Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 29-02-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 30-06-2022

    SECÇÃO: Destaque


    101.º ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ERMESINDE

    Por entre elogios, demonstrações de orgulho e críticas ao Estado assim se comemoraram os 101 anos dos nossos “soldados da paz”

    A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (AHBVE) comemorou ao longo deste mês de junho o seu 101.º aniversário com diversas atividades. Noites de fado, simulacros, agraciamento aos associados que celebraram 25 e 50 anos de filiação, homenagem aos “soldados da paz” já desaparecidos, e a cerimónia oficial desta comemoração foram alguns dos apontamentos que fizeram parte do programa comemorativo. Um dos pontos altos aconteceu pois ao final da manhã do dia 19, altura em que o salão nobre dos nossos bombeiros foi palco da referida cerimónia oficial que assinalou este 101.º aniversário, momento solene esse que contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Valongo (CMV), José Manuel Ribeiro; do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes; do Secretário Técnico da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, o comandante Luís Araújo; do presidente da Junta de Freguesia de Alfena, Luís Miguel Caetano; e do tesoureiro da Junta de Freguesia de Ermesinde, Miguel de Oliveira; para além dos corpos sociais e elementos do comando da associação humanitária aniversariante. Momento que serviu para enaltecer e elogiar o papel dos bombeiros, para homenagear os “soldados da paz”, mas também para dar alguns recados, ou críticas, à forma como o Estado apoia, ou neste caso como o devia fazer, a generalidade dos bombeiros em Portugal.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    O dia (19) começou com o habitual hastear da bandeira no quartel da AHBVE, ao que se seguiu a missa na Igreja Matriz, a deposição da coroa de flores junto à estátua do bombeiro, o desfile por algumas ruas da cidade, e finalmente a receção aos convidados no quartel, no final da manhã, seguindo-se a cerimónia oficial destas comemorações. No dia anterior, 18 de junho, as celebrações haviam sido iniciadas também de manhã com a habitual romagem aos cemitérios de Ermesinde, de Alfena e de Águas Santas para homenagear os “soldados da paz” já desaparecidos, sendo que da parte da tarde, no salão nobre da AHBVE, foram homenageados os associados que celebraram os 25 e 50 anos de filiação. Ao todo seriam 123 os associados homenageados, mas neste ato solene só compareceram 42, sendo que alguns levantaram o respetivo emblema nos dias seguintes.

    Mas voltando à cerimónia oficial realizada no dia 19, coube ao presidente da Assembleia Geral da associação humanitária aniversariante, José Alves, proferir as primeiras palavras, e abrir, digamos assim, este momento mais solene. No seu discurso, o dirigente agradeceu a presença de todos naquele ato cerimonial e lançou um “muito obrigado” a todo o corpo de bombeiro(a)s de Ermesinde por todo o contributo que têm dado à nossa cidade, à cidade de Alfena, mas também a todas as outras zonas de ação onde são chamados. Enalteceu ainda o «trabalho meritório» que o presidente da direção da AHBVE tem desenvolvido ao longo dos nove anos que leva enquanto dirigente máximo desta, terminando a sua intervenção disponibilizando-se para colaborar e ajudar os nossos bombeiros em tudo aquilo que estes precisarem.

    Romagem aos cemitérios para homenagear os bombeiros desaparecidos
    Romagem aos cemitérios para homenagear os bombeiros desaparecidos
    Seguiu-se a intervenção do comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE), Emanuel Santos, que começaria por lembrar que durante o último ano, na passagem do centésimo aniversário para o centésimo primeiro aniversário da associação, «os nossos bombeiros conseguiram, com extrema dedicação, um inigualável empenho e, acima de tudo, com um espírito de corpo louvável dar continuidade à nossa cada vez mais árdua tarefa, de prestar socorro aos portugueses, na generalidade, e aos ermesindenses e alfenenses em particular. Tivemos de nos adaptar às novas exigências da sociedade, fruto da pandemia que ainda nos assola. (…) Temos de conviver dia a dia com as dificuldades acrescidas, a nível da emergência pré-hospitalar. Temos de ser nós, bombeiros, a encontrar soluções para a falta de meios dos hospitais. Para todos estes bombeiros um grande “Bem Hajam”». Salientou mais adiante que o presidente da CMV conhece as dificuldades do dia-a-dia dos bombeiros, e que tem ajudado a mitigá-las, acrescentando que enquanto não houver da parte do Governo uma ajuda forte, essas dificuldades em prestar socorro a quem dos bombeiros necessita irão manter-se. Nesse sentido pediu a José Manuel Ribeiro e aos presidentes das Juntas de Freguesia para que dentro do rol de influências destes que ajudassem o Governo «a entender as reais necessidades da nossa população, do nosso povo e dos nossos bombeiros».

    Agradeceu ainda aos seus bombeiros pelo empenho e dedicação para com o corpo ativo e para com a população, à sua equipa de comando pela caminhada que juntos têm percorrido, e à direção da associação, na pessoa do seu presidente, também deixou um obrigado por todo o esforço e dedicação que têm pela associação humanitária.

    foto
    No término do discurso do comandante, foi entregue ao Chefe Eugénio Moreira, a salva de Cristal, salientando tudo o que este bombeiro tem feito ao longo dos anos, em prol dos BVE. Foi-lhe ainda entregue um quadro, com uma composição fotográfica, salientando a merecida honra que teve em ser o portador do estandarte da AHBVE ao longo dos anos. Posteriormente a esta homenagem procedeu-se à cerimónia de promoção de bombeiros: subiram da categoria de Cadete cinco Infantes, e para a categoria de estagiário, um Cadete.

    JORGE VIDEIRA LANÇA CRÍTICAS AO ESTADO

    O presidente da direção da AHBVE, Jorge Videira
    O presidente da direção da AHBVE, Jorge Videira
    A intervenção seguinte foi a do presidente da direção da AHBVE, Jorge Videira, que lembrou as dificuldades de ordem financeira que vêm sendo vividas pelas associações humanitárias, sobretudo ao longo destes dois últimos anos, por culpa da pandemia que ainda nos assola e à qual há poucos meses se juntou a guerra na Europa. Situações que agravaram as dificuldades financeiras das associações humanitárias, de acordo com o dirigente, e que «nos transpõem para parâmetros nunca antes vividos. Só com muita ginástica financeira, muito pensamento positivo, garra pelo que fazemos e vontade de servir nos permitem continuar a acreditar que melhores dias virão», referiu.

    Posteriormente criticou a postura do Estado (poder central) para com os bombeiros. Estado que nas suas palavras continua a ignorar as reais dificuldades das associações e dos seus bombeiros. «Isto é, não paga os custos reais dos serviços que as associações lhe prestam! Não criam um Estatuto do Bombeiro que lhes permita ter algumas mais-valias como compensação do serviço que prestam às populações, muitas das vezes, com risco da própria vida, para além da ausência familiar a que muitas vezes ficam obrigados, por força da missão que abraçaram. Estamos na época dos fogos, período este em que todos, Estado e cidadãos, se lembram dos bombeiros, mas depois caem no esquecimento», lamentou o dirigente. Apesar deste cenário negativo, Jorge Videira sublinharia que antevê algumas premissas num horizonte que espera que seja curto, dirigindo-se aqui ao presidente da LBP, reconhecendo o esforço que este tem demonstrado, «com persistência e insistência, junto dos órgãos do poder no sentido de que sejam feitas as devidas correções. O trabalho que o presidente da LBP tem desenvolvido ao longo destes três meses de mandato já tem trazido alguns benefícios. Algo tem sido feito e melhorado, mas longe ainda do necessário. Temo-lo apoiado e continuaremos a fazê-lo porque acreditamos em si, Dr. António Nunes», assegurou Jorge Videira, que agradeceu ainda aos corpos sociais da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, que na sua voz tem sido também, um interlocutor na defesa das associações e dos bombeiros, e ainda às Juntas de Freguesia pelo apoio dado dentro das suas possibilidades.

    E ainda no rol das dificuldades financeiras, o presidente da AHBVE, deu nota, por exemplo, que só a nível de combustível a associação humanitária no final do ano, e com estes constantes aumentos que se têm verificado com os combustíveis, terá um encargo de mais 18.000 euros por ano, ou seja, irá passar de 60.000 euros para 78.000 euros/ano. De salários e encargos, no final do ano serão mais 23.000 euros, segundo também deu nota o dirigente, acrescentando que «só estes dois itens, significam mais de 40.000 euros sem retorno! Quem suporta esta despesa? A associação. O Estado (central) não tem reconhecido que a inflação pesa nos bolsos dos portugueses, mas também pesa e muito nas associações humanitárias de bombeiros», frisou Videira.

    O comandante Emanuel Santos no uso da palavra
    O comandante Emanuel Santos no uso da palavra
    Dirigindo-se posteriormente ao presidente da CMV, reconheceu, e agradeceu, o esforço que a autarquia, na pessoa do edil, tem feito através do aumento do subsídio mensal (atribuído às duas associações humanitárias do concelho), com o pagamento dos seguros de viaturas e outros apoios dados pela autarquia.

    Nesse sentido, disse que se noutras alturas a AHBVE desafiou o presidente da Câmara a aumentar os valores pagos à altura, hoje, ele (Jorge Videira) e os seus pares afirmam não ter coragem para o voltar a fazer, pois reconhecem o apoio significativo que a CMV tem dado aos bombeiros, lembrando que quando chegou à presidência da associação o subsídio camarário era de 4850 euros, sendo que atualmente é de 12.500, ao que se soma o pagamento do seguro das viaturas, e a comparticipação das EIP. «Mas, se tiver por lá uns trocos, não se esqueça de nós», rematou Videira enquanto se dirigia a José Manuel Ribeiro. O presidente da AHBVE terminou a sua intervenção com palavras de agradecimento, reconhecimento e de orgulho para com todos os “seus” bombeiros, aos do corpo ativo, aos do quadro de honra, aos do comando, aos elementos afetos à formação, e aos da academia. Agradecimentos extensivos aos seus pares dos órgãos sociais, aos associados da AHBVE e à população em geral pela ajuda dada aos nossos “soldados da paz”.

    PRESIDENTE DA CMV CONCECORADO PELA LBP

    Momento em que José Manuel Ribeiro é condecorado pela Liga dos Bombeiros Portugueses
    Momento em que José Manuel Ribeiro é condecorado pela Liga dos Bombeiros Portugueses
    Após esta intervenção, o presidente da CMV foi agraciado com a Medalha de Serviços Distintos, Grau Ouro, da Liga de Bombeiros Portugueses, por proposta do Comando e Direção da AHBVE. Foi explicado que o motivo justificativo desta distinção tem a ver com a colaboração que a Câmara, através do seu presidente, tem prestado à AHBVE, quer através do subsídio mensal, quer através de outros apoios muito significativos.

    E José Manuel Ribeiro na sua alocução agradeceu não só esta distinção, mas acima de tudo aos bombeiros o serviço que todos os dias prestam à comunidade. Enalteceu o comandante Emanuel Santos, um «grande comandante», nas suas palavras, «um homem competente, dedicado, atento, presente, e que estuda as coisas e tenta envolver todos. Tenho satisfação em trabalhar com ele para que toda a nossa comunidade esteja melhor, mais capacitada para o que acontecer», disse o edil. Explicaria mais à frente que o apoio, o investimento, o acreditar nas duas associações humanitárias do concelho, por parte da Câmara, tem a ver com uma visão muito sua de que só se consegue construir comunidade se forem envolvidos todos os agentes dessas comunidades. «E estas entidades (bombeiros) são fundamentais de envolver em qualquer projeto de comunidade», referiu, acrescentando que enquanto for autarca os bombeiros poderão sempre contar consigo, pois «vocês são muito importantes para a comunidade e o Município de Valongo respeita-os, dando-lhes toda a dignidade».

    Por sua vez, o Secretário Técnico da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, o comandante Luís Araújo, começou

    (...)

    leia esta notícia na íntegra na edição impressa.

    Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,00 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

    Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 12,00 euros.

    Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

    Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

    A mesa de honra da cerimónia oficial destas comemorações
    A mesa de honra da cerimónia oficial destas comemorações
    .

    Estandarte da AHBVE foi agraciado com a Fénix de Honra da LBP pelos 100 anos ao serviço da população
    Estandarte da AHBVE foi agraciado com a Fénix de Honra da LBP pelos 100 anos ao serviço da população
    .

    foto
    .

    foto
    .

    foto
    .

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].