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    Arquivo: Edição de 12-07-2013

    SECÇÃO: Editorial


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    Na Feira do Livro

    A Feira do Livro em Ermesinde, para além de divulgar livros e autores, é ponto de encontro de velhos amigos e conhecidos que aproveitam esta época do ano para pôr as novidades da terra em dia. Na verdade tem esta virtude de se realizar num espaço convidativo e de barraquinha em barraquinha lá nos vamos encontrando e falando da nossa cidade.

    Em vésperas de eleições autárquicas muito se falou desta terra, das suas ligações à cidade do Porto, das freguesias entre si, do passado e do presente deste concelho e em especial da cidade de Ermesinde.

    Num tempo em que tudo é transitório e efémero lembrar a importância de conhecermos os sítios onde vivemos faz todo o sentido, talvez por isso tenha gostado de encontrar e ouvir o autor Hélder Pacheco.

    Hélder Pacheco foi e é um desses pedagogos que deixou marcas no nosso ensino, quantas e quantas escolas neste país seguiram os seus conselhos, adaptaram, acrescentaram e desenvolveram uma pedagogia que contribuiu para valorizar o património das diferentes terras, o respeito pelos saberes tradicionais e a cultura popular.

    As suas obras sobre o Porto introduziram um outro olhar sobre a cultura que vai muito para além da análise dos monumentos e da chamada cultura erudita.

    Este ano o tema escolhido para as conversas entre amigos na Feira do Livro centrou-se em Valongo e nas diferentes alternativas para a sua governação.

    Curioso foi verificar a unanimidade de opiniões em torno da relação das diferentes freguesias do concelho de Valongo com a cidade do Porto, acabando sempre por referir as suas ligações à periferia e o papel desta cidade no País.

    Foto Valongo Ambiental
    Foto Valongo Ambiental
    Neste contexto eu diria que os livros do Hélder Pacheco são leitura obrigatória para os novos candidatos na nossa autarquia…

    Valongo é uma pequena região muito diversificada, quer em relação à sua formação geológica, quer à sua cultura e ao seu desenvolvimento, ao contrário do que muitos pensam, entender esta diversidade enriquece o concelho porque os saberes e as culturas se completam.

    Se analisarmos a situação geográfica desta região percebemos porque o Porto sempre se ligou com grande facilidade a Coimbra, Braga ou Barcelos, o mesmo não acontece por exemplo com Lamego.

    «As Serras quartzíticas desabitadas prolongam-se a norte do rio pelas cristas paralelas de Valongo, recortadas pelas gargantas epigénicas do rio Sousa e dos seus afluentes.

    Este alinhamento de colinas agrestes está situado a apenas a 10 km do centro do Porto». (1) É nesta encruzilhada que aparece Valongo, algumas das suas freguesias funcionaram como barreiras difíceis de transpor, terras pobres para o cultivo, pouco atrativas para habitar. No entanto é curioso que Valongo tenha abastecido o Porto de pão de trigo, trigo que não era abundante na região.

    Nesta feira falamos do pão, da regueifa e dos pregões que ouvíamos na estação na nossa juventude.

    Valongo é isto e muito mais, com terras ricas de cultivo junto ao Leça cujas águas transportam outras culturas, outras formas de viver.

    (1) “Portugal – O Sabor da Terra”, José Mattoso, Suzanne Daveau e Duarte Belo, Círculo Leitores.

    Por: Fernanda Lage

     

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