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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2017

    SECÇÃO: Destaque


    Conferência "Valongo, um Concelho com 180 anos" evocou a riqueza do património material e imaterial do Município

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    Outra das razões pela qual fechamos a presente edição em cima da reta final do último dia do mês de março prendeu-se com o apontamento cultural ocorrido no Museu Municipal de Valongo na tarde do dia 31, mais concretamente com um novo "capítulo" alusivo ao programa de comemorações do 180º aniversário do Município de Valongo, que desde finais de novembro passado vem sendo levado a cabo pela autarquia.

    Desta feita, as comemorações da efeméride incluíram teatro, palestras e lançamento de um livro perante uma vasta e atenta plateia. A tarde teve início com a recriação histórica da primeira reunião da Câmara de Valongo realizada em 1837, um apontamento de teatro que ficou a cargo da Associação Cultural - Cabeças no Ar e Pés na Terra. Em jeito de crítica diga-se que foi um momento de grande brilhantismo, não só pela beleza e originalidade do cenário, como também pela brilhante interpretação dos atores, sendo que a título de curiosidade a personagem do então presidente da recém formada autarquia valonguense, José Dias da Silva, foi interpretada pelo conhecido ator portuense Mário Moutinho.

    Após o apontamento teatral, teve lugar a palestra "Valongo, um Concelho com 180 anos", não sem antes o presidente da edilidade, José Manuel Ribeiro, ter usado da palavra para começar por dar conta de que, tal como há 180 anos atrás, na histórica reunião que acabara de ser recriada, também a atual Câmara quer contar uma história com base na riqueza do património e das gentes que existe no nosso Município, sublinhando que são poucos os concelhos em redor do Porto que possuem uma História tão rica como a que Valongo possui.

    De seguida tiveram início as palestras de três conceituadas figuras ligadas aos caminhos da História: o historiador Joel Cleto, que abordou a "Importância do património arqueológico e imaterial de Valongo para o desenvolvimento do concelho"; o também historiador José Manuel Tedim, que se pronunciou sobre a temática "O património religioso de Valongo e seu impacto no Grande Porto", e ainda Joel Mata, historiador, professor catedrático e autor do livro "Contributos para a história económica e social de Valongo entre 1258 e 1835", que foi apresentado neste evento. Naturalmente que o relato destas três palestras daria azo a longas linhas de texto, dada a riqueza e importância histórica das intervenções, pelo que vamos somente traçar um breve apontamento da belíssima tarde em redor dos caminhos da História que nos foi proporcionada pelos três oradores.

    Joel Cleto, um exímio contador e guardião de lendas, começou por dar conta da ameaça que paira sobre as tradições imateriais da história nacional, sobre as lendas mais em concreto, que correm o risco de se perderem com o passar dos anos, elogiando por isso este tipo de iniciativa como forma de preservar e evocar esse património histórico. E sobre lendas realçou que Valongo é um concelho extremamente rico no que diz respeito a este género de património.

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    De entre as três ou quatro lendas que trouxe a esta palestra destacamos a de Susana, a filha do rei judeu Samuel que se converteu, tal como seu pai, ao cristianismo e terá vindo (de Jerusalém) para a Península Ibérica viver, e para o Porto, mais concretamente. Após a tomada da cidade pelos mouros os cristãos raptam o filho do rei mouro, Domus, no sentido do patriarca devolver a cidade aos cristãos. O plano acaba por correr mal, já que Domus e Susana enamoram-se, acabando por fugir da cidade para o cimo dos vales que a rodeiam. Ali chegados Susana profere a seguinte frase: "Mas que belo e vale longo", derivando dai o nome de Valongo. Domus e Susana acabaram por se fixar na zona mais baixa desse vale, num local hoje denominado de Susão, que deriva do nome Susana.

    Por sua vez, José Manuel Tedim falou do património material religioso que Valongo possui. Historiador ilustre, Tedim começou por dar nota da sua ligação ao concelho, e a Ermesinde, ao lugar da Travagem mais concretamente, já que a sua família do lado materno é desta zona. No que concerne à sua palestra evocou o riquíssimo património existente nas igrejas do concelho, destacando, entre outros, a estátua de Santo André no exterior da Igreja Matriz de Sobrado, uma estátua que remonta ao século XIV.

    Seguiu-se a intervenção de Joel Mata, que falou do livro "Contributos para a história económica e social de Valongo entre 1258 e 1835", da sua autoria, e que pretende ser um tributo às gentes anónimas que com o seu trabalho contribuíram para a formação de uma entidade que conduziu à formação do concelho.

    A conferência "Valongo, um Concelho com 180 anos" terminou com a apresentação da pintura mural realizada a partir de fotografias antigas do concelho, pelo artista plástico do concelho Luís Filipe Santos.

    Por: Miguel Barros

     

     

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