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SITUADA NA ZONA DA PALMILHEIRA:
Inaugurada em Ermesinde a maior horta biológica do nosso concelho
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| Vista aérea da Horta da Palmilheira, situada entre a REN e a linha do caminho de ferro |
Foi inaugurada no passado dia 4 de abril a Horta Biológica da Palmilheira, a qual disponibiliza mais de 170 talhões de terreno para que famílias, escolas e associações locais possam cultivar e consumir produtos hortícolas biológicos.
Este é um projeto da Câmara Municipal de Valongo (CMV) e da REN – Redes Energéticas Nacionais, e está localizado na Avenida Duarte Pacheco, mais precisamente entre as instalações da REN e a linha do caminho de ferro.
Os talhões, 15 dos quais elevados para pessoas com mobilidade condicionada, ocupam 11.000 metros quadrados de terreno cedido pela REN e requalificado pela Câmara, através de um projeto que tem como principais linhas orientadoras a promoção da sustentabilidade ambiental, o fortalecimento da inclusão social e o apoio às comunidades locais. O investimento total do município foi de 146.264,11 euros.
Além dos 172 talhões e seis abrigos para as ferramentas agrícolas, o projeto da Horta Biológica da Palmilheira inclui quatro pequenas passagens pedonais sobre a linha de água que atravessa o terreno; um charco para promoção da biodiversidade; casas ninhos; hotel de insetos; sebes e plantas aromáticas de odor agradável, elementos decorativos e mobiliário urbano visando os princípios da economia circular e a promoção da biodiversidade e de agricultura urbana.
Esta iniciativa insere-se também no Projeto Horta à Porta – Hortas Biológicas da Região do Porto, da Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto), que promove a construção de hortas comunitárias em oito municípios do Grande Porto (Espinho, Gondomar, Porto, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Valongo, Maia e Matosinhos).
JOSÉ MANUEL RIBEIRO QUER CHEGAR ÀS 1000 HORTAS NO CONCELHO...
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| José Manuel Ribeiro ambiciona chegar às 1000 hortas no concelho... e quer comprar umas das duas serras de Valongo |
Na cerimónia de inauguração esteve o presidente da CMV, José Manuel Ribeiro, que começaria por sublinhar que com este investimento o município «dá passos firmes» para atingir o objetivo de ter 1000 hortas no concelho. «Com esta horta estamos a aproximar-nos rapidamente das 500 hortas em todo o concelho. Mas queremos mais. E fica aqui o desafio: se conhecerem pessoas que tenham terrenos com “vocação” para ter hortas e queiram arrendá-los ao município, digam», disse o edil.
Seguidamente sublinhou que a autarquia tem feito um forte investimento na área do ambiente, não sendo por acaso, nas suas palavras, que o município venceu há cinco meses atrás o prémio Green Leaf e que faz com que em 2022 seja Embaixador Verde a nível europeu. Elencou de seguida algumas das atividades que a Câmara tem abraçado desde que assumiu a presidência desta em 2013 e que estão relacionadas com o ambiente, como por exemplo, o projeto “100 mil Árvores”, da Universidade Católica, recordando que Valongo foi o concelho que mais árvores plantou no âmbito deste projeto: cerca de 20.000.
Lembrou de seguida o processo da criação das hortas biológicas no concelho, um projeto iniciado em 2014, em Ermesinde, mais concretamente junto ao rio Leça, com a abertura da Horta Biológica da Ponte da Presa. De lá para cá, «temos vindo a apostar neste tipo de infraestruturas verdes, pelos seus evidentes benefícios para a comunidade, inclusive para a promoção da saúde física e mental», ressalvou o autarca, acrescentando mais à frente que hortas como esta «são um espaço de saúde. É melhor estarem aqui na horta do que estarem a ver a porcaria que está a dar na televisão. É muito melhor estarem aqui, sozinhos ou acompanhados, a descobrir a beleza da compostagem, a beleza da agricultura, a conviver».
... E QUER COMPRAR UMA DAS SERRAS DE VALONGO
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Nesta sua alocução, José Manuel Ribeiro deu conta de uma ambição sua: comprar uma serra. «Sei que é uma ideia difícil, e que muitos me vão dizer que é uma ideia maluca. Mas, o Mundo salta com ideias malucas!», disse, dando nota que o Concelho de Valongo tem duas serras, a de Santa Justa e a de Pias, sendo que pelo menos de uma destas «eu não vou desistir de comprar», frisou. Nas suas palavras esta é uma boa ideia, pois «comprar uma serra torna-nos proprietários do território. E quem é dono do território decide o que lá quer plantar. É como aqui nesta horta, embora vocês (utilizadores da horta) não sejam os donos do terreno, que é da REN, mas em cada talhão cada pessoa planta o que quer. E nas serras é igual. E no dia em que tivermos uma serra podemos plantar lá um coberto diferente, podemos passar à ação, fazer regeneração, e deixar um legado para as gerações futuras que daqui a 20, 30 ou 40 anos possam encontrar uma floresta com medronheiros, castanheiros, carvalhos, uma floresta resistente aos incêndios, etc. E isto é ação, é isto o que as sociedades querem, ação, coisas concretas que possam mudar localmente a nossa vida», explicou o autarca, que agradeceu ainda à REN a cedência do terreno necessário para implantar a maior horta biológica do concelho de Valongo e a segunda maior na área da Lipor.
Igualmente presente nesta inauguração esteve João Faria Conceição, Administrador Executivo da REN, que referiu que «esta iniciativa conjunta entre a autarquia de Valongo e a REN reflete o empenho entre as duas entidades no sentido de proporcionar um espaço às comunidades locais que promova a sustentabilidade em Ermesinde, tanto na dimensão social como na dimensão ambiental».
João Faria Conceição deu ainda nota de que precisamente a sustentabilidade é uma das prioridades da empresa. Daria mais à frente o exemplo de que uma das obrigações da REN é limpar as faixas de terreno por onde passam infraestruturas da empresa, sendo que em 2021 foram limpos 9000 hectares ao longo de todo o país. «Para ter uma ideia do que estou a falar, e as pessoas sabem que um hectare é o equivalente a um campo de futebol, neste caso é qualquer coisa como termos limpado uma auto-estrada com quatro faixas que vai de Portugal à Irlanda. E isto foi algo que fomos desenvolvendo e nos suscitou o interesse de abranger outras áreas que é este grande chapéu que é a sustentabilidade. E daí ter surgido a ideia, um namoro que vínhamos mantendo há bastante tempo (com a autarquia) e que passava por dar algo a uma comunidade onde estamos presentes há bastantes anos, como é a comunidade de Ermesinde. Este projeto vai permitir trazer a população para as proximidades da REN e vai fazer com que 172 famílias possam beneficiar deste espaço e desenvolver aqui as suas atividades, o que para nós é uma satisfação», referiu o administrador da empresa.
Por:
Miguel Barros
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