SECÇÃO: Saúde

Semana Europeia do Teste VIH

As estimativas europeias, Portugal incluído, referem que pelo menos uma em cada três pessoas que vive com o VIH em Portugal desconhecem ser seropositivas para a infeção. Quando diagnosticadas tardiamente, atrasando o acesso ao tratamento, têm uma maior probabilidade de sofrer complicações da infeção associadas ao VIH e uma maior probabilidade de a transmitir. Por outro lado, a maior parte das pessoas que é diagnosticada precocemente (pouco tempo depois de adquirir a infeção) e a quem é prescrita com sucesso a terapêutica antirretroviral atempadamente pode esperar ter uma esperança de vida já próxima de uma pessoa não infetada, com uma melhor qualidade de vida. A probabilidade de transmissão do VIH a outras pessoas reduz-se também, significativamente.

António Diniz, diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA explicou: «Expresso o total apoio a esta iniciativa, perfeitamente alinhada com os objetivos do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, e com reflexo em três das metas definidas: diminuir a percentagem de diagnósticos tardios de infeção, diminuir o número de casos e de mortes por SIDA e, pelo facto do diagnóstico precoce possibilitar o conhecimento e o tratamento eficaz das pessoas infetadas, diminuir, também, a transmissão na comunidade de novos casos de infeção por VIH».

A investigação indica que a maior parte das pessoas irá aceitar fazer o teste de VIH quando encorajada. Desta forma, além de encorajar as pessoas a pedir o teste, a semana do teste pretende inspirar os profissionais de saúde e os coordenadores dos programas de rastreio a disponibilizar o teste sempre que se julgar adequado e necessário.

Ricardo Fernandes, vicepresidente do GAT e membro da Comissão Executiva da Campanha “VIH/SIDA em Portugal - 30 anos: refletir e agir” afirmou: «A Semana Europeia do Teste VIH é uma oportunidade para que as ONG, Serviços de Saúde, técnicos de saúde e comunidade em geral possam aumentam a consciencialização da importância do diagnóstico precoce e do papel do teste através da oferta do teste a um público mais alargado e de forma sistemática».

António Diniz acrescentou: «Fazer o teste significa, para quem não está infetado, a possibilidade de continuar a adotar comportamentos que evitem a infeção por VIH e, para quem, eventualmente, possa estar infetado, a possibilidade de ter acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento, mais cedo, melhorando significativamente as suas expectativas de vida. Para além, claro, da redução da transmissão da infeção na comunidade. E, se é certo que devemos ter uma particular atenção às populações mais vulneráveis ao VIH, tudo o que referi se aplica, integralmente à população, em geral».

Sobre o HIV in Europe

O HIV in Europe é uma iniciativa pan-Europeia que teve inicio em Bruxelas, em 2007. Trata-se de uma plataforma europeia para a partilha e organização de atividades que melhorem o diagnóstico e o tratamento precoces da infeção pelo VIH em toda a Europa. A iniciativa é dirigida por um grupo independente de peritos com representantes da sociedade civil, decisores políticos, profissionais de saúde e instituições europeias na área da saúde pública.

O HIV in Europe não é uma organização, mas uma iniciativa criada para disponibilizar informações sobre processos, partilha de conhecimento e melhorar a informação baseada em evidência sobre assuntos importantes relacionados com o rastreio e tratamento precoce da infeção pelo VIH. É única na sua colaboração entre as partes interessadas a nível clínico, de defesa de direitos e de saúde pública.

Para saber mais sobre a semana europeia do teste de VIH, visite o site www.hivtestingweek.eu