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    Arquivo: Edição de 30-04-2017

    SECÇÃO: Local


    CORREIO DO LEITOR

    Quando haverá, da parte dos responsáveis autárquicos, uma atitude de respeito pelas árvores?

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    Em plena primavera, com as árvores já cheias de folhas, a Junta de Freguesia de Ermesinde continua a condenável ação de decepamento e desramação drástica dos poucos arvoredos públicos existentes na cidade. Chamam a isto "poda". Uma equipa armada de escada e motosserra, corta cerce a ramaria de árvores já com dezenas de anos, deixando-lhes apenas o tronco. A Junta "orienta". Num total desconhecimento do que seja uma árvore, de como funciona, do seu grande interesse em termos de saúde pública, estéticos e ambientais.

    Nenhum argumento técnico pode justificar este massacre anual dos arvoredos públicos, no qual, em poucos minutos, a motosserra decepa ramos que levaram anos a crescer, privando a árvore das suas reservas e da sua beleza original.

    A "poda camarária" é apenas um hábito rotineiro e primitivo e como todos os hábitos deste tipo, carece de explicação racional e apenas tem como efeito a degradação estética e sanitária das árvores, o seu declínio e morte prematura.

    Agora que a Junta de Ermesinde tem delegadas competências para tratar dos espaços verdes da cidade, seria uma boa oportunidade para serem tomadas algumas medidas urgentes para modificar esta situação.

    Tais medidas, que tanto a Junta agora, como antes a Câmara nunca quiseram tomar, passariam por:

    -Limitar qualquer operação de corte ou poda a situações a definir por critérios técnicos e com conhecimento de causa.

    -Plantação de mais árvores, de espécies adequadas a cada situação e a cada local, nas nossas ruas, praças e jardins e deixá-las crescer na sua forma natural, que lhe foi dada pela Natureza em milhões de anos de evolução. A diversificação das espécies a plantar, utilizando árvores e arbustos da Flora portuguesa.

    -Formação técnica adequada do pessoal encarregue deste trabalho.

    -Promover junto da população a educação ambiental e o respeito pela árvore; e sobretudo promover a educação ambiental pelo bom exemplo.

    Estas seriam verdadeiras boas práticas ambientais que enriqueceriam e embelezariam a nossa cidade e contribuiriam para o bem-estar e para a saúde dos cidadãos.

    No entanto, continua a não ser essa a opção da Junta de freguesia, como a foto anexa, tirada no bairro das Saibreiras, documenta. Esta é do bairro das Saibreiras, mas muitas outras, do mesmo espectáculo degradante, podem ser tiradas por toda a cidade.

    A Junta, embora o inscreva todos os anos nos seus planos e orçamentos, não planta uma árvore em espaço público algum e pelo contrário, contribui para o declínio do pouco que existe.

    É como dizia o nosso grande escritor Raul Brandão, em 1930, em "Os Pescadores", " ... Mas nós só temos um sistema bem organizado - o da destruição".

    Por: Carlos Coutinho

     

     

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