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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 12-02-2014

    SECÇÃO: Saúde


    Aneurisma da Aorta Abdominal

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    O Aneurisma da Aorta abdominal é uma dilatação da aorta que se não tratada leva à morte por rotura. O tratamento, que é sempre cirúrgico, deve ser efetuado antes de acontecer o episódio de rotura.

    Existem dois métodos possíveis para solucionar a doença, o mais antigo, chamado aberto, que consiste na substituição da aorta dilatada por um conduto sintético que é suturado a zonas saudáveis da aorta, o outro, mais recente, apelidado de endovascular, consiste na introdução de uma endoprotese (stent coberto de tecido) através de artérias periféricas, geralmente as femorais. No caso de cirurgia aberta o doente deve estar sob anestesia geral pois é necessário abrir a cavidade abdominal e bloquear a circulação para se puder fazer a substituição do aneurisma pela prótese. No caso do tratamento endovascular é possível usar anestesia local apenas nas regiões inguinais (virilhas) e a endoprotese é colocada sem necessidade de bloqueio circulatório. O risco de morte no tratamento é muito baixo, cerca de 2,5 a 3% na cirurgia aberta e 0,5 a 1% no tratamento endovascular.

    A rotura tem uma mortalidade associada de 80%. Metade das situações apresentam-se com um quadro de morte súbita, a outra metade, que sobrevive e chega a um hospital, é tratada cirurgicamente sendo que na cirurgia aberta a mortalidade ronda os 50% e no tratamento endovascular os 25-30%.

    Torna-se óbvio que esta doença deve ser diagnosticada e tratada antes que aconteça a rotura. O maior problema que o diagnóstico atempado enfrenta é a ausência de sintomas. Nestes casos é preciso identificar os indivíduos em risco de terem um aneurisma e rastrear.

    Os fatores de risco mais importantes para aneurisma da aorta abdominal são o sexo masculino, a idade superior a 60 anos e o existirem ou terem existido hábitos tabágicos. Quando na história familiar houver aneurismas da aorta em familiares diretos isto constitui também fator de risco elevado.

    Identificado o grupo de risco há que efetuar o rastreio que é muito simples, pouco dispendioso e extremamente eficaz (sensibilidade e especificidade muito elevadas) e que consiste na execução de uma ecografia abdominal com visualização e medição da aorta.

    Não existe motivo para que a taxa de rotura de aneurismas da aorta abdominal continue a ser elevada pois estão identificados os indivíduos em risco, o método de diagnóstico é seguro, eficaz e pouco dispendioso e os critérios para tratamento muito bem definidos.

    Faltará talvez a sensibilização das autoridades de saúde para este problema de modo a que sejam produzidas recomendações claras tendentes ao rastreio do grupo de risco.

    Por: JOÃO ALBUQUERQUE E CASTRO (*)

    (*) Cirurgião vascular e coordenador nacional da campanha “Aorta é Vida!”

     

     

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