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    Arquivo: Edição de 30-11-2013

    SECÇÃO: Saúde


    O uso da valeriana no tratamento da ansiedade

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    O nome valeriana tem origem na palavra latina “valere” que significa “ser forte ou saudável”. É uma planta de flor perene que floresce no verão (“Valeriana officinalis”).

    Reconhecida desde a antiguidade, é referida em textos de 460 a.C. pelo cheiro desagradável da sua raiz.

    A raiz da valeriana é conhecida pelas suas qualidades relaxantes e calmantes.

    Os gregos Hipócrates e Dioscorides já a usavam na sua prática clínica em patologias tão diversas como a hepática, urinária ou gastrointestinal. A Abadessa Hildegard of Bingen, no século XII, referia-a nos seus manuais sobre plantas com usos medicinais.

    Os Incas serviram-se dela como unguento para massagens.

    Atualmente a valeriana é bem conhecida pelas suas propriedades ansiolíticas, pelo que o seu uso é essencialmente no stress quotidiano e na insónia.

    Nas nações industrializadas os estudos epidemiológicos mostram que cerca de 20% da população sofre de manifestações de ansiedade e mais de 30% se queixa de insónia. Estas patologias tendem a aumentar como o crescimento dos agentes capazes de gerar stress físico ou emocional na sociedade actual. As consequências são bem conhecidas: cansaço, perturbações cognitivas, deterioração da saúde e da sensação de bem-estar.

    Na atenuação dos sintomas destas patologias as benzodiazepinas (vulgo calmantes) são largamente utilizadas pela sua eficácia e baixa toxicidade. Todavia a sua utilização não é isenta de riscos já que podem interferir, pela sedação que provocam, nas atividades de vida diária, nomeadamente a condução e a memória. Outro problema comum ao uso das benzodiazepinas é a tolerância que induzem levando ao aumento das doses e ao abuso. Na utilização prolongada a descontinuação é, por vezes, difícil, causando sintomas como ansiedade, insónia, depressão e dores musculares.

    Suportada por ensaios clínicos, a valeriana, com uma eficácia clínica sobreponível à das benzodiazepinas, mas sem os efeitos secundários referidos anteriormente a nível cognitivo e psicomotor é, pois, a alternativa no tratamento a médio ou longo prazo da ansiedade e/ou da insónia não orgânica.

    Por: João de Araújo e Sá (*)

    (*) Neurologista

     

     

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