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    Arquivo: Edição de 30-09-2018

    SECÇÃO: Destaque


    ABERTURA DO ANO LETIVO 2018-2019 - ENTREVISTA COM O DIRETOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ERMESINDE, ÁLVARO PEREIRA

    "Nova" Escola Secundária de Ermesinde quer continuar a ser uma referência do ensino a nível nacional

    A tão sonhada renovada Escola Secundária de Ermesinde (ESE) começa a ganhar forma com a proximidade da conclusão das obras da 1.ª fase de requalificação deste estabelecimento de ensino. Cenário que pudemos comprovar in loco no dia (17 de setembro) em que arrancou oficialmente o ano letivo 2018-2019, na sequênCia de uma visita à escola, onde estivemos à conversa com o Diretor do Agrupamento de Escolas de Ermesinde (AEE), Álvaro Pereira, uma das figuras que ao longo das últimas décadas esteve na linha da frente na luta para uma ESE requalificada e capaz de servir com qualidade uma comunidade (escolar) que mesmo com todas as condicionantes do passado tem sido um motivo de orgulho para a cidade e para o concelho. E se a conclusão da 1.ª fase da obra está dentro dos prazos inicialmente estipulados - com o grosso dos blocos de aula a estar concluído até 15 de outubro próximo - a escola - e a sua comunidade - prepara-se já para um nova luta: a concretização de uma 2.ª fase de requalificação bem como exigir melhores equipamentos para que alunos e professores possam trabalhar.

    Foto AVE
    Foto AVE
    Arrancou de forma tranquila o novo ano letivo na ESE, sem que as obras de requalificação que ainda decorrem possam interferir - ou prejudicar - o início das aulas. Quem o diz é o Diretor do AEE, que na abertura desta nossa conversa fez um ponto de situação das obras da 1.ª fase da empreitada, cuja conclusão, de acordo com o que foi dito aquando da visita à escola do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em abril passado, está prevista para novembro próximo. Álvaro Pereira diz-nos que os prazos estão a ser cumpridos, não havendo nenhuma derrapagem, «penso até que haverá a possibilidade de alguma antecipação relativamente ao Bloco A, ao Bloco Administrativo e ao pavilhão gimnodesportivo. Há a possibilidade de ficarem prontos até ao dia 15 de outubro, sendo que o que vai ficar para mais tarde será a nova entrada da ESE», informa o dirigente educativo, que relembrou ainda que numa reunião com o engenheiro que dirige a obra foi solicitado que a ênfase, nesta fase, seja dada aos blocos de aulas, para que rapidamente todos os alunos possam ter o merecido conforto de uma sala de aula, o que nestes primeiros dias de aulas ainda não será uma realidade para todos, já que enquanto uns terão já aulas em salas novas, outros ainda ocuparão os mono-blocos que têm servido temporariamente de salas de aulas.

    Questionado sobre se o facto de a obra ainda não estar concluída poder prejudicar o início dos trabalhos escolares, Álvaro Pereira é pertentório em dizer que, de uma forma geral, isso não irá acontecer, sendo a exceção as aulas de Educação Física, visto que o pavilhão gimnodesportivo só estará concluído a partir de 15 de outubro, sendo que até lá não haverá aulas desta disciplina específica.

    2018-2019 será o ano letivo em que a comunidade da ESE vai poder usufruir de uma escola nova, com um aspeto moderno que a distanciam daquela escola sem condições (infraestruturais) que foi no passado recente. Porém, esta mudança para uma nova realidade foi experimentada ainda que ao de leve na reta final do ano letivo transato, já que o renovado Bloco C acolheu então parte da comunidade estudantil. Uma mudança que na altura criou algumas dificuldades, como relembra o Diretor, já que nem o Bloco C nem o Bloco B estavam em condições de serem entregues, «havia muito pó, estava um pouco sujo, e tivemos alguns problemas com alergias, tanto em professores como em alunos. Houve algum compromisso da parte da empresa que está à frente da obra de fazer uma limpeza aos dois blocos - antes destes serem entregues -, de forma a torná-los mais preparados para receber alunos e professores, mas penso que isso não aconteceu e de facto houve algumas reclamações. Agora, este ano isso não vai acontecer. Só vamos aceitar os novos blocos quando eles estiverem devidamente limpos e em condições de serem entregues».

    ESCOLA RENOVADA

    VAI FIDELIZAR ALUNOS

    Fotos ALBERTO BLANQUET
    Fotos ALBERTO BLANQUET
    Publicamente, várias foram as ocasiões que ao longo dos últimos anos em que se lamentou o facto de cada vez mais alunos deixarem a ESE pela falta de condições estruturais que esta oferecia à sua comunidade, facto que com a tão sonhada e batalhada requalificação da escola deixa de ter razão de continuar a persistir. Será assim? Álvaro Pereira diz-nos que de há dois anos a esta parte que a escola estabilizou em termos de número de alunos e de turmas, acrescentando, contudo, que vai ser difícil a ESE voltar a ter o número de alunos de há sete ou oito anos, mas com o facto de terem agora outro conforto, outras instalações, haverá, na voz do dirigente, daqui em diante uma maior fidelização dos alunos à escola e ao próprio agrupamento. «Não vai ser mais necessário aos alunos trazerem cobertores ou mantas, como no passado, para estarem na sala de aula», sublinha o Diretor, que elogia a elevada qualidade da obra ao nível térmico e acústico.

    Porém, nem tudo é novo nesta nova ESE, passe a redundância, ou melhor, nem tudo mereceu a urgente renovação, conforme salienta Álvaro Pereira quando se refere aos equipamentos das salas de aula, isto é, os projetores de vídeo e os computadores, material antigo e como tal desatualizado. «Essa é outra reivindicação que fazemos. Não tivemos nem o equipamento áudio-visual nem o equipamento informático que quase todas as restantes escolas deste país tiveram no âmbito da (empresa) Parque Escolar. Para além de não termos tido obras também não tivemos equipamentos. Agora, obras já temos, mas equipamentos ainda não!».

    2.ª FASE

    DA OBRA VAI SER

    A PRÓXIMA LUTA

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    Também aquando da visita do Ministro da Educação, os alunos mostraram ao governante a sua insatisfação pelo facto de as obras englobarem apenas uma intervenção em cerca de 80 por cento da escola. E dizemos apenas, porque o desejo de toda a comunidade escolar era de que a intervenção fosse completa, e alargada a outros pontos do estabelecimento, como por exemplo o pavilhão de mecânica. Tudo isto implica a que haja uma 2.ª fase de obras, fase essa que Álvaro Pereira espera que seja também uma realidade muito em breve, pois recorda que Tiago Brandão Rodrigues disse na altura que só poderia haver uma 2.ª fase depois de concluída a 1.ª fase, «pois bem, no dia 15 de novembro - data agendada para a conclusão da 1.ª fase - vamos lembrar ao senhor Ministro da Educação que já pode dar início à 2.ª fase da obra. Essa vai ser a nossa próxima luta», garante o dirigente escolar.

    Segunda etapa onde é desejada uma urgente intervenção no pavilhão de mecânica, que atualmente apresenta algumas rachas, e que urge uma requalificação. Para além deste edifício a escola quer ver nascer uma nova biblioteca, pois de acordo com o Diretor do AEE a atual não responde minimamente ao movimento que tem, já que para além de estar mal situada - encontra-se numa das extremidades da escola -, tem acessos deficientes - uma escada em caracol - e tem apenas 120 metros quadrados, que foram arranjados à custa do encurtamento do gabinete da Direção, «porque senão não tínhamos conseguido colocar a biblioteca na rede de bibliotecas escolares», lembra Álvaro Pereira, que refere que no projeto da Parque Escolar a nova biblioteca irá ter quase 500 metros quadrados. O projeto passa pela possibilidade de encaixar no Bloco de Mecânica a nova biblioteca, já que se trata de um edifício com uma boa luz natural, de acordo com o dirigente. Ter um auditório com melhores condições é outro dos sonhos que a ESE tem para a agora ansiada 2.ª fase da obra, bem como criar uma parte social mais moderna para a sua comunidade, um espaço onde os alunos possam não só conviver como também estudar, com condições distintas daquelas que oferece o atual polivalente da escola. «Aliás, no diálogo que tivemos com os projetistas aquando do lançamento da 1.ª fase da obra, sugerimos que fosse construído um bloco de raiz com tudo isto (o que foi dito atrás), mas depois chegou-se à conclusão de que o dinheiro não chegava para isso tudo, e o que devíamos precaver em primeiro lugar seria o bem-estar dos alunos e dos professores ao nível de instalações e de conforto (das salas de aula). E fomos por aí. Há, no entanto, ainda algumas lacunas na ESE, que é preciso ultrapassar», disse Álvaro Pereira, que espera ver essas lacunas ultrapassadas nessa 2.ª fase de obras.

    DOS 2400 ALUNOS

    DO AGRUPAMENTRO,

    1400 ESTÃO NA ESE

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    Com o arranque do novo ano letivo quisemos conhecer alguns números da ESE e do restante AEE para 2018-2019. Em termos de alunos, a ESE vai ser frequentada por cerca de 1400 alunos, do 5.º ao 12.º ano do ensino regular, com mais sete turmas de ensino profissional (nas áreas de Design Gráfico, Gestão de Equipamentos Informáticos e de Mecatrónica), assim como dois cursos de Educação-Formação. Docentes para o novo ano escolar serão cerca de 220, sendo que alguns lecionam igualmente na Escola Básica 2,3 D. António Ferreira Gomes (que em 2018-2019 terá cerca de 310 alunos distribuídos por 16 turmas do 5.º ao 9.º ano), que juntamente com as escolas básicas/Jardim de Infância da Bela, Gandra e Sampaio compõem o Agrupamento de Escolas de Ermesinde, que englobará um total de cerca de 2400 alunos distribuídos por 105 turmas, sendo que é na ESE que se concentram o maior número de turmas: 67.

    REUNIDAS

    AS CONDIÇÕES

    PARA UMA ESE

    MAIS PUJANTE

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    A terminar esta breve conversa não pudemos deixar de solicitar a Álvaro Pereira um comentário relativamente ao último ano letivo, onde vários alunos da ESE foram agraciados com prémios internacionais no âmbito de projetos desenvolvidos, sendo o último deles uma viagem de seis alunos a Sillicon Valley (Estados Unidos da América) no âmbito da conquista do Prémio Switch Up - projeto educativo desenvolvido pela GALP a nível nacional. «Naturalmente, que estes prémios representam um orgulho muito grande, não só para a escola como também para própria a cidade e o concelho. Aliás, devo também referir que em termos de exames a nível nacional os resultados têm sido igualmente bem razoáveis. Eu digo e sinto que esta escola tem tido ao longo dos anos muitos bons professores e excelentes alunos, e no fundo é juntar o útil ao agradável, porque depois os resultados aparecem. E de facto ao longo destes anos temos tido alguns prémios que nos enchem de orgulho. Temos tido alunos de excelência e não há muitos anos tivemos o 10.º melhor aluno a nível nacional! Ainda por cima a trabalhar nas condições que tivemos até aqui. Aliás, na reunião geral que tive com os professores no arranque deste ano letivo, disse o seguinte: agora os professores não têm desculpa para não terem bons resultados. Antes diziam: "se tivéssemos outras condições as coisas poderiam ser melhores", mas agora (com esta requalificação) não há razões para voltar a dizer-se isso, e sinceramente eu espero uma ESE e um AEE muito mais pujante neste novo ano letivo. Foram criadas boas condições, agora temos de as aproveitar. Não podemos estar a dizer que a culpa é dos edifícios. E o que eu pedi aos meus professores nessa reunião de início de ano foi que este continue a ser um agrupamento de referência não só a nível da cidade como do concelho e até nacional», rematou Álvaro Pereira.

    Por: Miguel Barros

     

     

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