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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 15-12-2018

    SECÇÃO: Crónicas


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    Preparar o futuro

    Dá gosto ver as reportagens, via TV, dos pais a levarem os futuros alunos à Escola, no dia do novo ano letivo. As creches e os infantários estavam cheios de movimentos e de mimos. Não faltavam os avós e os amigos. Já as instalações do ensino básico fechadas ou pouco agitadas. Os pupilos eram senhores desembaraçados, abrindo caminho aos mais pequenotes e mostrando o conjunto dos edifícios aos familiares pouco instruídos, mas de telemóvel na mão!

    Os profissionais do ensino, empregados de educação, educadores, mestres e outros encarregados, pouco se notavam. Quando foi a vez de deixar, pela ocasião, o filhote mais novo, na linda vivenda ajardinada a servir de infantário, o menino ficou a brincar e eu de coração a sangrar, pois estava a ficar velho!!! Ainda não tenho hoje a coragem de ir à abertura das aulas, mesmo de outros filhos ou netos.

    Quanto mais estudos melhores empregos e ocupações; mais alto nível de vida... Veja-se as novelas brasileiras: citadinos evoluídos e os pobres da sanzala, ainda que tentem disfarçar a pobreza com riquezas. Os idosos terão hipóteses de viverem confortáveis; caso os filhos tenham bons empregos; e que sejam ajudados nas doenças?!

    É bom ter netos e conviver com eles, mesmo nas “apertadinhas”, obrigadas pelas dificuldades das ausências impeditivas dos pais.

    O ensino secundário tende a acabar? Quando iremos ter bombeiros e agricultores com mestrados e doutoramentos? Já vamos tendo alguns!

    Os edifícios das escolas primárias e secundárias desativados estão a ser usados como instalações de cultura e lugares de abrigo para pobres desprotegidos. Até velhos ranchos folclóricos passaram a ter um poiso certo e as bandas filarmónicas a manter abrigos onde tocar e apitar mais fino, sem irritarem as pombas!

    Na modesta aldeia transmontana o terreno público de descascar e secar figos e amêndoas e até medronhos, e local de lazer (jogos caseiros, trabalhos do linho: fiar e fazer bordados, em mesas graníticas, água canalizada; assadores e outros apetrechos de folgas) foram transformados em local “citadino”. Foi uma alegria mas, agora, uma tristeza de desleixo; nem crianças existem para uso dos baloiços! Obras bem delineadas, e do melhor material, só serve hoje para lixo e abandono. As nogueiras abundantes, de madeiras preciosas, foram vendidas! Estarão a servir de maples, para ver vídeos e bonecos animados, para os meninos das creches, nas suas casas, sobradadas em pinho!? A um elemento da Junta de Freguesia, que deu uma mão cheia de justificações para o abandalhamento, foi dizendo:

    - Os grelhadores e o micro-ondas estão guardados na casa nova da Sr.ª Professora, por sua vez já despedida por falta de educandos. Vão aparecendo as escolinhas de artes e ofícios: para a música e oficinas somos uns azes!

    Nem tendeiros ou compradores de materiais usados aparecem, mesmo de furgonetes ou ainda de carroças de burras ou mulas. Fazem trabalhos agrícolas, quando o bater do farrancho terminava!...

    O bater do linho, e a apanha de amoras nos silvedos dos muros idosos, ainda tem clientes. É preciso voltar a povoar os locais da aldeia com novas remessas de galegos ou palestinianos e norte africanos, a quem serão fornecidos palmos de terra. Não é vender Portugal é fornecer trabalho e matar a fome aos famintos!

    Os poucos alunos entrados nas faculdades ou politécnicos não voltam às versas, preferem emigrar indo, caso seja necessário, para a agropecuária velha!

    Temos que pedir ao anjo-Custódio, a força da vida vai faltando, e o caminho é curto... , O seguinte:

    A nossa lâmpada mágica vai ser orientada, na galáxia; ter umas pequenas Intermitências da forte luz perpétua, servir na Terra como de anjo do Céu!

    Por: Gil Monteiro

     

     

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