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    Arquivo: Edição de 31-07-2017

    SECÇÃO: Destaque


    Encontro de Gerações evidenciou papel de relevo das IPSS''s no seio das comunidades

    Foram 12 as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Valongo que, conjuntamente com o Município, deram as mãos e uniram-se para levar a cabo, nos passados dias 3 e 4 de julho, no Fórum Cultural de Ermesinde, o IV Encontro de Gerações. Subordinado ao tema "Crianças de ontem, adultos de amanhã", esta edição do Encontro de Gerações teve por objetivo dar a conhecer a toda a comunidade o trabalho desenvolvido pelas instituições concelhias junto dos utentes das várias gerações.

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    Animação, convívio e sobretudo partilha de saberes e experiências entre gerações, foram alguns dos "ingredientes" que ao longo de dois dias marcaram esta edição do Encontro de Gerações, que teve como principal dinamizador a ADICE. A esta instituição juntaram-se outras 11 IPSS's concelhias, nomeadamente o Centro Paroquial e Social de S. Martinho de Campo, a Santa Casa da Misericórdia de Valongo, o Instituto Bom Pastor, a Casa do Povo de Ermesinde, o Centro Social e Paroquial de Alfena, o Centro Social e Paroquial de Santo André de Sobrado, o Lar Marista de Ermesinde, a Associação Ermesinde Cidade Aberta, a Associação de Promoção Social e Cultural de Ermesinde, a Associação Viver Alfena e o Centro Social de Ermesinde.

    Este encontro mostrou a dinâmica e importância de todas estas instituições na promoção do apoio e do bem estar da comunidade concelhia, sobretudo da franja mais desfavorecida.

    Na sessão de abertura do evento a presidente da Direção da ADICE, Maria Trindade Vale, enalteceu precisamente o papel relevante das IPSS's junto das populações, referindo que são as instituições que estão na retaguarda das famílias mais carenciadas, são estas a quem os mais necessitados recorrem nas horas mais difíceis das suas vidas. «Só as IPSS's têm a capacidade de estar ao lado dos mais velhos e dos mais novos quando estes mais precisam. Por vezes somos o seu único ombro amigo, a única família que têm», frisou a dirigente da ADICE.

    Presente nesta cerimónia de abertura esteve igualmente o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, um dos parceiros de uma iniciativa «importante, que promove o diálogo e as sinergias entre os diversos atores sociais da comunidade». Destacou ainda o papel de outros grupos informais que fazem um trabalho anónimo mas muito importante no apoio à comunidade, dando aqui o exemplo das conferências vicentinas. Para o autarca todas estas IPSS's e outros grupos informais constituem uma rede muito importante, a qual «permite aguentar os choques, permite que as pessoas não caiam diretamente no chão, e foi esta rede que ajudou os cidadãos a ultrapassar os anos violentos da última entrada do Fundo Monetário Internacional no nosso país, foi esta rede que permitiu que esse momento difícil fosse mais suave». Lembrou ainda a recente tragédia ocorrida em Pedrógão Grande como um exemplo que atesta não só a veia solidária das IPSS's como do próprio cidadão comum, agentes que se mobilizaram de forma massiva na ajuda às populações daquela região afetada pelos incêndios.

    Também presente nesta abertura do IV Encontro de Gerações esteve o Diretor do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social, Miguel Cardoso, para quem as IPSS's têm um papel fundamental na sociedade, «porque acabam por funcionar um pouco como braço armado do Estado, passe o termo, sendo que as munições são a capacidade que as instituições têm em chegar às pessoas no terreno mais facilmente. É o conhecimento que os técnicos dessas instituições têm na sequência de anos de intervenção no terreno e da própria proximidade que têm para com as pessoas, e isso torna mais fácil o acesso do Estado às pessoas. Há pois uma série de munições que as IPSS's têm e que colocam ao serviço do Estado e que nos permite através dos acordos de cooperação cumprir a função de proteção social de uma forma mais alargada. Porque se fosse só através das instituições do Estado, só através do serviço público, nós nunca iríamos conseguir chegar à população de uma forma tão abrangente como fazemos através das IPSS's», destacou.

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    Ao longo dos dois dias, este Encontro de Gerações reuniu diversos painéis de reflexão subordinados a diversas temáticas de âmbito social. Teresa Morais, membro da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, levou a cabo no primeiro dia a reflexão intitulada "Envelhecer em Igualdade. Proteger e promover os direitos das pessoas mais vulneráveis". Não sem antes também ela destacar a importância das IPSS's no seio da sociedade, lembrando igualmente a tragédia de Pedrógão Grande, a qual acompanhou de perto. «Encontrei no terreno muitas falhas que se podem imputar ao Estado, que não teve a capacidade de proteger aquelas pessoas e prevenir aquela tragédia, mas as IPSS's não falharam, pois foi em muitas pequenas coletividades e associações locais que as vítimas fugidas dos incêndios encontraram o primeiro refúgio, encontraram comida e uma cama improvisada. Em variadas circunstâncias são as IPSS's que funcionam onde o Estado falha», frisou Teresa Morais.

    Temas como "Motivar os seus filhos para o estudo", "Jogos e Técnicas de Animação para Idosos" e "Sinais de Alerta - A Importância de Identificar e Atuar" integraram igualmente os painéis de reflexão deste evento.

    Este evento contemplou ainda um conjunto de exposições que reuniram trabalhos dos utentes seniores e utentes jovens das várias instituições presentes, instituições estas que ao longo destas duas tardes levaram ao palco do Fórum Cultural de Ermesinde um vasto programa de animação (em que a música assumiu papel de protagonismo) que evidenciou a dinâmica e sobretudo a interação salutar existente entre diferentes gerações.

    Por: Miguel Barros

     

     

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