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Edição de 31-05-2025
Jornal Online

SECÇÃO: Crónicas


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As Novenas da Santa Rita, anos 50/60

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Longo o mês de maio, 31 dias onde a ansiedade, o dever e a devoção ocupavam um grande lugar. Era o mês das Novenas no Santuário de Santa Rita, uma santa muito respeitada e venerada, pois era a” Advogada das causas impossíveis”. Teve uma vida difícil, de sofrimento, já que casou com um homem de má índole e violento. Nada do que fazia lhe agradava.

Segundo alguns uma estória era passada de boca em boca sobre o comportamento de tal senhor: Santa Rita teria a mesa posta com o repasto quando um pássaro soltou suas escassas fezes sobre a toalha. Ficou assustada e dobrou a toalha escondendo a feitura. O Marido sentou-se à mesa e não gostando da refeição balbuciou: melhor que fosse” merda”. Muito calma desdobrou a toalha e disse-lhe: aqui a tens. Esta estoria a ser verdadeira mostra o humor da sua personalidade. A agravar a sua infelicidade perdeu seus dois filhos. O marido teve um fim trágico, foi assassinado.

Peregrinações traziam gente de longe a fim de cumprirem promessas pelos favores que a Santinha lhes concedeu. Traziam meninos, joelhos, velas à medida da pessoa doente, cabeças, corações, orelhas, tudo feito de cera. Outros chegavam e em recolhimento pediam pelos seus que de alguma maneira estavam em apuros, doentes ou caídos em desgraça. Os de perto mais comedidos, afinal a Santa Rita era vizinha, facilmente contactada e visitada. Nada de pressas, aquele era o tempo da entrega ao ritual anual.

Os cânticos, o murmurar das rezas ecoavam naquela linda Igreja elevando a Espiritualidade, espalhando-a sobre a cabeça dos crentes, proporcionando uma maior entrega, a energia crescendo dentro deles. Ninguém era imune a tal ambiente incluindo os jovens. Não há como definir e descrever o que sentíamos dentro de nós. Nesses momentos esquecíamos as hormonas e tudo mais. Além de que nesse período os alunos internos do Colégio adstrito à Igreja tinham permissão para após as cerimónias religiosas conviverem com os e as jovens de Ermesinde, por um período determinado. Facto altamente comprometedor para a rapaziada local. As raparigas sentiam-se felizes, uma rara hipótese que não podiam perder. Atraíam os alunos para a pista de carrinhos de choque, onde isolados poderiam confessar os seus anseios. Mais um factor a agravar o ciúme local. Um ou outro adiava para as próximas novenas o sonho que ficou. Preces e lamúrias 365 dias no ano resultariam, afinal viviam paredes meias com Santa Rita, impossível não serem amigos. Era a inocência dos jovens amores.

No tempo da nossa infância e juventude o mês de maio era o mês dos sentidos, do despertar. No ar sentia-se o morno da caminhada, o odor das tílias e demais flores que ladeavam os caminhos. A brisa teimosa acariciava a nossa pele deixando nela o seu significado. A adolescência, o seu saltitar hormonal presente, no início da sua pujança.

Momentos, ainda hoje gravados na nossa memória, como o

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Por: Eugénia Ascensão

 

 

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