SECÇÃO: Destaque

COMEMORAÇÕES DO 48.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

Intervenção do Partido Social Democrata*

Um povo sem história é um povo sem cultura social e democrática. Devemos assim estar determinados e atentos ao contexto social no qual vivemos. A democracia hoje a vigorar na sua plenitude é o exemplo da perseverança, resiliência e coragem do povo português perante o desrespeito, a covardia e a amputação dos direitos e liberdades básicas do indivíduo, à altura. A história ensina-nos e alerta-nos para os demais perigos existentes ao virar da esquina. Deveremos, por isso, demonstrar sempre um espírito critico, porém inclusivo e manifestamente integrador perante a sociedade e perante todos os que dela fazem parte.

As nossas convicções democráticas revelam-nos que é fulcral termos sempre presente que o estado de direito deverá sempre primar pela liberdade, pelo respeito, pela inclusão social e também fazer emergir o direito individual de cada um de nós.

Portugal, desde a revolução de Abril, mudou muito e alterou de uma forma transversal o paradigma das nossas vivências, até então. É verdade que, até à atualidade, o nosso país ultrapassou diferentes obstáculos que só foram superados devido à enorme determinação do nosso povo. Tivemos, é certo, diferentes patamares evolutivos que nos levam ao que hoje somos. Poderíamos, naturalmente, estar numa posição socioeconómica mais cómoda e, que nos elevasse para um patamar social mais digno e nos possibilitasse um conjunto de valências que nos alavancassem para uma melhor qualidade de vida para todos.

Assim, o desenvolvimento do país depende, e muito, da vontade coletiva de trabalharmos todos para um Portugal melhor, que permita fomentar as diferentes áreas da sociedade e que não negligencie nenhuma. Pois um país com uma educação deficitária, uma saúde que não chega a toda a população e uma justiça lenta não terá um futuro risonho. Encontramo-nos num ponto de viragem da nossa história, pois ainda temos uma pandemia instalada e vivemos tempos incertos e perigosos no contexto internacional. O investimento político nas diferentes áreas abrangentes da sociedade é um desiderato crucial para as próximas décadas.

O 25 de Abril surgiu a fim de criar um futuro mais risonho e próspero à população portuguesa, e é a partir daí e consignados no exemplo de anteriores gerações, que temos de ter a coragem para alterar e melhorar substancialmente tanto o nosso presente como o futuro próximo.

Portugal necessita assim, de intervenções estruturais por parte do estado e em consonância com a sociedade civil que proporcionem ao país um desenvolvimento sustentado nas gerações futuras e, com isso, uma perspetiva mais inclusiva e socialmente orientada para o coletivo e o desenvolvimento de um país integrado na União Europeia.

É fulcral então abraçarmos o futuro com a mesma determinação com que ocorreu o 25 de Abril, pois só assim poderemos descolar da mediocridade e da falta de perspetivas no futuro. O povo português deve fazer parte de um futuro melhor, com melhor acesso à educação, à saúde, à justiça e no contexto atual, ainda mais à solidariedade entre todos, para combatermos de forma firme e inequívoca, as assimetrias regionais existentes (há décadas intermináveis) num país cada vez mais centralizado e que não proporciona um desenvolvimento equitativo entre todos os cidadãos. A sociedade também necessita de ser mais empreendedora, proativa e eficiente, por forma a elevarmos o nosso desígnio enquanto sociedade evoluída e com um grau de desenvolvimento elevado.

Inspiremo-nos na revolução de Abril, para abrir novos horizontes e perspetivas de futuro, para que todos possamos fazer parte do futuro de Portugal.

*Intervenção realizada pelo membro da AFE, Hugo Peixoto