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Edição de 31-05-2025
Jornal Online

SECÇÃO: Local


A ANIR conversou com os políticos

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Nos meses de abril e maio, antes das legislativas, a Associação Nacional da Imprensa Regional, de que “A Voz de Ermesinde” é associada, promoveu encontros com políticos dos vários partidos com assento parlamentar, no sentido de se exporem as prioridades dos jornais e de se ouvir, sobre as mesmas, a posição de cada político convidado. Tentaremos sintetizar o essencial dessa conversa com cada um.

Alexandre Poço (PSD) reafirmou o compromisso do PSD em continuar a implementar o plano de 30 medidas para reforçar e modernizar a comunicação social. Destacou a duplicação do porte pago, obrigatoriedade de publicação de anúncios de fundos europeus na imprensa local, apoio às rádios locais, bonificação de assinaturas digitais e redução de 75% no custo da Lusa para os media regionais. Defendeu ainda a agilização do regime de incentivos e a finalização da lei sobre publicitação das deliberações autárquicas.

Pedro Nuno Santos (PS) assumiu o compromisso de garantir financiamento estatal para a sustentabilidade da imprensa local e regional, construindo soluções em diálogo direto com o setor. Defendeu regras justas na publicidade institucional e destacou o papel essencial da imprensa local na democracia, na coesão territorial e na proximidade com os cidadãos, tanto no interior como nas áreas urbanas.

Bruno Nunes (Chega) valorizou a imprensa local como indicador de democracia e ponte entre cidadãos e poder político. Defendeu equidade nos apoios, criticou o excesso de recursos dos departamentos de comunicação das autarquias e alertou para a dificuldade de fixar jovens no interior. Sugeriu a regulamentação da portaria sobre publicitação autárquica e revisão da gestão da Lusa para garantir independência e não a transformação da agência num negócio.

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Rodrigo Saraiva (IL) defendeu uma imprensa local e regional independente do poder político e criticou a dependência de autarquias. Propôs menos burocracia, adaptação legislativa à era digital, fiscalidade zero para órgãos de comunicação, liberdade na aplicação de apoios e valorização da imprensa como “quarto poder”. Apoiou uma Lusa pública, sem custos para os meios locais, podendo esta também adquirir conteúdos locais. Reafirmou o compromisso da IL com soluções inovadoras para garantir a sustentabilidade dos “media” regionais.

Joana Mortágua (BE) destacou a imprensa local como essencial para fiscalizar o poder autárquico, muitas vezes ignorado pelos media nacionais. Defendeu transparência nos apoios públicos, como um portal com dados sobre publicidade institucional. Propôs financiamento via publicidade da Santa Casa e taxação de gigantes digitais para criar um fundo de apoio aos “media”. Sugeriu a eliminação do IVA, retorno do porte pago, acesso facilitado à Lusa e assinaturas digitais obrigatórias com inclusão de jornais locais. Defendeu também bolsas e prémios para projetos jornalísticos e critérios de idoneidade para quem gere os media. Encorajou a ANIR a apresentar propostas legislativas concretas.

António Filipe (PCP) considerou a imprensa local como elo vital das comunidades e ferramenta essencial de informação e cidadania. Propôs a reposição do porte pago, apoios públicos diretos à imprensa regional (não aos grandes grupos), e mecanismos regulares de apoio tecnológico e à contratação. Defendeu quotas obrigatórias e fiscalizadas de publicidade institucional (Estado e autarquias), revisão do Estatuto da Imprensa Regional e acesso facilitado à Lusa. Manifestou total disponibilidade do PCP para dialogar e legislar em prol da sustentabilidade e valorização da imprensa regional.

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Rui Tavares (Livre) declarou que salvar o jornalismo, especialmente em papel, é essencial para proteger a democracia. Criticou o foco exclusivo nas soluções digitais e propôs medidas que garantam a sobrevivência e profissionalização da imprensa local, inclusive em regiões sem cobertura. Alertou para o risco real de colapso democrático sem um jornalismo forte, sobretudo no combate à corrupção.

Inês Sousa Real (PAN) considerou a imprensa local como serviço público essencial para a coesão territorial e a democracia. Propôs apoios fiscais, incentivos à transição digital, preservação do espólio histórico, duplicação do porte pago e extensão das assinaturas digitais gratuitas aos jovens para incluir jornais regionais. Apoiou a criação de uma taxa sobre gigantes tecnológicos (“taxa Google”) para financiar os “media”. Reforçou a necessidade de garantir financiamento justo, visibilidade e igualdade de tratamento para os órgãos locais e regionais.

Em conclusão, registou-se um amplo consenso sobre a importância da imprensa local para a democracia, coesão territorial e escrutínio do poder. Entre as propostas há que destacar apoios financeiros justos, transparência na publicidade institucional, valorização do papel do jornalismo em papel e medidas de transição digital, com diferentes ênfases conforme os partidos.

Por: Manuel Augusto Dias

 

 

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