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    Arquivo: Edição de 28-02-2018

    SECÇÃO: Património


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    Ainda a palavra "Ermesinde" (13)

    Em virtude da pouca bibliografia e literatura que consegui encontrar, sobre as seguintes Ermesindas ou Ermesendas, decidi tratar de duas em simultâneo, e essas serão as, Ermesinda Garcia e a Ermesinda de Bigorra casada com o rei de Aragão Ramiro I.

    ERMESINDA

    GARCIA,

    (1048-1102)

    CENA DA VIDA NA IDADE MÉDIA
    CENA DA VIDA NA IDADE MÉDIA
    Esta D. Ermesinda Garcia, terá tido a sua origem na Galiza, pois era filha de Garcia Ramires e de Leodegunda Cides. Este Garcia Ramires, seu pai, que terá nascido pelo ano 1000, e que tudo indica ser o sobrinho paterno de Gonzalo Garcia (este foi avô paterno do conde Gonzalo Nuñez, governador de Lara, e o verdadeiro primeiro senhor de Lara, terá falecido por volta de 1106), portanto filho de um Ramiro Garcia, da mãe nada se conseguiu saber, esta é a opinião de Margarita Léon, da sua origem (León, 1999). A sua origem é de Castela, pela zona de Burgos, e a sua família terá participado na reconquista, daí a sua aproximação às famílias portucalenses.

    Casou em primeiras núpcias com Soeiro Viegas ou Sueiro Venegas, filho de Egas Muniz, o Gasco II, ca 976-1022. Terá casado com D. Toda Ermiges, ca 998-1071, e era patrona de Paço de Sousa, que se documenta com propriedades em Parada de Todea, Pinheiro, Cabroelo, Ameixedo, Corveira, Pedorido, Raiva, Canelas, Anreade, Crestuma, Vilar, Vilarinho e Galegos. Identificados pela compra da vila e igreja de Santa Maria de Alvellos (Lamego). As armas ostentadas são as dos senhores de Alvellos, depois ditas dos Pachecos, e que são uma variante das armas dos Lara, que as passaram aos Guzmán.

    Deste casamento terá tido Múnio Fernandes que foi pai de Egas Moniz de Ortigosa.

    Tendo enviuvado, casou em segundas núpcias com Fernão Jeremias (ca 1020 - 1101), por sua vez também viúvo de uma irmã de Soeiro Viegas, D. Vivilde (Vivili) Venegas de Ribadouro, ca 1080, ano em que deixa a Paço de Sousa um quinto dos seus bens em Manubilde, Castromil, Pedorido, Sebolido, Seradelo, Sande, Vila Boa, Sardoira, Cenelas e Sobradelo. Documentada como "deo vota" e "amitia" (tia paterna) de Egas Ermiges. Segundo, A. de Almeida Fernandes dá-a como 1ª mulher de Fernão Jeremias e mãe de Munio Ferdinandi. Voltemos a Fernão Jeremias era filho de Jeremias Mendes e neto de Mendo (Mem) Fernandes. Este casal, tinha bens em Sinfães, Macieira, Cortegaça, Lamego, Abrunhais, Sande e Cambres. Deste segundo, terá tido Fernão Fernandes (ca 1082-?), e que foi governador de Lamego em 1111, e senhor de Alvellos e de dois casais em Quintela da Lapa. Tendo este falecido em cerca de 1048.

    ERMISENDA

    DE BIGORRA

    (1015 -ca. 1045)

    OU GISBERGA DE FOIX

    RAMIRO DE ARAGÃO
    RAMIRO DE ARAGÃO
    Foi a primeira rainha de Aragão. Nasceu em Carcassone (hoje, França) em 1015. Tendo sido baptizada com o nome de Gisberga de Foix e que o manteve até ao seu casamento. Casou em primeiras núpcias, em 22 de Agosto de 1036, com Ramiro I rei de Aragão. Era filha de Bernardo I Rogério de Foix e de Garsenda, condesa de Bigorra, pertencentes à Casa de Cominges, Condado de Foix, Condado de Carcasona, Condado de Bigorra. Ela e a sua irmã Estefânia, futura esposa de Garcia de Navarra tinham sido criadas pela tia Ermesinda de Carcassonne. Quando casou com o rei Ramiro I, este em data já algo tardia (pouco depois da morte do pai), Gisberga mudou seu nome para Ermesinda, o mesmo nome da sua tia Ermesinda de Carcassonne, em sua homenagem (recordam-se da crónica "Ainda o nome Ermesenda (2)", é essa mesma). Tiveram os seguintes filhos:

    • Sancho I de Aragão também chamado de Sancho Ramires, que herdou o trono,

    • Garcia Ramires, que foi bispo de Aragão em Jaca (1076-17 de Julho de 1086) e de Pamplona (1076-1082),

    • Sancha de Aragão (m. 1097), infanta de Navarra e condessa, casada com Armengol III, conde de Urgel,

    • Urraca de Aragão que foi freira no mosteiro de Santa Cruz de la Serós

    • Teresa de Aragão, casada com Guilherme V da Provença.

    Morreu ainda em vida do rei Ramiro, que acabou por casar novamente com Inês de Aquitânia, mas de quem não se sabe a ascendência e não se conhece descendência.

    Tendo sido sepultada no Monasterio de San Juan de la Peña

    ARMA DOS PACHECOS
    ARMA DOS PACHECOS
    BIBLIOGRAFIA:

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