, pois ao comerciarem pelo Mediterrâneo, aqui vieram parar e o depararam com um rio a que os geógrafos gregos deram o nome de Iberus (rio Ebro)e a todos os povos (tribos) aqui instalados. Posteriormente, em cerca de 500 a.C. o historiador grego Heródoto, apelidou, com este nome, todos os povos existentes no centro da Península, apesar de haver algumas variações. Já por cá passavam os fenícios-cartagineses, os gregos, os lígures, etc.
Com as ondas de emigração de povos Célticos - que se verificaram, por diversas razões, desde o século VIII até ao século VI a.C. entraram em massa no noroeste e centro da atual Espanha, também entraram em Portugal e Galiza, mas deixaram intactos os povos indígenas da Idade do Bronze, Ibérica no sul e leste da Península. Tendo ao longo dos séculos, misturando-se com os povos nativos, criando o principal povo ibérico – os celtiberos – povo que os romanos encontraram quando cá chegaram.
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Quando os romanos entraram na Península, encontraram vários povos que se organizavam em tribos, quase todos, ou pelo menos os mais importantes, os celtiberos que viviam, essencialmente, em castros ou citânias, que eram povoações fortificadas e localizados em locais elevados para defesa, nas quais eram construídas casas de pedra com telhados de palha ou colmo(4) . Economicamente, dependiam da pastorícia (especialmente de gado) e da agricultura, explorando também as minas de metal e praticando a ourivesaria e a metalurgia. Estes eram povos guerreiros e que se destacaram pela sua resistência ao tipo de organização de vida dos romanos, como os Lusitanos liderados por Viriato.
Com a entrada dos romanos, a conquista romana deu-se no contexto da
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(1) A origem étnica dos cónios permanece uma incógnita. Para os defensores das teorias linguísticas atualmente aceites; a origem comum na Anatólia ou no Cáucaso das línguas europeias e indianas: ou seja, línguas indo-europeias, os cónios teriam uma origem celta, proto-celta, ou pré-céltica ibérica. Cronistas da antiguidade greco-romana, enumeram mais de 40 tribos ibéricas, entre elas a tribo cónia, como sendo descendentes de Jafé, pai dos europeus. Um dia falaremos sobre Jafé.
(2) Povos ibéricos pré-romanos descreve os povos que habitavam a Península Ibérica, (atual Andorra, Portugal e Espanha) pouco antes da invasão romana iniciada em 218 a.C., quando se dá a Segunda Guerra Púnica.
(3) Os vascões foram um povo da Idade Antiga cujo território se estendia na época dos romanos entre o vale alto do rio Ebro e a vertente peninsular dos Pirenéus ocidentais, uma região que corresponde na época contemporânea com a prática totalidade da Navarra e áreas do noroeste de Aragão e nordeste da Rioja.
(4) O termo palha é o termo geral para o caule seco de cereais, enquanto colmo refere-se especificamente ao caule de plantas gramíneas usado para cobrir telhados, sendo sinónimo de telhado de palha ou da própria palha usada na construção. Em Portugal o uso de telhados de colmo era generalizado em todo o continente e nos arquipélagos. Ainda existem alguns telhados de colmo em casas nas montanhas por causa das dificuldades de acesso e aprovisionamento em telha e do isolamento térmico providenciado pelo colmo. A sua origem provém no norte de Portugal, nas casas redondas dos castros antes da introdução do telha pelos romanos que evoluíram em casas elípticas as palhoças.
Por:
Carlos Marques
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