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    Arquivo: Edição de 06-09-2013

    SECÇÃO: Saúde


    Ordem dos Enfermeiros defende eficiência do sistema de triagem utilizado nos hospitais

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    O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Germano Couto, na sequência das notícias que põem em causa o sistema de triagem dos doentes utilizado nos hospitais e efetuado por enfermeiros - denominado Triagem de Manchester - diz que este é eficiente e suportado em evidência científica.

    «A triagem nas urgências é feita por enfermeiros devidamente preparados para esta função, que fazem a primeira avaliação do estado do utente seguindo sempre o protocolo que está instituído. A triagem de Manchester não é um momento de diagnóstico clínico, é uma forma de racionalização de tempos de espera com base em indicadores clínicos», refere Germano Couto. «Uma paragem cardiorrespiratória pode ocorrer a qualquer um, em qualquer momento e em qualquer local, mas o seu resultado será provavelmente menos grave se existir uma avaliação prévia que permita identificar as pessoas que estão em maior risco», acrescenta.

    Na opinião do Bastonário da OE, notícias deste género como as referidas pelo Bastonário da Ordem dos Médicos geram dúvidas e desconfiança na população, e podem colocar em causa um sistema com provas dadas cientificamente e com elevado grau de satisfação por parte dos utentes. Outra questão aqui presente é se se deve ou não racionalizar os tempos de espera antes de um doente ser visto por um médico, ou se opta pelo critério da hora de entrada no serviço de urgência, em que os utentes são atendidos por ordem de chegada, podendo conduzir a tempos de espera irracionais, o que contraria as boas práticas já instituídas e irá causar certamente consequências nefastas para os cidadãos.

    Germano Couto afirma ainda que «a OE está a recolher informação para poder pronunciar- se sobre factos, tendo por base as boas práticas».

    Evidência científica

    Considerando a evidência científica existente, deixamos aqui alguns dados retirados da Tese de Metrado do Prof. António Marques do Hospital de Santo António, Porto:

    «Com o advento da Triagem de Manchester é implementada uma política de formação exigente, existem estudos que demonstram grande consistência na avaliação entre triadores com a metodologia de Manchester (Wulp, 2008)».

    «No Hospital de Santo António foram realizadas várias auditorias ao sistema de triagem. Por norma, foram verificadas taxas de prioridades certas (concordância entre triador e auditores – um médico e um enfermeiro instrutores) superiores a 90% (com um objetivo superior a 80%). A referida tendência foi visível logo desde o início da implementação com 96% prioridades certas entre outubro e dezembro de 2000 (n 475 casos avaliados) e 97,7% prioridades certas entre janeiro e dezembro 2001 (n 2270 casos avaliados)».

    «Em 2006, no Hospital de Santo António, um grupo de alunos do 5º ano de Medicina (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) avaliou uma amostra randomizada e estratificada de 1 779 casos de um universo de 132 198 episódios de urgência, comparando a sua opinião com a triagem previamente feita por enfermeiro. Foram estudados 1 746 casos dado que 33 não tinham cor atribuída. Houve total concordância relativamente à atribuição da classificação Vermelha e Azul. Quanto às restantes prioridades, registou-se uma diferença de opinião em apenas 1% das situações. Em 5 casos o aluno de Medicina atribuiu uma classificação menos prioritária, enquanto em 15 casos se verificou o oposto (Pinto 2006). Em 1 408 dos 1 746 casos houve total coincidência na prioridade atribuída, como também no fluxograma escolhido».

    «Estes dados são relevantes na medida em que demonstram a fiabilidade da Triagem de Manchester entre triadores (é um método reproduzível), o que credibiliza os achados concordantes nas séries citadas para validar o sistema onde intervém um grande número de profissionais de saúde na triagem».

     

     

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