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Lançado novo volume da História Económica, Social e Administrativa de Valongo
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| Fotos CMV |
No passado dia 29 de setembro, o Auditório da Oficina da Regueifa e do Biscoito acolheu a apresentação do livro História Económica, Social e Administrativa do Concelho de Valongo (1926-1974), da autoria do professor Joel Silva Ferreira Mata. Trata-se do quarto volume de uma vasta investigação que aprofunda o estudo da realidade local durante o período do Estado Novo.
A sessão contou com a presença de várias personalidades, entre as quais o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Ribeiro, a vereadora Ana Maria Rodrigues, vereadores, deputados municipais e muitos convidados. Na sua intervenção, a vereadora sublinhou a importância da obra para a preservação da identidade e memória coletiva do concelho.
O autor destacou que a política administrativa da Câmara Municipal de Valongo, nesse período, esteve em sintonia com o regime, apoiando-o incondicionalmente em momentos decisivos, como nas eleições presidenciais ou durante a guerra colonial. Este alinhamento foi acompanhado por um conjunto de obras públicas relevantes, entre as quais se destacam a eletrificação, o abastecimento de água domiciliária, a construção do matadouro municipal e de casas para famílias pobres, bem como a abertura de escolas.
A educação assume um papel central nesta investigação, com a expansão da rede escolar em Valongo, Ermesinde e outras freguesias, a par de cantinas, cursos noturnos e bolsas de estudo. Também a economia conheceu transformações marcantes, com a industrialização a ganhar peso em setores como a ardósia, o têxtil, a panificação e a agricultura intensiva.
Apesar destes progressos, persistiam carências sociais e económicas. O concelho mantinha elevados índices de analfabetismo e pobreza, e os apoios sociais eram limitados, dependendo muitas vezes da assistência prestada em hospitais do Porto, como o de Santo António e o de São João.
No prefácio do livro, o presidente da Câmara Municipal sublinha que esta obra “confronta os cidadãos do século XXI com um passado não muito distante, em que a maioria da população vivia em condições de pobreza, sem Estado Social e sem um poder local democrático com competências e meios para melhorar a vida das comunidades”.
A obra, com quase 600 páginas, constitui assim um importante contributo para a compreensão do passado recente e para a valorização da memória coletiva de Valongo.
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