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    Arquivo: Edição de 28-02-2018

    SECÇÃO: Editorial


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    Dependências...

    O Homem como ser pensante e perante a sua proliferação teve de pensar-se em termos organizativos que criaram, concomitantemente, uma série de dependências.

    Entre estas, escolhi falar hoje da dependência "tempo". Convencionou-se que era preciso medir o tempo. Surgiram as eras, os séculos, os anos, os meses, as semanas, os dias, as horas e os seus submúltiplos. E criou-se um pequeno aparelho chamado "relógio" que o mede. Daí decorreram os conceitos de "horário" e "pontualidade".

    Procedem deles uma série de obrigações que transformam as pessoas, quer queiram quer não, em seus "escravos". A velocidade em que a vida atual decorre acentuou ainda mais essa dependência, diretamente relacionada com os conceitos de tempo e de distância que têm vindo a mudar bastante ao longo dos últimos tempos.

    Vem isto a propósito de um assunto a que "A Voz de Ermesinde" dá, neste número, especial destaque, a Linha de Leixões. Pensada ainda no período pós-Regeneração, e mantida em plano no período do "Fontismo" seria apenas construída no século XX, nos anos de 1930 e inaugurada no fim dessa década, ligando Ermesinde ao Porto de Leixões, tendo também ligações a Contumil e a Campanhã.

    Na década de 1960 esta linha deixou de fazer o transporte de passageiros, que foi restaurado 43 anos depois, mas apenas numa parte do seu percurso, até S. Mamede Infesta. O facto de não ter sido construída uma estação prevista para as proximidades do Hospital de S. João e de neste novo período nunca ser feito o transporte de passageiros até ao fim da linha, determinou, dois anos depois, nova suspensão do serviço de transporte de passageiros.

    Agora que o assunto foi à Assembleia da República, levado pelo grupo parlamentar do PCP, e que o hemiciclo aprovou a reabertura da linha, era bom que a oportunidade não fosse perdida pelo jogo de interesses e de influência dos líderes políticos do xadrez da área metropolitana. Tantas vezes que, ao longo da História, interessantes projetos ficaram por executar precisamente porque os interesses políticos antagónicos os bloquearam.

    Parece-me natural que a linha, projetada e construída na bacia do Leça, tenha início em Ermesinde e fim na foz do Leça, em Leixões, com a construção de estações e apeadeiros onde se justifique, pois entretanto a densidade populacional é maior na área servida por esta linha. Parece-me, também, bastante óbvio que passando o traçado da atual linha a cerca de 200 metros da frente do Hospital de S. João, com disponibilidade de espaço e próximo do núcleo universitário tão importante que aí cresceu, se justifica a construção de uma estação próxima.

    Poupar-se-ia tempo e dinheiro nas deslocações diárias quer para as gentes que de norte se deslocam ao Porto, quer para os passageiros das linhas do Minho e do Douro que chegam a Ermesinde, diminuindo substancialmente o fluxo de passageiros em Campanhã, a intensidade de tráfego nas A4 e A3 e o movimento e aparcamento de automóveis nas imediações do Hospital de S. João e pólo universitário adjacente.

    Não tendo Ermesinde "metro" e conhecendo-se as vantagens, em termos de fluidez e segurança, do transporte ferroviário sobre o rodoviário, em área urbana, parece que esta oportunidade, que colhe parecer favorável dos autarcas dos municípios da Maia e de Valongo, merece ser concretizada.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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